Na noite da última quarta-feira (11) a Americanas, uma das maiores lojas online e físicas do país, divulgou uma informação que caiu como uma bomba no mercado. De acordo com a empresa, foram identificadas inconsistências contábeis estimadas em aproximadamente . Além disso, na noite de ontem foi confirmada a renúncia do CEO Sergio Rial, que deixa a presidência da companhia apenas nove dias após assumir o cargo.
André Covre, diretor de Relações com Investidores, que também assumiu o cargo no dia 2 de janeiro, também deixou a empresa. O Conselho de Administração indicou João Guerra para ocupar interinamente os dois cargos e criou um comitê independente para apurar os fatos que levaram ao rombo bilionário na gigante do varejo.
No momento, ainda não é possível calcular os impactos que a empresa deve sofrer, mas a informação divulgada deixa a empresa em situação crítica e também pega os executivos de surpresa em um ano onde a intenção era realizar uma reestruração completa na companhia, que se iniciaria já neste mês após a posse de Rial.
As informações iniciais indicam que financiamentos contratados junto a fornecedores não foram lançados de maneira correta no balanço. Em outras palavras, a companhia adquiriu bens de fornecedores e, ao invés de pagar a compra dentro do prazo estabelecido, solicitou a instituições financeiras para realizar um adiantamento aos fornecedores.
Quando o fornecedor recebia o pagamento, a dívida da empresa passava a ser com o banco responsável pelo financiamento. O que ocorreu é que, aparentemente a dívida com fornecedores foi extinta, mas os débitos com as instituições financeiras ficaram fora dos registros. Além disso, o problema pode ser bem maior do que os executivos da empresa imaginam.
Especialistas acreditam que o rombo financeiro pode superar os R$ 20 bilhões, o que é uma catástrofe para a empresa. As ações da empresa também devem cair significativamente nesta quinta-feira após a abertura da bolsa.
Outra empresa que acaba tendo sua imagem prejudicada frente ao escândalo é a PwC, responsável pela auditoria dos balanços financeiros da Americanas. A grande questão que fica é: como a empresa, um das maiores especialistas em auditoria no mundo, não identificou as inconsistências contábeis antes? A situação crítica na Americanas preocupam outros clientes da PwC, que já começam a ligar o sinal de alerta.
Com o objetivo de promover uma ampla reestruturação na empresa, Sérgio Rial, ex-CEO do Santander, foi escolhido como novo presidente da Americanas em agosto do ano passado. A troca de comando foi vista com bons olhos pelo mercado. Aliás, após o anúncio as ações da varejista tiveram uma valorização de 20%.
Mais informações sobre o rombo bilionário devem ser divulgadas ao longo desta quinta. Rial também marcou uma teleconferência com investidores para a manhã desta quinta-feira para dar explicações aos investidores sobre a inconsistência bilionária. O executivo também deve atuar como assessor da Americanas durante o processo de apuração dos fatos que levaram ao rombo.
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