Cientistas da Pontifícia Universidade Católica do Peru descobriram 73 corpos enterrados no sítio arqueológico de Pachacámac, próximo a cidade de Lima. Segundo a publicação em na qual os pesquisadores divulgaram a descoberta, o estado de conservação da maioria dos corpos é espetacular – o que fez com que ganhassem o apelido de múmias.
Os resquícios do Império Wari
De acordo com os arqueólogos, as múmias encontradas estavam enterradas nas proximidades do Templo Pintado dos Wari. Ali vivia uma comunidade que se expandiu na região no período entre 800 e 1100, antes do domínio dos Incas em partes da América do Sul.
O local recebe o nome de Pachacámac, que no idioma local quechua significa “aquele que dá vida à Terra”. Assim, a região foi um importante local de culto religioso, com práticas que incluíam sacrifícios humanos e uso de alucinógenos.
De modo geral, os Wari são conhecidos por sua arte bastante elaborada, que inclui cerâmicas e tecidos. Mas também por suas múmias bem preservadas, como é o caso das que foram recentemente encontradas.
Confirmando a fama, os 73 corpos encontrados estavam enrolados em tecidos e cordas, alguns deles coloridos como tradições da comunidade. Além disso, parte dos homens e mulheres foram enterrados usando máscaras de madeira esculpida e cerâmica, conhecidas como “cabeças falsas”.
Conexão com outras culturas
Junto às múmias, os arqueólogos encontraram cerâmicas coloridas. Também nas proximidades, em meio a um depósito de conchas, acharam báculos de madeira, que são objetos parecidos com cajados.
Segundo os pesquisadores, essas ferramentas têm formas esculpidas que simbolizam representantes da cultura Tiwanaku, uma vez que utilizam adereços de cabeça similares aos desta comunidade. Dessa forma, os achados indicam que os Wari tiveram algum nível de contato com pessoas de outros reinos.
O Reino de Tiwanaku ficava ao sul do Império Wari, em uma região que hoje abrange partes do Peru, da Bolívia e do Chile.