Desistir do Windows Phone não foi boa ideia, reconhece CEO da Microsoft
O reconhecimento surgiu em uma entrevista à Business Insider publicada no dia 22 – um dia após o Windows Phone completar 13 anos de vida. Em uma das perguntas, o portal questionou se existia algum tipo de erro estratégico ou decisão errada na qual o executivo se arrepende.
Todos aqui concordam quem o Windows Phone foi o maior ato pop da indústria de smartphones? — 🐴 cowboy léo 🤠 (@oleoliveira_)
Windows Phone era incrível! O sistema era extremamente fluído, muito satisfatório de usar, melhores câmeras da época, tecnologia à frente ao seu tempo em várias coisas como o modo desktop por exemplo, fora as Live Tiles eram coisa de outro mundo.
— OrangePiccolo ᶠᶠᶜ 🇭🇺 (@OrangePiccoloBR)
Sinto muita falta.
Windows Phone foi um dos maiores sucessos do ano 2010
Retornemos para 2010, quando Joe Belfiore, ex-vice-presidente da Microsoft, marcou presença em uma das maiores feiras de tecnologia: a Mobile World Congress (MWC). Na época, o executivo apresentou o Windows Phone 7, que se diferenciou pela tela inicial com os Live Tiles, saindo da mesmice do Android e iOS.
O design exclusivo e o desempenho fluido, sem engasgos, se destacaram de imediato. Especialmente quando o sistema marcou presença em smartphones da gigante Nokia, que até então focava no Symbian e MeGoo. Depois, a divisão de aparelhos da marca finlandesa foi comprada pela Microsoft por US$ 7 bilhões.
A Microsoft, no entanto, tomou decisões duvidosas que ofuscaram o seu sucesso. A começar pela estreia do Windows Phone 8, em 2012, que não foi liberado para os aparelhos com Windows Phone 7 por trazer um kernel (núcleo) diferente, similar ao Windows 8. Para ter a acesso à atualização, era preciso comprar outro celular.
O auge
O sistema nunca decolou. O StatCounter mostra que o maior auge do software aconteceu em 2014, quando o Windows Phone alcançou uma participação de mercado de 2,35%. Na mesma época, o Android e o iPhone tinham 53,65% e 23,95%, respectivamente.
Até que a Microsoft informou que o suporte do sucessor do Windows Phone 8, o Windows 10 Mobile, terminaria em 2019. Naquela época, o sistema operacional tinha um market share de 0,21%. Enquanto isso, o Android voava alto (bem alto): sete em cada dez celulares do mundo tinha o sistema operacional do Google.
Cabe ressaltar que Satya Nadella assumiu a cadeira de Steve Ballmer, ex-CEO da Microsoft, em 2014. De lá para cá, a Microsoft intensificou o investimento em mobile. Hoje, o Microsoft 365 para Android e iPad é tão completo que dá até para fazer edições avançadas por um tablet, por exemplo.Satya Nadella não está sozinho
Este não é o primeiro chefão da Microsoft que se arrepende. O lembra que, em 2013, Steve Ballmer lamentou que, no início dos anos 2000, ficou muito focado no Windows Vista. Por isso, não a empresa não foi capaz de “realocar talentos” para o mercado mobile, perdendo uma grande janela de oportunidade.
Em 2019, Bill Gates também disse que perder para o Android foi “o maior erro de todos os tempos” da Microsoft. “No mundo do software, especialmente para plataformas, estes são mercados em que o vencedor leva tudo. Portanto, o maior erro de todos os tempos foi qualquer má gestão que cometi e que fez com que a Microsoft não fosse o que o Android é”, disse, citando que o Android é “a plataforma mobile padrão que não é da Apple”.