Cientistas desenvolvem videoaulas de 30 minutos contra o estresse em jovens
Os jovens são constantemente submetidos a situações de estresse. Problemas envolvendo os estudos, insegurança econômica e a própria pandemia de Covid-19 são alguns dos fatores que podem ser prejudiciais a saúde mental deste grupo.
Pesquisadores da Universidade de Rochester, nos EUA, têm uma sugestão para deixar tais situações mais toleráveis. Os cientistas sugerem que os adolescentes transformem o sofrimento em combustível – fala que poderia facilmente ter saído da boca de um coach.
Os jovens, claro, não precisariam fazer o trabalho sozinho. Eles seriam instruídos através de um treinamento online de 30 minutos, que os ensinaria a canalizar o estresse e transformá-lo em algo positivo. Um coração acelerado, por exemplo, aumenta o fluxo de oxigênio para o cérebro, o que facilita o aprendizado.
A abordagem foi testada com mais de 4 mil estudantes e universitários. A maior parte deles eram negros, latinos e de baixa renda. Tais grupos tendem a enfrentar situações crônicas de estresse diariamente devido as desvantagens socioeconômicas e a alta exigência acadêmica.
Foram realizados seis ensaios clínicos. Em determinado teste, 166 alunos receberam aulas online, sendo que metade dos jovens teria acesso as técnicas para lidar com o estresse e o resto assistiria a um vídeo placebo.
Ao final, viria a surpresa: os voluntários teriam que discursar de forma improvisada sobre suas forças e fraquezas na frente de avaliadores. Esses, por sua vez, não seriam nada simpáticos ou receptivos, bufando e franzindo a testa durante a fala do jovem. A frequência cardíaca e outros sinais vitais dos participantes estavam sendo monitorados, o que permitiu aos cientistas concluir que aqueles que tiveram a aula motivacional enfrentaram menores quadros de estresse.
Outro experimento comparou a taxa de aprovação dos alunos diante dos cursos de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). 63% daqueles que receberam a aula de 30 minutos foram aprovados, com o número caindo para 47% no grupo controle. O estudo completo foi publicado na revista .
Os cientistas acreditam que essa é uma intervenção barata e capaz de reduzir os sintomas de ansiedade nos jovens. A técnica também seria benéfica em reduzir a baixa autoestima, aumentar o desempenho acadêmico, melhorar o bem-estar psicológico e também as respostas fisiológicas dos jovens ao estresse. Mas vale o aviso: a abordagem não se encaixa em alguns problemas ligados a saúde mental, como traumas, abusos e desigualdades estruturais.