Como uma ferida cicatriza? Estudo investigou mecanismo de coagulação do sangue

Estudo sobre coagulação do sangue pode ajudar cientistas a desenvolverem medicamentos capazes de acelerar a cicatrização de feridas e evitar tromboses
Como uma ferida se fecha? Descoberto regulador da coagulação do sangue
Imagem: Diana Polekhina/Unsplash/Reprodução

Pense no seguinte cenário: você está em sua cozinha picando os alimentos de uma sopa para o jantar. Em um momento de distração, a faca acaba atingindo seu dedo. O sangue começa a escorrer e você corre para estancar com uma toalha limpa. 

Ao mesmo tempo, seu corpo também entra em ação. Dá-se início a um processo chamado hemostasia, a resposta fisiológica natural do corpo para a prevenção e interrupção de sangramentos e hemorragias. 

Isso ocorre em duas fases. Para começar, as plaquetas sanguíneas se ligam às bordas da ferida, formam um tampão e selam provisoriamente a lesão. Depois, inicia-se a coagulação do sangue, levando à formação de longos fios de fibrina que, juntamente com as plaquetas, fecham a ferida com firmeza.

Mas aqui estamos falando de um simples corte no dedo. Uma ferida crônica, ou seja, que pode demorar para cicatrizar, apresenta outros tipos de risco. 

Nessas, se a fibrina for formada em excesso, pode ocorrer trombose e subsequentes obstruções vasculares. Por isso, a formação dessa proteína fibrosa deve ser controlada. 

Mas até então os cientistas não sabiam como o organismo controlava tal formação. Agora, pesquisadores do Hospital Universitário de Würzburg, na Alemanha, parecem ter , o que pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para acelerar a cicatrização. 

Novo estudo

Segundo os pesquisadores, a chamada glicoproteína V (GPV), expressa na superfície das plaquetas sanguíneas, é quem controla a atividade da enzima trombina, responsável pela formação da fibrina. A descoberta foi relatada na revista .

Os cientistas realizaram diversos testes genéticos e farmacológicos para chegar a tais conclusões. Assim, perceberam que o GPV solúvel altera a atividade da trombina para que ela possa formar menos fibrina.

Em um segundo momento, a equipe desenvolveu um anticorpo capaz de aumentar a atividade da trombina, resultando em uma maior formação de fibrina. Médicos poderiam utilizar tal tratamento em casos de hemostasia prejudicada, acelerando a cicatrização de feridas e evitando tromboses. 

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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