Uma nova espécie de tarântula com peculiares pernas de espanador de pó, pertencente ao gênero Trichopelma, foi descoberta em Cuba.
Aliás, esse gênero de aranhas tarântulas é endêmico no Caribe, sobretudo nas Antilhas, como Cuba, Jamaica, Porto Rico, Bahamas e Haiti.
Com a nova descoberta, há 22 espécies de tarântulas nas Antilhas, incluindo cinco nativas de Cuba.
Publicado na última sexta-feira (15), o intitulado “Um gigante peludo entre anões: Trichopelma grande, uma nova e distinta espécie de tarântula de Cuba”, detalha as diferenças biológicas da nova espécie.
Os autores David Ortiz, da Universidade de Masaryk, na República Tcheca, e Elier Fonseca, da Sociedade Zoológica de Cuba, sequenciaram o elemento ultra-conservado (UCE, da sigla em inglês) da tarântula espanador. O UCE é a região do DNA idêntica entre duas espécies, necessário, portanto, para identificar uma nova espécie.
Em seguida, os cientistas aplicaram análises filogenômicas, que consistem em técnicas que utilizam dados genômicos para reconstrução evolutiva. O último passo foi a identificação morfológica para classificar a nova espécie.
Aliás, a morfologia da tarântula com pernas de espanador descoberta em Cuba é um pouco incomum, com características de espécies que vivem em árvores, mas não pelo seu tamanho.
Pernas da tarântula de Cuba são como um espanador, segundo próprios cientistas
Apesar de ser grande em relação ao seu grupo, em geral, a tarântula de Cuba não é tão grande assim. A espécie nativa de Cuba e com pernas de espanador pode chegar a 11,1 milímetros de comprimento.
De acordo com os autores do estudo, a maior espécie é a Theraphosa blondi. A famosa caranguejeira, que vive na Amazônia brasileira e em outros países do norte da América do Sul, chega a 35 milímetros.
No caso da nova espécie de tarântula descoberta em Cuba, o que mais chama a atenção são os pelos de suas pernas, que, segundo os autores, “se parecem com um espanador”.
Essa característica também é comum em tarântulas que vivem em árvores, mas a nova espécie habita buracos em florestas, assim como outras tarântulas do seu grupo.
Sobre o estado de conservação da espécie, os cientistas não conseguiram determinar o risco da nova tarântula de Cuba. Eles encontraram apenas três espécimes de tarântulas com pernas de espanador no Parque Nacional de Vinãles, no oeste de Cuba.
No estudo, os pesquisadores ressaltam a importância do parque para o ecossistema de Cuba, sendo uma região rica em espécies desconhecidas, como prova a tarântula com pernas de espanador.