Ciência

Cientistas encontram enzima responsável por deixar o xixi amarelo

Além da cor do xixi, a descoberta da enzima também pode explicar o mecanismo de outras doenças, como a icterícia
Imagem: CDC/ Unsplash/ Reprodução

Quando uma pessoa não bebe a quantidade necessária de água por dia, seu xixi fica mais concentrado – o que também significa que ele fica mais amarelo. Mas por quê?

Agora, um novo estudo descobriu uma enzima responsável por essa coloração: a bilirrubina redutase. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista . 

O que é a bilirrubina redutase

De modo geral, os glóbulos vermelhos presentes no sangue têm uma vida útil de aproximadamente seis meses. Depois desse período, eles se degradam e seus resquícios são absorvidos ou transformados pelo organismo.

A bilirrubina é um dos subprodutos dessa degradação dos glóbulos vermelhos. Geralmente, é secretada no intestino e então vai para a excreção, pelas fezes ou pelo xixi. No entanto, parte também pode ser reabsorvida.

Uma vez no intestino, as bactérias da microbiota pode, converter a bilirrubina em outras moléculas. Por exemplo, a enzima bilirrubina redutase. Ela transforma a bilirrubina normal em um subproduto sem cor, chamado urobilinogênio.

“O urobilinogênio então se degrada espontaneamente em uma molécula chamada urobilina, que é responsável pela cor amarela com a qual todos estamos familiarizados”, afirma Brantley Hall, autor do estudo, em comunicado.

Em geral, a urobilina já é conhecida. Isso porque estudos anteriores relacionaram a substância à cor amarela do xixi há algum tempo. Mas, até agora, não se sabia o mecanismo que coloria a urina. 

Dessa forma, a descoberta da enzima responsável responde a uma pergunta que escapou aos cientistas por mais de um século.

Novos caminhos de pesquisa

Quando o organismo reabsorve a bilirrubina de maneira excessiva, ela pode ficar acumulada no sangue e causar icterícia, que é uma condição que leva ao amarelamento da pele e dos olhos. 

Além disso, com a descoberta da enzima bilirrubina redutase, os pesquisadores também identificaram que ela está presente em quase todos os adultos saudáveis. No entanto, frequentemente está ausente em recém-nascidos e indivíduos com doença inflamatória do intestino. 

Assim, o novo estudo abre portas para o entendimento de como a microbiota intestinal exerce um papel importante nessas doenças.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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