Concluída mais uma etapa do megaprojeto Dune, que visa desvendar os mistérios do Universo
Texto: Agência FAPESP
Foi concluída a escavação das três cavernas em que serão instalados os gigantescos detectores de partículas do projeto Deep Underground Neutrino Experiment (), um dos mais ambiciosos experimentos científicos já idealizados. Localizadas a 1,6 quilômetro abaixo da superfície, em Dakota do Sul, Estados Unidos, as cavernas abrigarão um novo centro de pesquisa que abrange uma área subterrânea do tamanho de oito campos de futebol.
Hospedados pelo Fermi National Accelerator Laboratory (), do Departamento de Energia norte-americano, os cientistas do Dune pretendem estudar o comportamento de partículas misteriosas conhecidas como neutrinos para resolver algumas das maiores questões sobre o Universo. Por que ele é composto de matéria? Como a explosão de uma estrela cria um buraco negro? Os neutrinos estão ligados à matéria escura ou a outras partículas desconhecidas?
As cavernas oferecem espaço para quatro grandes detectores de neutrinos – cada um deles do tamanho aproximado de um prédio de sete andares. Os detectores serão preenchidos com argônio líquido e registrarão a rara interação dos neutrinos com o líquido transparente. Trilhões de neutrinos viajam pelo nosso corpo a cada segundo, sem que percebamos. Com o Dune, os cientistas procurarão neutrinos em estrelas em explosão e examinarão o comportamento de um feixe de neutrinos produzido no Fermilab, localizado perto de Chicago, cerca de 1.300 quilômetros a leste das cavernas subterrâneas. O feixe, produzido pela fonte de neutrinos mais intensa do mundo, viajará através da terra e das rochas, desde o Fermilab até os detectores do Dune, em Dakota do Sul.Pesquisadores brasileiros também integram a colaboração internacional. Os professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e desenvolveram com da FAPESP o sistema de detecção de fótons que será usado no experimento, denominado X-Arapuca (leia mais em: , , , e ).
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