Como a voz de Andy Warhol foi ressuscitada por IA na série da Netflix

Série documental sobre o ícone do pop art, que estreou esta semana na Netflix, coloca Warhol para narrar a própria história - com uma mãozinha da tecnologia
Andy Warhol
Imagem: Divulgação/Reprodução Netflix

“The Andy Warhol Diaries”, série documental sobre o pintor e cineasta norte-americano que virou um dos ícones do movimento pop art, chegou à Netflix na última quarta-feira (9).

A produção segue o ponto de vista dos próprios diários do artista, que foram publicados postumamente. Foram resgatados os relatos que Warhol fez em uma série de conversas ao telefone com a sua secretária, Pat Hackett, de 1976 até a sua morte, em 1987. Imagens de arquivo e entrevistas com aqueles que conheceram Andy, como John Waters e Rob Lowe, também ajudam a contar a história. 

“The Andy Warhol Diaries” chega dividida em seis episódios, e mostra a juventude sofrida de Warhol, sua fuga para Nova York aos 20 anos, a insegurança com a própria sexualidade e sua relação platônica com o pintor Basquiat. 

Porém, há uma coisa nova que chama a atenção na série, que é a mistura de filmagens reais e o uso de tecnologia de inteligência artificial para recriar a voz de Andy Warhol, ou seja: é o artista que narra toda a produção. 

A série começa com a citação que resume o seu modo de ver a mecanização da sociedade, algo sempre refletido em seu trabalho: “Máquinas têm menos problemas. Eu gostaria de ser uma delas. Você não?”.

Robôs eram praticamente uma manifestação de como o mundo o percebia: sofisticado, embora um pouco rígido e monótono no jeito de falar. O diretor Andrew Rossi sabe disso. É parte do motivo pelo qual o cineasta se sentiu bem em deixar uma IA falar por Warhol na série documental. 

“Quando ele falava, ele continuava esse jeito superficial que também fazia parte da maneira como se vestia e fazia arte”, diz Rossi. Confira abaixo o trailer da produção.

 

“Andy Warhol era famoso por ser reservado quanto às suas opiniões. É uma das razões pelas quais estes ‘Diaries’ são uma janela tão rara e fascinante”, disse Rossi . 

E acrescentou: “Ele podia ser incrivelmente cru e emocional enquanto falava com a sua secretária ao telefone. E, para apreciarmos completamente a vulnerabilidade radical que o Andy partilha em seus diários, senti que precisávamos de ouvir as palavras através da própria voz”.

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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