As condições de trabalho dos moderadores do Facebook são muito piores do que você imagina
A reportagem, (19), detalha as condições de trabalho dos moderadores de conteúdo em um centro de Tampa, Flórida. Ele é operado pela Cognizant, uma empresa de serviços profissionais que assinou um contrato de dois anos e US$ 200 milhões com o Facebook para liderar essas ações, disse um ex-funcionário ao The Verge.
“No começo, isso não me incomodou – mas depois de um tempo, começou a me prejudicar”, disse Michelle Bennetti, ex-funcionária terceirizada do escritório de Tampa, ao The Verge. “Eu sinto como se tivesse uma nuvem – uma escuridão – pairando sobre mim. Eu comecei a ficar deprimida. Eu sou uma pessoa muito feliz e extrovertida, e eu estava [ficando] retraída. Minha ansiedade aumentou. Era difícil enfrentar isso todos os dias. Isso começou a afetar minha vida pessoal”.
Os detalhes da publicação são, na melhor das hipóteses, um relato sombrio das condições sujas e caóticas do local de trabalho e, na pior das hipóteses, uma visão perturbadora dos efeitos psicológicos que o trabalho pode causar.Funcionários terceirizados disseram ao The Verge que encontravam “secreções nasais, unhas e pelos púbicos, entre outros itens” em suas mesas compartilhadas quando chegavam para seus turnos. O escritório era completamente limpo antes das visitas do Facebook.
“Cada canto daquele prédio era absolutamente repugnante”, disse um ex-funcionário ao Verge. “Se você fosse ao banheiro iria encontrar sangue menstrual e fezes por todo o lado. Estava sempre com um cheiro horrível”. Ela também caracterizou o local de trabalho como “uma sweatshop nos Estados Unidos”.
Em uma transmissão ao vivo no Facebook, um funcionário teria dito que queria “esmagar a cabeça de um gerente” e não recebeu nenhuma ação disciplinar porque outro gerente disse que o comentário era apenas uma piada. Outro funcionário ameaçou “disparar contra o prédio” em um grupo de troca de mensagens. A empresa deixou ele retornar após uma licença remunerada, e ele só foi demitido depois que uma segunda ameaça semelhante foi feita. O relatório detalha como a estrutura e as regras extenuantes impostas aos trabalhadores os forçavam a trabalhar quando estavam doentes, para que não corressem o risco de perder seus empregos. Funcionários terceirizados do Facebook teriam que relatar via uma extensão de navegador sempre que usassem o banheiro, com direito a apenas um certo número de pausas.