Cultura
“Crypto Boy”: drama holandês sobre criptomoedas é previsível, mas envolvente
"Crypto Boy", da Netflix, critica promessa de dinheiro fácil com criptomoedas e retrata importância da família
Imagem: Reprodução/Netflix
O novo filme da Netflix, “Crypto Boy”, poderia ser a história de um mero golpe virtual, mas é mais do que isso. Lançado em 19 de outubro, o longa-metragem mostra Amir (Shahine El-Hamus), um jovem que cuida do pequeno restaurante mexicano com seu pai, o imigrante Omar (Sabri Saad El-Hamus), em Amsterdã, na Holanda.
Com uma imobiliária comprando os imóveis da região onde mora, o teimoso patriarca da família se recusa a vender o negócio que construiu a duras penas.E apesar da situação financeira não estar indo nada bem, ele também recusa as ideias do filho para atrair mais clientes além dos amigos e vizinhos que comem de graça no local, gerando conflitos entre os dois.
Em meio a isso, Amir, que trabalha como entregador, conhece Roy (Minne Koole) em uma palestra de criptomoedas. Então, ele acredita ter encontrado a fonte de sua independência financeira.
Com seu jeito “desenrolado”, mas ingênuo, o jovem consegue um emprego na área de vendas, sem imaginar o que está por trás da empresa.
O Giz Brasil assistiu ao filme holandês e traz um resumão crítico. Confira:
“Crypto Boy” é mais sobre família do que dinheiro
Embora seja um pouco previsível, “Crypto Boy” aborda um tema atual e relevante: a “seita” das moedas virtuais e os perigos que a envolvem. Como esperado, Roy abusa de discursos como “deixe o dinheiro trabalhar para você”, assim como outras promessas de ganho fácil que seduzem diversas pessoas para golpes financeiros. Entretanto, o drama não explora esse potencial ao máximo, suavizando o impacto que um acontecimento como esse poderia ter na vida real.Por outro lado, retrata de uma maneira interessante assuntos como gentrificação e o conflito entre gerações, que leva Amir a apostar em uma proposta insegura para fugir da dura realidade que vive seu pai.
No geral, o ponto alto do filme acaba sendo a trama envolvente sobre família, comunidade e redenção, ao invés das criptomoedas em si.
Além disso, vale ressaltar que as atuações de Shahine e Sabri El-Hummus, pai e filho na vida real, e a direção de Shady El-Hamus, ajudam a fortalecer esse lado da narrativa. Somando esses fatores, o longa pode facilmente atrair até quem não tem o menor interesse por finanças. Assista ao trailer de “Crypto Boy” abaixo: