Nesta segunda-feira (28), a 123milhas anunciou um grande corte de pessoal, alegando que a medida faz parte de um processo de reestruturação interna que tem como objetivo diminuir o impacto da queda no volume de vendas.
Apesar de a empresa não revelar o número oficial, funcionários dizem que a demissão em massa afeta centenas de pessoas, segundo o .
“Essa difícil decisão faz parte das medidas para mitigar os efeitos da forte diminuição das vendas. A empresa está trabalhando para, progressivamente, estabilizar sua condição financeira”, disse a 123Milhas, em comunicado.
A crise da empresa começou com a suspensão de pacotes e a emissão de passagens da linha promocional no último dia 18 de agosto. Na prática, esta medida afetou os clientes que já tinham adquirido pacotes com datas flexíveis.
A empresa disse que pretende reembolsar os clientes com vouchers, que podem ser utilizados para realizar outras compras na plataforma. Esses vouchers terão correção monetária de 150% do CDI. No entanto, órgãos brasileiros de defesa do consumidor criticaram duramente a medida, pois esperam uma compensação real pelos danos.
A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), por exemplo, está estudando a possibilidade de abrir um processo administrativo contra a empresa. Isso ocorrerá caso não haja a devolução do dinheiro investido pelos consumidores nos pacotes de viagem.
Além disso, o Ministério do Turismo também reagiu rapidamente e cancelou o registro da companhia no CadasTur — um cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no segmento de turismo. Dessa forma, a empresa fica impedida de acessar benefícios, como empréstimos com vantagens exclusivas para quem atua no setor.
Sócios da 123milhas são convocados em CPI
Nesta terça-feira (29), às 14h30 (horário de Brasília), Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, sócios da 123milhas, vão prestar depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das criptomoedas. A comissão investiga esquemas de pirâmide financeira utilizando ativos digitais, para dar esclarecimentos sobre a suspensão dos pacotes.
Após a convocação, a defesa dos sócios recorreu ao STF (Superior Tribunal Federal). Eles alegam que a atuação da empresa não se enquadra dentro do esquema de pirâmide financeira. Porém, a ministra Cármen Lúcia não aceitou o recurso e determinou a obrigatoriedade do comparecimento de ambos à comissão.