Cientistas estudam tratamento sem injeção para diabetes a partir de células-tronco
Um novo método desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, aprimorou o processo de criação de células produtoras de insulina a partir de células-tronco. Segundo o estudo, agora é possível produzir as células desejadas a uma taxa de 90%.
Antes, o método utilizado gerava apenas 60% das células-alvo. De modo geral, a ideia é que isso se torne um tratamento sem injeções para pessoas diabéticas.
Aquelas com com diabetes tipo 1 não possuem células funcionais das ilhotas do pâncreas para produzir insulina. Por isso, devem tomá-la constantemente por meio de injeções ou de uma bomba contínua.
Apenas assim conseguem manter o funcionamento adequado do organismo, controlando a quantidade de açúcar no sangue e convertendo glicose em energia para as células.
“O que estamos tentando fazer aqui é olhar além do horizonte e tentar imaginar como será o cuidado com o diabetes daqui a 15, 20, 30 anos”, afirmou James Shapiro, autor do estudo.
“Eu não acredito que as pessoas estarão mais injetando insulina, usando bombas e sensores”, completou. Os resultados do estudo foram publicados em artigo na revista .
Diversos cientistas estão na busca pela compreensão e viabilização de tratamentos para diabetes tipo 1 que utilizam células-tronco.
Recentemente, injetável após receberem um transplante de células produtoras do hormônio, geradas a partir de células-tronco.
Entenda a nova pesquisa
Primeiramente, os cientistas coletaram células-tronco do sangue de um paciente com diabetes. Em seguida, eles utilizam processos químicos que direcionam o desenvolvimento delas para que se tornem células produtoras de insulina, como as do pâncreas. A este mecanismo, eles chamam de “diferenciação direcionada”.
Depois, os pesquisadores trataram essas células com um medicamento anti-tumoral conhecido como inibidor AKT/P70 AT7867. Isso resultou em uma eficiência maior na “diferenciação direcionada”.
Além disso, as células resultantes do processo eram menos propensas a produzir cistos indesejados, que podem prejudicar a produção do hormônio.
Por fim, quando foram transplantadas em ratos de laboratório, as células também controlaram a glicose no sangue sem necessidade de injeções de insulina durante um tempo.
Agora, a equipe de pesquisadores espera eliminar as últimas barreiras do processo, fazendo com que o método alcance 100% de conversão em células pancreáticas funcionais.
O avanço na ciência
Mais estudos de segurança e eficácia precisarão ser realizados antes que ensaios clínicos, nos quais o transplante dessas células será feito em humanos.
Contudo, os pesquisadores envolvidos acreditam que utilizar o próprio sangue do paciente para cultivar células que produzem insulina é um avanço na viabilidade do tratamento. Isso porque, da maneira como é feito hoje, as pessoas que recebem essas células doadas devem tomar medicamentos anti-rejeição durante toda a vida.
Fazendo esse processo do próprio sangue do paciente, talvez isso não seja necessário, eles acreditam.