Ciência

Cientistas descobrem civilização que viveu há 2 mil anos na Amazônia

Construções elaboradas foram encontradas em mapeamento e evidenciam a existência sociedade indígena complexa na Amazônia equatoriana
Imagem: Antoine Dorison e Stéphen Rostain/ Reprodução

Há cerca de dois mil anos, indígenas viviam em cidades com estruturas complexas na região da bacia do Rio Upano, na Amazônia equatoriana. É o que mostra uma nova pesquisa que identificou construções soterradas na região.

As estruturas foram capturadas em imagens 3D, por meio de um mapeamento que utilizou a tecnologia Lidar. Ela consiste em liberar pulsos de laser de um drone ou avião, capturando até mesmo construções no solo que estão cobertas por vegetação.

Stéphen Rostain, autor do estudo, já havia identificado estruturas na região há mais de duas décadas. “Eu não tinha certeza de como tudo se encaixava”, disse Rostain. Agora, no artigo publicado na revista , ele descreve o que parece ser a civilização amazônica complexa mais antiga.

O passado na Amazônia

Os assentamentos eram ocupados pelo povo Upano, entre 500 a.C. a 600 d.C. Dessa forma, essa civilização indígena existia no mesmo período que o Império Romano, na Europa.

Em geral, os pesquisadores encontraram estruturas cerimoniais, residências, estradas e também campos agrícolas com canais de drenagem. Mas elas não eram feitas de pedras, como aquelas de outras civilizações complexas – maias e astecas, por exemplo. 

De acordo com especialistas, essa sociedade indígena construía com barro. Então, para erguer construções tão complexas, foi necessário um sistema de trabalho organizado. “Era um vale perdido de cidades. É incrível.”, disse Rostain.

Isso indica que na região havia uma ocupação muito densa e uma sociedade extremamente complexa. Embora seja difícil estimar a população, os cientistas acreditam que o local abrigava algo entre 10 mil e 30 mil pessoas – um número semelhante à quantidade de habitantes da cidade de Londres durante a era romana.

Enquanto muitas pessoas pensam que a Amazônia abriga apenas grupos pequenos e isolados de pessoas, os resultados da nova pesquisa demonstram que a região também abrigava sociedades elaboradas. 

“Sempre houve uma incrível diversidade de pessoas e assentamentos na Amazônia, não apenas uma maneira de viver. Estamos apenas aprendendo mais sobre eles”, disse Rostain.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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