Uma colaboração entre cientistas chineses e brasileiros resultou na descoberta de uma nova espécie de pterossauro, o Meilifeilong youhao. Essa descoberta marca não apenas a revelação de uma nova espécie, mas também um marco nos 20 anos de parceria entre pesquisadores dos dois países na área da paleontologia.
O Meilifeilong youhao pertence ao grupo Chaoyangopteridade e habitou o planeta durante o período Cretáceo, sendo encontrado na Formação Jiufotang, na cidade de Huludao, na província chinesa de Liaoning. Assim como os demais membros de seu grupo, o pterossauro não possuía dentes e tinha dois metros de envergadura.
A nova descoberta é particularmente significativa por apresentar um espécime extremamente bem preservado, fornecendo insights preciosos sobre a biologia e anatomia destes répteis voadores. Além disso, o nome da espécie, Meilifeilong youhao, é uma homenagem à amizade entre os pesquisadores dos dois países. “Meilifeilong” significa “lindo dragão voador”, enquanto “youhao” significa “amizade”.
“Estamos muito felizes em trabalhar em colaboração, o que muito contribuiu para o avanço da paleontologia, especialmente dos pterossauros, os primeiros vertebrados a desenvolverem a capacidade de voar”, declarou ao o pesquisador Xiaolin Wang, do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados, que liderou o estudo.
Importância da descoberta da nova espécie de pterossauro
O Meilifeilong youhao é descrito como um pterossauro de tamanho médio e crista alta, típico da família Chaoyangopteridae. Em síntese, ele fazia parte da Jehol Biota, um ecossistema terrestre e de água doce preservado em formações rochosas no nordeste da China.
Sua descoberta não só amplia o conhecimento sobre a diversidade destes animais extintos, mas também fornece informações cruciais sobre a evolução e ecologia dos pterossauros.
“É importante saber que estamos falando de um grupo raro de pterossauros, que tem o Meilifeiling youhao como o membro mais completo. Ele apresenta uma crista craniana acima da enorme janela nasoantorbital (abertura no crânio que inclui as narinas externas) com uma extensão suave”, , em nota, o professor Alexander Keller, paleontólogo e diretor do Museu Nacional, que coordenou a participação dos brasileiros na pesquisa.
Os pesquisadores envolvidos no estudo ressaltam que a nova espécie traz valiosas informações sobre a região palatina. Além disso, também mostra a preservação excepcional do estribo, uma ocorrência rara nos pterossauros.
Com seu esqueleto bem preservado, o Meilifeilong youhao promete continuar revelando segredos sobre o fascinante mundo dos répteis voadores do passado.
O trabalho, disponível na , do grupo Nature, reuniu 14 pesquisadores de nove instituições, incluindo cinco brasileiras:
- Instituto de Paleontologia e Paleontropologia de Vertebrados da Academia Chinesa de Ciências;
- Museu Nacional/UFRJ;
- Universidade Sun Yat-Sem;
- Universidade Federal do ABC;
- Universidade de Jilin;
- Universidade de Shenyang;
- Museu de Ciências da Terra do Rio de Janeiro;
- Universidade Federal do Espírito Santo; e
- Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (Universidade Regional do Cariri).