Ciência

Cientistas criam novo antiviral que alivia sintomas da Covid-19

Medicamento combina dois tipos de antiviral e demonstrou eficácia em pacientes com Covid-19 leve a moderada
Imagem: danilo.alvesd/ Unsplash/ Reprodução

Um medicamento chamado simnotrelvir pode acelerar a recuperação da Covid-19 leve ou moderada em um dia e meio. É o que argumenta um estudo publicado na revista .

Em comprimidos, o antiviral foi testado durante ensaio clínico, e demonstrou aliviar sintomas como febre, tosse e coriza.

Entenda a pesquisa

Para o ensaio clínico, os pesquisadores combinaram o simnotrelvir com um componente de outro antiviral, o ritonavir, presente no medicamento Paxlovid. Dessa forma, a quebra do primeiro remédio é controlada.

Então, os cientistas testaram a combinação em um grupo 600 pessoas, que tinham, em média, 35 anos de idade. Nenhuma delas tinha Covid-19 em nível grave, e ao menos metade dos participantes apresentaram fatores de risco para a doença, como obesidade.

De acordo com o estudo, o medicamento começou a agir imediatamente após a ingestão. Até o quinto dia, os níveis de SARS-CoV-2 do grupo que tomou o simontrelvir caiu 30 vezes mais do que naqueles participantes que ingeriram placebo. Com isso, os sintomas diminuíram mais rapidamente.

Covid-19 e antivirais

Durante a pandemia de Covid-19, medicamentos antivirais foram testados em pessoas com a manifestação grave da doença. Até hoje, a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é para que eles sejam administrados em quem tem alto risco.

No entanto, os pesquisadores do novo estudo buscaram testar os efeitos do medicamento em pessoas  jovens com níveis padrão de risco, uma vez que a Covid-19 já se tornou uma doença respiratória comum em populações.

Por enquanto, o simontrelvir apresentou duas desvantagens: o gosto ruim para ingerir e a incompatibilidade com uma variedade de medicamentos comuns. Como vantagem, o remédio tem um custo baixo quando comparado ao Paxlovid. 

Na China, já está disponível sob autorização de uso de emergência. Agora, os pesquisadores acreditam que os novos dados podem estimular autoridades de outros países a realizarem seus próprios ensaios clínicos e, quem sabe, aprovar o medicamento.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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