Ciência

Cientistas querem usar cabos marítimos para detectar terremotos

O estudo utilizou um cabo submarino que liga os Estados Unidos e o Chile, região de alto risco de terremotos
Imagem: EU Civil Protection and Humanitarian Aid/Flickr/Reprodução

Depois do alerta antecipado de tsunamis, para resolver a falta de estações sísmicas em costas povoadas, protegendo vidas e propriedades, um novo estudo publicado no The Seismic Record propôs transformar cabos de fibra óptica de telecomunicações não utilizados em sistemas de alerta precoce de terremotos (EEW, na sigla em inglês) no mar.

A pesquisa detalha como o pesquisador Jiuxun Yin e sua equipe usaram 50 quilômetros de um cabo submarino (eles têm a espessura de um fio de cabelo!) que liga os Estados Unidos e o Chile para coletar amostras de dados sísmicos em 8.960 canais por quatro dias.

A técnica “Sensoriamento Acústico Distribuído” (DAS) usa pequenas falhas internas em uma longa fibra óptica como milhares de sensores sísmicos. Através dos dados do cabo, os cientistas determinaram os locais dos terremotos e estimaram as magnitude para terremotos em terra e no mar.

Terremotos “melhoram”

O estudo resultou em uma melhoria de aproximadamente três a cinco segundos no alerta de terremotos. “A principal vantagem é a localização offshore da matriz, o que elimina a necessidade de esperar que as ondas sísmicas cheguem às estações terrestres”, explicou Yin. De acordo com Yin, “a principal razão para a seleção deste cabo é o elevado risco sísmico do Chile”. “A região sofre frequentes terremotos offshore e foi afetada por vários terremotos significativos de magnitude 8+ na história, incluindo o maior já registrado em 1960”, completou.

Como apontou o Science Daily, a região offshore do Chile é semelhante à região de Cascadia, offshore do Noroeste Pacífico dos EUA. Elas contêm uma zona de subducção ativa. Onde as placas tectônicas colidem e uma mergulha sob a outra, causando grandes terremotos.

Os pesquisadores usaram um modelo de inteligência artificial de aprendizagem profunda para identificar as ondas do terremoto. No entanto, ainda são necessários mais dados. Sobretudo de terremotos de maior magnitude, para desenvolver e testar algoritmos de forma eficaz. “Acreditamos que isso abre uma série de oportunidades de pesquisa interessantes e estamos ansiosos para explorá-las em estudos futuros”, disse, por fim, o pesquisador.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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