Para aqueles que deixaram para ir às compras na última hora e ainda estão em dúvida em qual presente comprar, a ciência pode ajudar nessa tarefa. Usando conhecimentos de psicologia e marketing, o psicólogo do consumidor , da Universidade de West Virginia, nos EUA, tem dedicado os últimos anos a pesquisar sobre a cultura de dar presentes. O ato de presentear alguém durante o Natal se tornou uma tradição em todo o mundo, é visto como uma forma de gerar felicidade instantânea no presenteado, bem como alegria naquele que escolheu o presente. Durante sua , Givi estudou as principais normas e sentimentos envolvidos na ação de nos presentearmos uns aos outros, bem como os principais erros na hora da compra. Confira algumas de suas dicas:
Escolha presentes de uso recorrente e imediato
Uma das maneiras que podem fazer as pessoas errarem durante a compra é superestimar o momento que os destinatários abrirão os seus presentes. Elas ficam tão preocupadas em escolher algo desejável, que surpreenda ou gere um largo sorriso, que podem acabar perdendo o foco e escolhendo presentes ruins – o que acaba gerando frustração em ambos os lados. Na hora de escolher um presente, escolha aqueles que sejam úteis e confiáveis, bem como atendam as necessidades do presenteado. A pessoa que recebe a caixa estará menos preocupada com o momento que o laço é desfeito, e mais em como poderá usar o presente nas próximas semanas ou meses. Se você está escolhendo um presente de Natal, evite, por exemplo, escolher um kit de fondue, uma vez que ele deverá ser usado apenas daqui seis meses, quando chegar o inverno. Já uma cafeteira pode não provocar uma grande surpresa na hora da abertura do presente, mas, muito provavelmente, o presenteado a usará diariamente.
Aposte no sentimento e na nostalgia
As pessoas tendem a evitar presentes sentimentais porque os consideram como arriscados. Na hora da compra, surgem dúvidas como: “E se parecer sentimental demais?”, “E se a pessoa não entender o significado?”, “E se achar que estou sendo mesquinho?”. Esses questionamentos acabam fazendo as pessoas optarem por presentes mais seguros e superficiais, e que nem sempre geram uma conexão emocional. Por outro lado, mostram que as pessoas adoram receber presentes sentimentais ou nostálgicos, com potencial para provocar felicidade instantânea e também duradoura. Por exemplo, um álbum de fotos com lembranças compartilhadas feito a mão será mais marcante do que um simples par de sapatos.
Vale escolher presente repetido
Culturalmente, somos ensinados a evitar dar o mesmo presente a alguém em anos consecutivos. Por outro lado, essa norma parece valer mais para quem dá o presente do que para aquele que o recebe. Portanto, seguir essa regra cegamente pode levar você a escolher presentes duvidosos. Muito provavelmente, você terá mais chances de agradar alguém repetindo o presente do que se arriscar com algo diferente. Se a pessoa adora um determinado tipo de vinho, ficará muito feliz em recebê-lo novamente nos anos seguintes.
Presente usado também é uma opção
Outra norma (capitalista, diga-se) que deveria ser abolida é a regra de que um presente deve ser sempre novo. Com a atual preocupação com as mudanças climáticas, bem como o aumento da quantidade de lixo no meio ambiente, tem se tornado mais aceito socialmente presentear alguém com algo usado ou mesmo reciclado. Entre comprar uma câmera digital nova, mas com menos recursos, ou uma usada, mas com vários recursos inovadores, a segunda provavelmente fará o presenteado se sentir mais feliz. Isso sem falar que você conseguirá economizar na hora da compra.
Os incompreendidos vales presentes
Ainda na lista das regras moralmente ultrapassadas, o vale presente também pode ser visto como uma boa opção — sem precisar ficar com aquela ideia preconceituosa de que a pessoa não se esforçou para encontrar um presente. A única ressalva que o psicólogo faz é que o vale presente precisa oferecer a maior flexibilidade e liberdade possível. O erro acontece quando a pessoa escolhe vales presentes que só podem ser usados em uma determinada loja ou restaurante, ou quando não refletem os gostos do presenteado. Por isso, o vale presente deve permitir que a pessoa possa escolher entre comprar uma roupa nova ou ir jantar em um restaurante favorito – ou mesmo permitir fazer as duas coisas.
Bens materiais x experiências
Geralmente, as pessoas optam por objetos físicos e acabam esquecendo de presentear os outros com experiências. Muitas vezes, uma passagem aérea para uma viagem, uma ida ao teatro ou um simples jantar em um restaurante badalado são mais propensos a tornar as pessoas felizes do que apenas os bens materiais. Porém, Givi ressalta que escolher essas experiências é mais complicado, pois é preciso ter empatia, bem como uma maior compreensão sobre os gostos e desejos da pessoa a ser presenteada. Lembre-se, só porque você adora ir à ópera, não significa necessariamente que todo mundo tenha esse mesmo gosto.