Cientistas estimam que 1,25 bilhão de animais morreram nos incêndios florestais na Austrália
Os números e as estatísticas dos incêndios florestais na Austrália são horrorosos. As chamas queimaram mais de 100 mil km². A fumaça viajou mais de 11 mil quilômetros. Isso tudo após o ano mais quente já registrado no país.
Mas talvez não haja nada mais chocante do que o número de animais atingidos pelas chamas. Um número impressionante de 1,25 bilhão de animais pode ter morrido nos incêndios, segundo estimativas de Chris Dickman, ecologista da Universidade de Nova Gales do Sul e do World Wildlife Fund (WWF) na Austrália.As pessoas têm resgatado animais selvagens que estão sofrendo de desidratação e queimaduras nas estradas e cuidam deles da melhor maneira possível. Cães foram enviados em busca de animais ainda vivos entre as florestas queimadas. Pessoas de todo o mundo também contribuíram com para ajudar o Hospital Port Macquarie Koala a cuidar de marsupiais feridos.
Daniella Teixeira, pesquisadora da Universidade de Queensland que estuda as cacatuas da ilha Kangaroo, disse ao Guardian que “as principais áreas de alimentação e reprodução” foram destruídas. Uma estimativa no final de dezembro observou que Nova Gales do Sul perdeu .
O que será da Austrália quando os incêndios são finalmente apagados é altamente incerto. Eles estão ocorrendo em um ecossistema descrito pelos ecologistas como mediterrâneo devido à natureza semi-árida. Califórnia, África do Sul, Portugal e Espanha são outros locais florestais de clima mediterrâneo, e os incêndios os devastaram mais nos últimos anos, à medida que as mudanças climáticas elevam as temperaturas e deixam o tempo ainda mais seco. O alarmante observa que de incêndios, fragmentação de habitat, esgotamento de água e outros males causados pelo homem sobre esses tipos de florestas é “difícil de prever” e que incêndios cada vez maiores estão modificando “a composição da vegetação (de florestas de coníferas a paisagens dominadas por árvores de folhas largas, arbustos e pastagens) e diminuindo sua maior resistência a incêndios”. Isso significa que as florestas terão mais dificuldade em se recuperar, assim como os animais que dependem delas para seu sustento e sua proteção. Não é de admirar que o relatório chegue à conclusão de que até um milhão de espécies estão em risco de extinção. De fato, o número exorbitante de animais mortos dos incêndios florestais é um grande golpe para não apenas a vida selvagem da Austrália, mas também a biodiversidade do mundo. Devido ao isolamento do país, existem muitas espécies por lá que não são encontradas em nenhum outro lugar do mundo. Enquanto a megafauna como cangurus e fauna média como coalas atraiu mais atenção, outras espécies podem ter sido perdidas para sempre. E o mundo será mais pobre sem elas.