Crianças nascidas de parto induzido têm dificuldades na escola, sugere estudo

Pesquisa realizada nos Países Baixos mostrou que os pequenos nascidos de parto induzido em idade escolar apresentam notas menores em testes
Crianças nascidas de parto induzido enfrentam dificuldades na escola, sugere estudo
Imagem: freestocks/Unsplash/Reprodução

A maioria dos partos ocorre entre a 37ª e a 42ª semana de gestação. Nascimentos que acontecem antes desse período são chamados de prematuros. Quando isso ocorre, os bebês enfrentam riscos devido ao desenvolvimento incompleto dos órgãos ou mesmo à maior suscetibilidade à infecções.

Os partos que acontecem dentro do período ideal podem ser naturais ou induzidos. No segundo caso, pode haver justificativas para a indução, como riscos de vida para a mãe ou o bebê. Por outro lado, há episódios em que os médicos indicam a indução porque o bebê está saudável, mas “atrasado”. 

Agora, cientistas da Universidade de Amsterdã, nos Países Baixos, resolveram explorar os efeitos da indução do parto no desenvolvimento infantil. O novo estudo publicado na revista relaciona o método ao pior desempenho de crianças de 12 anos em provas escolares. 

A equipe utilizou dados de 226.684 crianças holandesas. Além de analisar detalhes sobre o parto de cada uma delas, os pesquisadores tiveram acesso a testes realizados pelos pequenos durante o final da escola primária, por volta dos 12 anos de idade.

E lá estava o resultado: as crianças nascidas de parto induzido receberam notas aproximadamente 1 ponto mais baixas do que aquelas nascidas de forma natural. A diferença, apesar de pequena, indica um pior desempenho que, em alguns casos, poderia prejudicar os pequenos nos ambientes de aprendizagem. 

Como relatou o jornal , os Países Baixos utilizam testes do tipo para definir qual caminho a criança deve seguir no ensino médio. Crianças que nasceram de parto induzido podem enfrentar problemas nessa fase da vida e, consequentemente, ter dificuldades em ingressar nas universidades. 

Segundo os cientistas, é possível que as crianças não estejam totalmente desenvolvidas, mesmo nascendo entre as semanas 37 e 42. Como resultado, os bebês vêm ao mundo com uma forma leve de prematuridade. Por conta disso, é importante avaliar sempre o ônus e o bônus desse adiantamento, repensando a indução quando não há riscos maiores para a mãe ou bebê em esperar.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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