Conheça o diretor que ressuscitou as carreiras de Mickey Rourke e Brendan Fraser
Darren Aronofsky já dirigiu longas como “Cisne Negro”, “Noé”, “Réquiem para um Sonho”, “Mãe!” e “Fonte da Vida”
O cineasta Darren Aronofsky é o responsável por trazer de volta aos holofotes o ator Brendan Fraser no longa “The Whale” (“A Baleia” em tradução livre). O astro foi ovacionado no Festival de Veneza, e se emocionou ao ganhar o prêmio Tribute Actor durante o Festival de Cinema Internacional de Toronto. Com isso, Fraser se credencia a um dos principais candidatos ao próximo Oscar.
Aronofsky é conhecido por ressuscitar as carreiras de outros atores. Além de diretor, também é roteirista e produtor, e já recebeu aclamação da crítica, mas ao mesmo tempo gerou controvérsia por seus filmes muitas vezes surrealistas e perturbadores.Sua estreia como diretor aconteceu no suspense psicológico surrealista “Pi” (1997). O filme de baixo orçamento, cerca de US$60 mil, estrelado por Sean Gullette, foi vendido para a Artisan Entertainment por US$ 1 milhão e arrecadou mais de US$ 3 milhões; Aronofsky ganhou o Prêmio de Direção no Festival de Cinema de Sundance de 1998 e um Independent Spirit Awards para o Melhor Primeiro Roteiro.
Aronofsky fez carreira pegando estrelas estabelecidas e brincando com suas personas. Em “Réquiem para um Sonho” (2000), ele lembrou o público do poder de Ellen Burstyn ao apresentá-la como uma mulher idosa viciada em pílulas dietéticas. O longa, baseado no romance de mesmo nome de Hubert Selby, Jr., obteve críticas positivas e recebeu uma indicação ao Oscar pelo bom desempenho da protagonista. Por outro lado, a obra também gerou controvérsia devido a uma cena de sexo explicito, e acabou sendo lançada sem classificação.
Já em “Cisne Negro” (2010), ele explorou o lado mais sombrio de Natalie Portman, tocando nela para interpretar uma bailarina implacavelmente ambiciosa. Esse é longa de Darren Aronofsky que recebeu mais aclamação da crítica e muitos prêmios, sendo nomeado a cinco Oscar de 2011 nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor (Aronofsky), Melhor Fotografia, Melhor Montagem e Melhor Atriz (Natalie Portman), vencendo esta última. O diretor recebeu indicações ao Globo de Ouro e ao Prêmio do Sindicato dos Diretores dos Estados Unidos para Melhor Diretor.
Darren Aronofsky mostrou vontade de apostar em talentos que foram deixados de lado pela indústria do entretenimento. Afinal, este é o mesmo diretor que ajudou a projetar o retorno de Mickey Rourke com “O Lutador” (2006), embora ele descarte comparações entre a situação de Rourke e a de Fraser.
“Com Mickey, havia muita energia negativa em torno dele por causa do dedo do meio que ele deu à indústria”, disse Aronofsky à . “Brendan era amado, mas ele simplesmente não teve essa oportunidade de mostrar todos esses lados. Trata-se de conseguir o papel certo no momento certo como ator.”
Com o mais recente “The Whale”, Aronofsky encontrou um artista em Fraser que estava ansioso para se esforçar física e emocionalmente. Depois de ficar de lado por anos, Brendan estava preparado para lembrar a Hollywood o que eles estavam perdendo.
Para mostrar isso na tela, Aronofsky e Fraser se comprometeram a se esforçar ao máximo. “Nós não sairíamos de uma cena a menos que estivéssemos exaustos”, disse o diretor. Para o filme, o ator precisou vestir um traje protético enquanto se movia pelo apartamento que vive no filme, sempre auxiliado por um andador ou cadeira de rodas.
A transformação do ator é impressionante. Um artigo da relatou que Fraser carregava um peso extra que variava entre 22 a 136 kg durante as filmagens. Além disso, o personagem é severamente limitado em mobilidade. Por isso, várias pessoas estavam sempre à disposição para ajudar Fraser a se levantar, sentar, conduzi-lo pelos 70 degraus entre o estúdio e a sala de maquiagem. No início da produção, o astro passava de cinco a seis horas em uma cadeira de maquiagem, todos os dias, para se tornar Charlie.
Em “The Wale”, Fraser dá vida a Charlie, um professor de inglês obeso que dá cursos online e que adquiriu o hábito de comer compulsivamente após uma desilusão amorosa — algo que já começa a cobrar seu preço na saúde. Charlie vive a dor da perda do amor de sua vida, seu ex-aluno Alan, com quem viveu um relacionamento após deixar a esposa e a filha Ellie (Sadie Sink), que tinha na época um ano de idade. Agora, ele irá buscar se reconectar com a filha adolescente e reparar seus erros do passado.
“A Baleia” é baseado na obra de mesmo nome de Samuel D. Hunter, que também escreve o roteiro. Além de Fraser e Sadie Sink (“Stranger Things”), o elenco conta com Hong Chau (“Watchmen”), Samantha Morton (“The Walking Dead”) e Ty Simpkins (“Jurassic World”) no elenco.
Produção do A24, estúdio responsável por sucessos como “Hereditário” (2018) e “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” (2022), “A Baleia” ainda não tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros.