A mais poderosa ferramenta de edição de DNA é usada para tratar paciente humano
Uma equipe de cientistas na China se tornou a primeira a tratar um paciente humano com a ferramenta de edição de genoma CRISPR-Cas9. Embora os resultados dos testes ainda permaneçam incertos, este é um marco histórico que deve chamar a atenção de todo o mundo.
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Células geneticamente modificadas já foram transplantadas em humanos antes, mas o uso da CRISPR é importante por ser o sistema mais eficiente, poderoso e fácil de usar disponível atualmente. A notícia de que a ferramenta foi finalmente utilizada num paciente humano deve atrair a atenção de cientistas em outras partes do mundo, e acelerar a corrida para o uso de tratamentos com células modificadas.
Como disse Carl June, professor de imunoterapia da Universidade da Pensilvânia, : “acho que isso irá desencadear o ‘Sputnik 2.0’, um duelo biomédico entre a China e os Estados Unidos – que é importante, já que a competição normalmente melhora o produto final.”
O tratamento
Para tratar o paciente com câncer de pulmão em metástase, a equipe de Lu You removeu células imunológicas do sangue dele e então removeu um gene utilizando a CRISPR-Cas9. Este código genético indesejado serve para uma proteína que interrompe a resposta imunitária da célula – uma peculiaridade genética que o câncer explora para se espalhar ainda mais. As células modificadas foram então cultivadas para criar um grande lote, e depois injetadas de volta no paciente. Espera-se que as células modificadas ataquem e vençam o câncer, e segundo Lu, o início do tratamento foi bem promissor.Os EUA estão ligeiramente atrás da China nesta área, refletindo o contraste entre o entusiasmo da China pela biotecnologia e a apreensão da América quando se trata de trabalhos como esse. Em 2015, uma outra equipe na China se tornou a primeira a modificar geneticamente um embrião humano usando a CRISPR. Cientistas e especialistas em bioética nos EUA levaram em conta o avanço chinês e que deveriam colocar o país num caminho similar.
Este avanço mais recente feito por Lu e sua equipe deve motivar tentativas parecidas nos EUA e em outras regiões. E de fato, já existem planos de iniciar testes clínicos nos Estados Unidos usando a CRISPR para tratar câncer de bexiga, próstata e rim, embora nenhum dos testes tenha sido aprovado, ou tenha o financiamento necessário. []Imagem: células imunológicas atacando um tumor (Memorial Sloan Kettering Cancer Center)