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Como a câmera e o flash do celular ajudam a medir oxigênio no sangue

Nova técnica envolveu usar algoritmos em smartphone para medir a saturação do oxigênio no sangue. Celular acertou em 80% das vezes

Como a câmera e o flash do celular ajudam a medir oxigênio no sangue

Imagem: Universidade de Washington/Divulgação

Um grupo de pesquisadores americanos criou um novo algoritmo que permite medir a saturação de oxigênio no sangue usando apenas a câmera e o flash de um celular.

O estudo envolveu criar um método de baixo custo para medir o nível de saturação no sangue com eficácia acima dos 70%. Essa é a precisão mínima que os oxímetros de pulso devem ter, conforme a recomendação da FDA, a agência reguladora de saúde nos EUA.

Durante a pesquisa, os participantes precisaram apenas colocar o dedo sobre a câmera e o flash de um smartphone para que o algoritmo fizesse a medição. De acordo com o artigo publicado na , o celular conseguiu prever corretamente se o indivíduo tinha níveis baixos de oxigênio no sangue em 80% das vezes.

O estudo reuniu pesquisadores das Universidades de Washington e da Califórnia e tem o objetivo de diagnosticar mais facilmente a hipoxemia. A condição ocorre quando o sangue não transporta adequadamente o oxigênio pelo corpo e, geralmente, está relacionado a doenças respiratórias — como a asma ou mesmo a Covid.

Segundo o coautor da pesquisa, Jason Hoffman, outros aplicativos do tipo já foram desenvolvidos, mas eles exigiam que as pessoas prendessem a respiração durante a medição. “Com nosso teste, conseguimos coletar 15 minutos de dados de cada participante. Nossos dados mostram que os smartphones podem funcionar bem na faixa de limite crítico”, disse o pesquisador .

Medindo o oxigênio no sangue com o celular

“A câmera começa a gravar um vídeo: toda vez que seu coração bate, o sangue corre pela parte [do seu dedo] iluminada pelo flash”, explicou Edward Wang, que conduziu o estudo, em comunicado. “A câmera registra o quanto esse sangue absorve a luz do flash em cada um dos três canais de cores que mede: vermelho, verde e azul”.

Durante o experimento, seis voluntários – com idades entre 20 e 34 anos – usaram um oxímetro de pulso para comparar os resultados. Em seguida, cada participante passou a respirar uma mistura controlada de oxigênio e nitrogênio – com os níveis de oxigênio sendo lentamente reduzidos.

O processo de medição pelo celular durou cerca de 15 minutos, com os pesquisadores conseguindo fazer mais de 10.000 leituras de nível de oxigênio no sangue entre 61% e 100%. Esses dados foram utilizados para treinar um algoritmo de aprendizado profundo e validar o método.

A técnica foi considerada como um “bom primeiro passo” no desenvolvimento de dispositivos que usam aprendizado de máquina, mas ela ainda precisa ser melhorada. Agora, os pesquisadores querem treinar o algoritmo para medir a saturação em um grupo maior e mais diverso de pessoas, incluindo aquelas que tem calos nos dedos ou com diferentes tons de pele.

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