Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), está usando a mesma tecnologia de análise de movimento usado no filme Avatar, de James Cameron, para compreender e avaliar o controle postural de crianças com transtorno do espectro autista (TEA).
Segundo a universidade, o Sistema de Análise do Movimento Tridimensional permite que os pesquisadores capturem o movimento humano em três dimensões.
Assim como em Avatar, é possível analisar os pacientes com precisão e detalhamento, fornecendo informações valiosas sobre sua cinemática e sua cinética.
Como a pesquisa é feita
A mestranda Letícia Paes Silva, responsável pelo trabalho, explica que a captura dos movimentos é feita por meio de marcadores reflexivos. Eles são então colocados em pontos anatômicos específicos do corpo, como articulações e segmentos corporais, para rastreá-los.
“Câmeras infravermelhas capturam a imagem dos marcadores em várias posições ao longo do tempo. Que são analisadas e processadas por softwares capazes de determinar a posição tridimensional de cada marcador em relação ao espaço”, disse em um .
“O processo conta, ainda, com um software que realiza uma série de análises, incluindo cinemática, cinética e de postura, amplitude de movimento, velocidade e aceleração, entre outras”, explica.
Dessa forma, Letícia afirma que o trabalho tem o potencial de fornecer insights valiosos sobre os desafios motores enfrentados por crianças com TEA.
Segundo a pesquisadora, com isso, seria possível entender com mais clareza dificuldades motoras de forma precoce. Além disso, monitorar o progresso e avaliar como estão as intervenções nas crianças que são diagnosticadas com essa condição.
O estudo é desenvolvido pelo Laboratório de Análise de Movimento (LAM) da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG.
Pesquisa é em parceria com o Laboratório de Análise do Movimento Humano e Processamento de Sinais (Lamps) da Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília (FCE/UnB).
O levantamento é orientado pelo professor Sérgio Teixeira da Fonseca, da EEFFTO, e coorientada pela professora Clarissa Cardoso, da UnB.
Como participar da pesquisa com a tecnologia de “Avatar”
O projeto reúne crianças com TEA e típicas (sem nenhuma peculiaridade de saúde) que tenham entre seis e oito anos.
Para participar, os responsáveis devem agendar um horário com a equipe do estudo por meio de um ou pelo WhatsApp: (37) 99951-2294 ou (37) 99129-3887.
Assim, no mês de março, vão começar as coletas em Brasília, no campus Ceilândia da UnB. Todos os participantes receberão relatório com os resultados preliminares obtidos durante a participação no estudo.