O que acontece quando um astrônomo e um médico entram no bar? Parece até piada, mas não é. Cientistas da Universidade de Southampton e do Oxford University Hospital, ambas instituições britânicas, trabalharam juntos para aperfeiçoar um software usado na caça as estrelas e transformá-lo em uma ferramenta para reconhecer o câncer de pele.
A premissa é simples: na astronomia, os pesquisadores mapeiam os objetos no céu, fazem suas respectivas identificações e depois seguem acompanhando-os. As fotos são tiradas repetidas vezes e analisadas pelo software, que capta mudanças sutis dos corpos celestes com facilidade.
Isso seria replicado na medicina. O corpo humano seria como o céu, enquanto as pintas e verrugas fariam o papel de estrelas. Qualquer alteração que pudesse apontar para o surgimento de melanoma – tumor que se origina nas células produtoras de pigmento da pele (melanócitos) – seria identificada pelo programa.
O software recebeu o nome de MoleGazer, que significa “Caçador de Verrugas” em português. Ele foi na última semana durante o Encontro Nacional de Astronomia do Reino Unido, organizado pela Royal Astronomical Society.
Os pesquisadores tinham como principal objetivo desenvolver um programa capaz de detectar o câncer de pele de forma precoce. Na rotina dos consultórios, os dermatologistas tiram fotos do corpo inteiro dos pacientes e depois analisaram minuciosamente cada sinal.
O trabalho exige profissionais altamente qualificados, além de ser um processo bastante lento. É preciso ainda que os próprios pacientes fiquem de olho nas mudanças de suas pintas e verrugas, para que consigam procurar um médico rapidamente. O trabalho desenvolvido pelos cientistas britânicos deve acelerar o diagnóstico, salvando milhares de vidas anualmente.