Cientistas descobriram estranhas e enorme estruturas escondidas sob o que já foi um antigo oceano de Marte. De acordo com um estudo recente, na última semana, no Europlanet Science Congress 2024, as densas estruturas podem ter se formado por atividade vulcânica ou por impactos de asteroides.
Os cientistas descobriram as misteriosas estruturas no polo norte de Marte por observações da sonda Insight, da NASA, e por outros satélites na órbita de Marte. Bart Root, coautor do estudo, afirmam que há cerca de 20 dessas estruturas, com tamanhos variados. “Uma dessas estruturas possui formato semelhante a um cachorro”, disse o pesquisador em um comunicado.
De acordo com os cientistas, não existem sinais dessas estruturas na superfície de Marte. “Através de dados gravitacionais, conseguimos obter um vislumbre tentador sobre a história antiga do hemisfério norte de Marte”.
Estruturas e atividade vulcânica de Marte
Os cientistas criaram um mapa global de densidade de Marte usando dados sobre a crosta do planeta e sobre as dinâmicas do manto. Graças ao mapa, os cientistas encontraram essas estranhas estruturas, com massa e mais densa que a área ao redor.
Essas estruturas estão debaixo de várias camadas de sedimentos de um extinto oceano, espalhadas pelo polo norte de Marte. Além disso, os cientistas também revelaram que uma pluma de lava no manto de Marte pode está elevando o Tharis Montes, onde fica o maior vulcão do Sistema Solar, o Monte Olimpo.
Apesar da alta densidade de vulcões, a área onde fica o Monte Olimpo é muito mais alta que a superfície média de Marte. Curiosamente, ela fica em volta de uma região com gravidade fraca.
Contudo, essa anomalia de gravidade é difícil de explicar ao observar as diferenças na crosta e no manto superior de Marte.
No estudo, os cientistas sugerem que uma grande massa subterrânea, que circunda a região por 1.750 km, e com profundidade de cerca de 1.100 km, esteja elevando a região de Tharsis. Provavelmente, essa massa é a pluma de lava do manto, composta por material quente e menos denso. Ela se desloca rumo à litosfera devido às correntes de convecção no interior de Marte.
“Com essa descoberta, precisamos repensar a maneira como compreendemos o suporte do Monte Olimpo e da região ao seu redor. Os mapas mostram que Marte pode ainda ter atividades vulcânicas ocorrendo em seu interior, gerando, possivelmente, novos elementos vulcânicos na superfície”, afirmaram os cientistas.