Conheça vencedores do Nobel de Medicina que abriram caminho para vacina da Covid-19
A bioquímica húngara, Katalin Karikó, e o imunologista americano, Drew Weissman, receberam esta semana o . Os pesquisadores foram responsáveis por descobertas que possibilitaram o desenvolvimento de vacinas de RNA mensageiro, tecnologia essencial contra a COVID-19.
Além do prêmio, uma medalha de ouro de 18 quilates e um diploma, os cientistas receberam também 11 milhões de coroas suecas, que equivale a cerca de R$5 milhões.
As vacinas de mRNA
Por décadas, as vacinas de mRNA eram consideradas inviáveis. Em geral, a aplicação de mRNA no corpo desencadeava uma reação imunológica que imediatamente degradava o RNA mensageiro, sem que ele cumprisse seu papel.
Karikó e Weissman descobriram uma solução para o problema durante os anos 2000. Eles substituíram um tipo de molécula do mRNA, chamada uridina, por uma semelhante chamada pseudouridina. Dessa forma, o RNA contornava as defesas imunológicas naturais das células.
Durante a pandemia de Covid-19, as vacinas desenvolvidas pelas farmacêuticas Moderna e pela colaboração Pfizer-BioNTech utilizaram esta tecnologia. Assim, a aplicação de mRNA pode instruir as células das pessoas a criar cópias de uma proteína encontrada nas partículas do vírus SARS-CoV-2, chamada proteína spike.
Então, as vacinas conseguiram estimular o corpo a produzir anticorpos que miram na proteína, além de desencadear outras respostas imunológicas.
De acordo com o comitê do Nobel, elas foram administradas mais de 13 bilhões de vezes, salvaram milhões de vidas e preveniram milhões de casos graves da doença.
Embora as vacinas de mRNA contra a COVID-19 tenham colocado a tecnologia no mapa, o impacto,segundo Karikó, “é simplesmente ilimitado”. A tecnologia pode ser usada de forma ampla e abrangente.
Atualmente, estão em desenvolvimento imunizantes com esta tecnologia para várias outras doenças, incluindo influenza, HIV, malária, Zika, , chikungunya e até tratamentos contro o câncer.
13ª cientista mulher com um Prêmio Nobel
Karikó é a 13ª cientista mulher a ganhar um Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia. Ela nasceu na Hungria, onde estudou e trabalhou até o pós-doutorado. Na década de 1980, mudou-se para os Estados Unidos.
Lá, foi professora e pesquisadora da Universidade da Pensilvânia. Hoje, a cientista é vice-presidente da BioNTech.
Em uma entrevista, a cientista chegou a dizer que preferia não ter ficado conhecida, se isso significasse que o mundo não tivesse enfrentado a pandemia de Covid-19.
“Fiquei famosa por causa da pandemia. Mas, se eu pudesse escolher, preferia que nunca tivesse havido uma pandemia. Eu não teria ficado famosa, mas não importa”, ela disse.
À , a pesquisadora disse que espera que seu reconhecimento seja um exemplo para outros grupos. “Espero que este prêmio inspire as mulheres, imigrantes e todos os jovens a perseverarem e serem resilientes. Isso é o que eu espero”.