Cientistas pedem limite para produção de carne como forma de conter o aquecimento global
Cientistas de todo o mundo estão pedindo aos países de renda média e alta para estabelecer um prazo-limite para o crescimento da indústria de carne. Em uma publicada no Lancet Planetary Health Journal na quarta-feira (11), os pesquisadores destacam o papel que a indústria pecuária deve desempenhar para cumprir as promessas estabelecidas no Acordo de Paris, que está sendo discutido pelos líderes mundiais no momento.
No Acordo de Paris, os governos concordarem em limitar o aquecimento global a não mais de 2°C e mantê-lo abaixo de 1,5°C, se possível. Para fazer isso, o mundo precisará reduzir as emissões rapidamente nesta década. Isso significa abandonar os negócios a que estamos habituados.
E para o setor pecuário será crucial nisso. As emissões provenientes da criação de animais de toda a poluição de gases de efeito estufa no mundo. O consumo de carne , com a China contribuindo para grande parte do crescimento mais recente (assim como o Brasil, em menor grau). Se o mundo continuar nesse caminho, as emissões do gado consumirão de carbono até 2030. É por isso que a carta pede aos líderes governamentais de países de renda média e alta, como os EUA e a China, que estabeleçam um cronograma para o “limite do gado”, um ponto a partir do qual a produção de certas espécies de animais não poderia aumentar.Os especialistas em clima têm dado a esse setor em particular e já começam a imaginar como seria uma dieta em um planeta mais quente. Empresas de fast-food como e Burger King estão até incorporando “carnes” feitas de proteína vegetal em seus menus, mostrando que essa também é uma decisão de negócios, além de uma questão ambiental.
A realidade é, porém, que precisamos fazer mais do que mudar o que compramos no supermercado ou comer no café da manhã. Quem está no poder precisa fazer a transição do setor agrícola para um modelo mais sustentável que não use , nem e muito menos emita gases nocivos do efeito estufa. Caso contrário, corremos o risco de ter que enfrentar “[consequências] potencialmente catastróficas, dependendo de quanto a temperatura subir, como os ecossistemas vão reagir a esse aumento e como essas duas coisas vão interagir entre si”, disse Harwatt. Em resumo, estaremos lascados se os líderes não se empenharem nessa tarefa.