Colesterol ruim ganha novo medicamento que pode reduzir níveis em até 65%
Um estudo publicado esta semana na revista especializada apresenta um novo medicamento com capacidade de tratar um tipo de colesterol potencialmente fatal. O muvalaplin é o primeiro remédio oral direcionado para o tratamento dos altos índices de lipoproteína (a).
Segundo o artigo, o muvalaplin funciona interferindo na capacidade da Lp(a) se formar no organismo. Assim, reduziu efetivamente os níveis deste tipo de colesterol em até 65%.
Lipoproteína (a), um colesterol perigoso
Muito se fala sobre os índices de colesterol ruim (LDL) e bom (HDL), mas poucas pessoas conhecem os efeitos potencialmente fatais da liproteína (a). Ela é uma forma de colesterol semelhante ao LDL, com causas genéticas só que ainda mais pegajosa.
Por isso, seus altos índices aumentam consideravelmente o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. Hoje, cerca de 20% da população mundial é afetada por esta condição.
Embora a molécula de colesterol tenha sido descoberta há quase 60 anos, ainda não havia tratamento para Lp(a) aprovado no mercado. De acordo com o estudo, medicamentos comuns para reduzir o LDL, como estatinas, não têm o mesmo efeito de redução na Lp(a).
Além disso, ela também é difícil de controlar por meio de dieta, exercícios e outras mudanças no estilo de vida.
“Quando se trata de tratar a Lp(a) elevada, um fator de risco conhecido para doenças cardiovasculares, nossos clínicos atualmente não têm ferramentas eficazes em seu arsenal”, disse Stephen Nicholls ao . Nichols é Diretor do Instituto Cardíaco de Victoria da Universidade de Monash, onde desenvolveu a pesquisa.
Descoberta inovadora
Pesquisas buscavam soluções para este problema nas últimas décadas, mas os avanços resultaram em terapias injetáveis, que são difíceis de administrar. Por isso, a descoberta desta nova pesquisa é tão inovadora: o muvalaplin é um remédio para ser utilizado por via oral.
“Este medicamento é um divisor de águas de várias maneiras. Não apenas temos uma opção para reduzir uma forma evasiva de colesterol, mas ser capaz de entregá-la em um comprimido oral significa que será mais acessível para os pacientes”, afirmou Nicholls, que foi o líder do estudo.
No futuro, pesquisas podem analisar se o medicamento tem potencial para ser usado no tratamento de outras doenças vasculares e valvulares. Contudo, por enquanto o Muvalaplin passará por ensaios clínicos maiores.