Os ultraprocessados são alimentos que costumam conter muitos ingredientes, como sal, açúcar, gordura e substâncias industriais que ajudam na conservação ou realçam aroma e sabor. Eles são o segundo grupo alimentar mais adquirido por brasileiros que residem em áreas rurais, com frequência de 62% – atrás apenas dos alimentos in natura, presentes em quase 95% desses lares. Os resultados estão em na por pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Em seguida, o estudo identificou os alimentos e bebidas de acordo com a classificação NOVA, que considera quatro níveis de processamento: alimentos in natura ou minimamente processados, que sofrem pouca ou nenhuma alteração após retirados da natureza; ingredientes culinários, como sal, óleos e açúcar; alimentos processados, que representam a junção dos alimentos in natura aos ingredientes culinários; e alimentos .
O estudo aponta para uma menor proporção de compras em feiras e frutarias, locais em que predominam produtos frescos e in natura, em detrimento de grandes mercados — principal fonte de aquisição de alimentos ultraprocessados, cujo consumo em áreas rurais surpreendeu os cientistas. “É crucial que as ações governamentais priorizem a tributação e regulamentação da publicidade e promoções relacionadas aos ultraprocessados, e favoreçam o acesso a alimentos in natura e minimamente processados”, aponta a pesquisadora Thais Meirelles de Vasconcelos, coautora do artigo.
Segundo a cientista, medidas como incentivo a pequenos produtores e à realização de feiras livres, especialmente junto à população mais vulnerável, podem ajudar a promover escolhas alimentares mais saudáveis. “Sabe-se que o ambiente alimentar exerce influência sobre as escolhas dos indivíduos, com base na disponibilidade, acessibilidade, conveniência, qualidade e promoção de alimentos. Sendo assim, esses achados podem ser úteis à elaboração de estratégias e intervenções que favoreçam mudanças”, conclui Vasconcelos.DOI: