Cientistas analisam sinais vitais da Terra. Conclusão: chegou o colapso climático
A maioria dos sinais vitais da Terra atingiram recordes negativos extremos, indicando que o futuro da humanidade está em risco por um colapso climático. É o que alertam cientistas de vários países que prepararam um relatório que soa como um alerta. Veja abaixo.
De acordo com esta análise climática anual, na terça-feira (8), 70% dos sinais vitais da Terra bateram recordes negativos.Os 35 sinais vitais são categorizados em quatro grupos:
- Humanidade: inclui sinais vitais como população; taxa de fertilidade; população de gado; produção de carne bovina per capita; PIB mundial; perda arbórea global; desmatamento na Amazônia; mortes por calor nos EUA e perda de ativos institucionais.
- Energia: consiste no consumo de energia por várias fontes, incluindo petróleo; carvão; gás; solar e eólica.
- Emissões: Corresponde às emissões de CO2 totais e per capita; percentual de emissões de gases do efeito estufa pela precificação de carbono; precificação de carbono; subsídios de combustíveis fósseis; e o número de governos que declararam emergência climática.
- Clima: essa categoria inclui uma ampla gama de variáveis relacionadas ao clima, como concentração de CO2, metano e óxido nitroso na atmosfera; desequilíbrio de energia na Terra; aquecimento e acidez dos oceanos; mudança do nível do mar; degelo na Antártida; queimadas nos EUA; enchentes e o percentual de dias extremamente quentes.
Principais recordes negativos de sinais vitais da Terra
Os principais causadores da crise climática atual, como enfatiza o estudo, são as emissões de carbono e outros gases do efeito estufa pela ação humana. Também são eles os sinais vitais que mais bateram recordes entre 2023 e 2024, preocupando cientistas sobre o futuro da Terra.
90% das emissões ocorrem pela queima de combustíveis fósseis, enquanto o restante se dá pela devastação da Terra, sobretudo o desmatamento.
De acordo com a análise, a temperatura da superfície e acidez dos oceanos da Terra atingiu níveis recordes, como informamos recentemente aqui no Giz.
Além disso, a média do nível do mar também quebrou seu recorde histórico e o aquecimento global teve seu auge em julho, com os três dias mais quentes da história.
As emissões de combustíveis fósseis não ficaram para trás, crescendo em 1,5% em 2023. Nos próximos anos, o estudo alerta que haverá mais eventos climáticos extremos devido a esses recordes infames. Por outro lado, a população no planeta cresce em uma taxa de 200 mil pessoas por dia. Similarmente, surgem 170 mil novos animais da pecuária, produzindo emissões consideráveis, além de contribuir para o desmatamento.Possível colapso climático
Caso não haja ação para reverter esses níveis, haverá uma enorme desestabilização na vida humana – e não humana. O estudo ressalta que, com os dados, o colapso da sociedade é uma possibilidade real.
“Já estamos no meio de uma reviravolta climática extrema, que colocará em perigo a vida na Terra de uma forma nunca antes vista pelos humanos”, diz William Ripple, professor de ecologia da Universidade de Oregon e co-autor do estudo.No Brasil, segundo Cássio Cardoso Pereira, pesquisador da UFMG e um dos autores do estudo, a principal fonte das emissões é o desmatamento.
Portanto, segundo Pereira, o Brasil deve “frear o desmatamento” e investir em formas regenerativas de agricultura e pecuária, bem como restaurar as áreas desmatadas.