Colisão entre estrelas é registrada pelo telescópio ALMA no Chile

Fenômenos do tipo são capazes de liberar mais energia do que o Sol emitiria em 10 bilhões de anos. Confira a imagem da colisão em timelapse
Telescópio ALMA registra pela primeira vez colapso entre estrelas.
Imagem: T. Laskar, S. Dagnello/ALMA [ESO/NAOJ/NRAO]/Reprodução

Esse encontro pode, literalmente, balançar o Universo. Pela primeira vez, o Atacama Large Millimeter Array (ALMA), observatório localizado no Chile, capturou a colisão entre duas estrelas. Uma delas era um corpo superdenso conhecido como estrela de nêutrons

Choques do tipo são capazes de gerar o que os cientistas chamam de explosões de raio gama de curta duração (Gamma-Ray Bursts, as GRBs). Para ter uma ideia, o fenômeno é capaz de liberar mais energia do que o Sol emitiria em 10 bilhões de anos.

As GRBs duram milissegundos. Neste processo extremamente rápido, são liberados jatos de matéria que, em alguns casos, podem apontar para a Terra. Quando isso acontece, a observação do evento se torna possível. 

Claro que o processo não é tão simples assim. Explosões do tipo ocorrem em galáxias distantes, e o ALMA só foi capaz de captar o brilho do fenômeno porque possui instrumentos sensíveis o suficiente para isso. 

Telescópio ALMA registra pela primeira vez colapso entre estrelas.Timelapse mostra o colapso entre estrelas registrado pelo telescópio ALMA. Imagem: T. Laskar, S. Dagnello/ALMA [ESO/NAOJ/NRAO]/Reprodução
A luz do evento parece ter viajado entre 6 e 9 bilhões de anos-luz pelo Universo até ser captada pelo telescópio. A detecção ocorreu em novembro de 2021, com os dados sendo divulgados agora no repositório de acesso livre . O trabalho também já foi revisado e aceito para publicação no The Astrophysical Journal Letters.

Os cientistas acreditam que a intensa explosão de estrelas é responsável pela criação dos elementos mais pesados do Universo, como o ouro e a platina. Agora, os pesquisadores pretendem continuar usando o ALMA para detectar mais episódios do tipo e analisar a frequência em que eles ocorrem no cosmos.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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