??? ??????????, ?????? Vida digital para pessoas Tue, 22 Oct 2024 19:28:51 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png ?? ????????? ??? 32 32 ?? ?????? ????? ??? //emiaow553.com/resistentes-e-antigos-no-planeta-terra-conheca-9-curiosidades-dos-escorpioes/ Tue, 22 Oct 2024 22:03:11 +0000 //emiaow553.com/?p=604608 Algumas características são fofas, contraditórias, surpreendentes; há também um mito de que eles cometem suicídio

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Reportagem: Mateus Carvalho/Instituto Butantan

Os escorpiões não são exatamente bonitos. Eles podem até mesmo causar uma certa repulsa, já que muitas espécies representam um perigo à vida humana por serem venenosos. Mas esses animais também precisam ser respeitados: primeiro, porque eles desempenham um papel importante no equilíbrio ecológico como predadores de outros bichos e, segundo, porque são os aracnídeos mais antigos do planeta Terra. Isso mesmo: os escorpiões habitam nossa superfície há mais de 450 milhões de anos.

O Brasil abriga quatro espécies de escorpiões que são consideradas de interesse médico e registram a maior quantidade de acidentes. O escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus), que ocorre na região Norte e no estado do Mato Grosso; o escorpião-amarelo-do-Nordeste (Tityus stigmurus), que também tem aparecido nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Tocantins; o escorpião-marrom (Tityus bahiensis), frequente nas regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul; e o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), com ocorrência em todas as regiões do país, mas na região Norte, ainda restrito em Tocantins.

Resistentes e antigos no planeta Terra: conheça 9 curiosidades dos escorpiões

Escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus)

Para além da importância em saúde, os escorpiões ?assim como qualquer animal ?possuem características interessantes, inusitadas e até mesmo arrepiantes. Mas mais importante do que qualquer curiosidade é entender os hábitos desses aracnídeos, para que você possa não só evitar os mais perigosos, mas também entender os motivos que podem fazê-los se sentirem ameaçados.

A bióloga e assistente técnica de pesquisa científica e tecnológica do Biotério de Artrópodes do Instituto Butantan Denise Maria Candido identifica nove curiosidades dos escorpiões que talvez você nem imagine!

1 ?Os escorpiões podem ficar fluorescentes

Esses pequenos aracnídeos carregam em sua cutícula substâncias que são chamadas de metabólitos secundários. Por isso, eles parecem fluorescentes sob a luz ultravioleta. Esse tipo de iluminação ajuda os especialistas a fazerem o controle e coleta dos escorpiões, o que precisa acontecer à noite, já que é nesse período que eles saem para caçar. “Como eles ficam escondidos, é muito difícil achá-los. A luz os deixa brilhantes e nós conseguimos identificar a presença deles no meio de muros e no mato, por exemplo? explica Denise.

Luz ultravioleta ajuda na coleta de espécies de escorpiões

2 ?Eles picam pela cauda e não pelas pinças

O veneno do escorpião é armazenado no interior do órgão conhecido popularmente como cauda. Na verdade, o nome real dessa parte do corpo é metassoma: ela ajuda a dar equilíbrio ao animal, além de servir como forma de defesa. As pinças, por sua vez, têm outras funções e são usadas para segurar presas, alimentar-se e acasalar.

3 ?Soltar a “cauda?para se defender 

Os escorpiões do gênero Ananteris, encontrados em todo o Brasil e em regiões das Américas do Sul e Central, têm uma capacidade bem diferente: conseguem se desprender de sua “cauda?para escapar de predadores. Esse fenômeno (que pode ser visto também nos lagartos) é considerado uma automutilação: quando o órgão é destacado do corpo do animal, seu intestino e ânus param de funcionar corretamente e as fezes ficam acumuladas, causando uma intoxicação e, posteriormente, a morte.

“Essa capacidade é vantajosa porque ele consegue fugir de situações de perigo, mas depois o escorpião passa a ter uma vida mais curta? explica Denise. Então qual o benefício? Na natureza, a função dos bichos é reproduzir. Se o Ananteris consegue fugir do predador e, no tempo que lhe resta de vida, acasalar, sua meta no mundo terá sido cumprida.

 Escorpião do gênero Ananteris consegue soltar sua cauda para sobreviver em caso de ataque

Escorpião do gênero Ananteris consegue soltar sua cauda para sobreviver em caso de ataque

4 ?Um poderoso sistema sensorial

Apesar de possuírem até 12 olhos, a visão não é o forte dos escorpiões. O grande diferencial desses bichos é seu sistema sensorial: os pelos espalhados por seu corpo levam mensagens sobre o meio ambiente ao sistema nervoso, e os pentes que ficam no ventre são usados para sentir as vibrações, a temperatura e a umidade do ar. O resultado é que se eles notarem um pequeno barulho, fogem imediatamente.

Esses recursos foram sendo desenvolvidos ao longo de milhares e milhares de anos: é justamente por estarem há bastante tempo no planeta e terem sobrevivido a diversas revoluções ecológicas que os escorpiões adquiriram habilidades que os tornaram bastante resistentes ?o sistema sensorial é uma dessas habilidades, e considerada bem efetiva pelos biólogos.

Veja no vídeo abaixo a movimentação dos pentes do escorpião, que ficam na parte de baixo do seu corpo.

5 ?Dança nupcial: um convite para o acasalamento 

Algumas espécies, como o escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus) e o escorpião-marrom (Tityus bahiensis), acasalam para se reproduzir. O primeiro passo do romance é a escolha do local adequado, feita pelo macho. Depois, ele sai em busca de uma fêmea disposta a curtir o momento. É preciso encantar a pretendente, porque ela pode se negar e causar uma briga fatal para um deles. Depois do aceite, o macho “dá as mãos?(na verdade, as pinças) à fêmea e começa a levá-la para o ambiente escolhido. Esses movimentos, antes do ato, são chamados de dança nupcial.

Assista abaixo à dança entre dois escorpiões da espécie Tityus costatus, nativa do Brasil e que pode ser encontrada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, apesar de não ser tão comum.

6 ?Partenogênese, uma forma de reprodução sem acasalamento

É isso mesmo. De acordo com Denise, cerca de 5% das espécies de escorpiões tem a capacidade de ter filhotes sozinhas, sem precisar de um parceiro. Esse tipo de reprodução é chamado de partenogênese, que é o desenvolvimento de embriões sem a necessidade de fecundação de espermatozoides.

“O que chama atenção nas Américas do Sul e Central é que as duas principais espécies do bicho, o escorpião-amarelo-do-Nordeste e o escorpião-amarelo, têm a capacidade de se reproduzir por partenogênese, aumentando a população dos escorpiões no meio ambiente? diz a bióloga.

 Os escorpiões podem gerar entre 20 e 25 filhotes por gestação

Os escorpiões podem gerar entre 20 e 25 filhotes por gestação

7 ?Assim como as cobras e cigarras, os escorpiões trocam de pele 

Com apenas uma semana de vida, os filhotes já trocam de pele. Depois disso, eles trocam mais quatro vezes, até se tornarem adultos. Como eles são animais invertebrados, ou seja, não possuem coluna vertebral para sustentar o corpo, a sustentação é feita pela carapaça externa ?e quando ela fica muito pequena para acomodar o animal, precisa ser abandonada.

 Peles de escorpião

Peles de escorpião

8 ?O primeiro lar dos escorpiões são as costas da mãe 

Assim que nascem, os pequenos escorpiões sobem logo para as costas da mãe e lá ficam por 15 dias. Esse comportamento acontece por segurança e proteção. A fêmea cuida da ninhada, é verdade, mas ai dos que caírem pelo caminho: eles podem virar comida da própria mãe! O contrário não acontece: por todo o tempo que ficam em cima da mãe, os filhotes não se alimentam. É que, após nascerem, eles possuem uma espécie de reserva alimentar ?como se fosse o vitelo dos mamíferos (material nutritivo contido no óvulo).

Outro aspecto curioso é que, depois dessa quinzena nas costas maternas, cada um segue sua vida solitariamente sem grandes problemas. “Depois da primeira troca de pele, quando já estão formados, eles ficam mais uma semana e então saem para desbravar o mundo? detalha Denise.

 Depois do aconchego ao nascer, eles saem para desbravar o mundo solitariamente

Depois do aconchego ao nascer, eles saem para desbravar o mundo solitariamente

9 – Escorpiões cometem suicídio? É mentira!

Não acredite em tudo o que lê na internet. Há relatos de que se o escorpião fica no meio de uma roda de fogo, ele prefere se matar antes de morrer queimado. Mas a história não é bem assim. “Na realidade, ele sente que tem o perigo, então tenta se defender. O que acontece é que, por vezes, ao se movimentar muito em momentos de estresse, ele mexe a cauda e encaixa o ferrão em seu próprio corpo? explica Denise. Mas como qualquer animal peçonhento, o escorpião é imune ao seu próprio veneno. Em uma situação como a da fogueira, ele morreria queimado ao se desidratar.

ATENÇÃO: em caso de acidente com um animal peçonhento, procure o serviço médico mais próximo. Mantenha a calma: não faça torniquetes, não corte e não tente “sugar” o veneno, nem aplique nenhum produto sobre a ferida, pois essas práticas podem piorar o quadro.

 

Esta matéria foi validada pela bióloga e assistente técnica de pesquisa científica e tecnológica do Biotério de Artrópodes do Instituto Butantan Denise Maria Candido.

 

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???????????,??????,????????? //emiaow553.com/relaxante-nova-moda-e-fazer-ioga-segurando-cobras-vivas/ Sun, 20 Oct 2024 18:02:22 +0000 //emiaow553.com/?p=602739 Estúdio de ioga na Califórnia, nos Estados Unidos, está ficando famoso por aulas de ioga com cobras; conheça mais

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Um estúdio de ioga na Califórnia, nos Estados Unidos, está apostando em uma forma diferente de fazer ioga: com cobras. Isso mesmo… As aulas de “Snake Yoga”, como são chamadas em inglês, acontecem no estúdio LXRYOGA, na cidade de Costa Mesa.

Como surgiu a ideia da ioga com cobras?

Os animais que participam das atividades são as píton-bolas de estimação do casal Tess e Huy Cao, donos do estúdio. Todas elas levam nomes de cristais e, antes das aulas, cada participante sorteia uma pedra para determinar qual cobra será sua parceira. A mais velha delas tem quatro anos de idade e foi adquirida durante a pandemia de Covid-19. Hoje, são oito ao todo.

“Abrimos nosso estúdio de ioga LXRYOGA há cinco anos, alguns meses antes da pandemia”, contou a dona à revista People. “Tivemos que fechar completamente por causa da pandemia. Durante esse período, tínhamos tempo extra disponível, então decidimos ter um animal de estimação.”

Como funciona a Snake Yoga?

Usando roupas comuns de ioga, os praticantes podem manusear as cobras ou deixá-las deslizarem sobre eles. “Savasana [posição de relaxamento na ioga], onde os alunos deitam de costas com os olhos fechados, enquanto cobras são colocadas em seus corpos, parece um episódio de ‘Fear Factor’ [reality show de desafios] , mas a maioria diz que na verdade é relaxante e fortalecedor”, diz Tess.

Cada sessão dura 45 minutos e tem no máximo quatro participantes por aula. Antes da prática, há uma orientação prévia para explicar o que fazer – ou não – na hora de manusear os bichos. Segundo os relatos, eles nunca morderam ninguém- nem mesmo os instrutores. “Embora sejam animais de estimação muito sociáveis ​​e amigáveis, queremos evitar causar-lhes qualquer ansiedade”, explica.

Para que serve?

De acordo com Tess, o objetivo é, sobretudo, “ajudar indivíduos a superar o medo de cobras por meio da respiração”. No entanto, os motivos por trás da procura pelas aulas variam. “Alguns podem fazer nossa aula por diversão, alguns são curiosos sobre cobras e alguns realmente querem superar seu medo de cobras”, completa.

“Alguns podem dizer que nossa oferta é um ‘truque como outras práticas de ioga com incorporação de animais’, mas nós realmente acreditamos no que oferecemos”, defende ela. “Mas o que mais importa é que vimos todos saindo se sentindo fortalecidos, junto com uma nova perspectiva e apreciação por cobras ?sem mencionar que muitos querem sua própria cobra depois da experiência.”

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??? ??? ??? ?? ??? //emiaow553.com/cientistas-encontram-minhoca-gigante-vivendo-no-brasil/ Mon, 14 Oct 2024 20:15:46 +0000 //emiaow553.com/?p=602660 Essa espécie passa a maior parte do tempo em túneis subterrâneos e se alimenta de pequenos insetos.

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Uma nova espécie de réptil, com características estranhas e similar a uma “minhoca gigante? foi descoberta no Brasil. A descoberta aconteceu durante um trabalho de proteção à fauna da Serra do Espinhaço, realizado pela empresa Bamin (Bahia Mineração).

Em um estudo publicado no último dia 2, cientistas revelaram que o animal foi encontrado em Caetité, na Bahia. No estudo, cientistas brasileiros classificaram a nova espécie como Amphisbaena amethysta.

O animal, que parece uma mistura de cobra com verme, é do grupo das anfisbenas. Esse grupo engloba répteis sem patas que não se encaixam nas famílias das serpentes ou dos lagartos.

Curiosamente, em algumas regiões do Brasil, as anfisbenas são conhecidos como “cobras-de-duas-cabeças?devido à sua cauda arredondada, que se assemelha ao formato do crânio.

De acordo com o estudo, a espécie se diferencia de outras anfisbenas pelo formato do seu focinho, bem como as escamas e o número de anéis no seu corpo.

“Minhoca Gigante?é carnívora e vive debaixo da terra

Em análises de DNA, os cientistas confirmaram que essa “minhoca gigante? com cerca de 26 centímetros de comprimento, era, de fato, uma nova espécie encontrada no Brasil.

Por isso, a  Amphisbaena amethysta recebeu um nome que homenageia Brejinho das Ametistas, entre a Caatinga e o Cerrado, com uma enorme biodiversidade.

De acordo com o estudo, essa espécie passa a maior parte do tempo em túneis subterrâneos. Ela se alimenta de pequenos insetos que caem nessas estruturas.

Apesar de ter dentes afiados e morder, a espécie não é peçonhenta e representa uma diversidade ecológica maior do que se imaginava na fauna da Serra do Espinhaço.

Além disso, os cientistas acreditam que essa região pode abrigar outras espécies endêmicas de outras classes de animais.

“A identificação de uma nova espécie indica que a fauna fossorial da Serra do Espinhaço, bem como de outros grupos, está longe de ser completamente conhecida. O local pode abrigar uma diversidade muito maior de táxons endêmicos,?afirmaram os cientistas.

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????? ???? 2024-2025? ??? ??? ?? //emiaow553.com/no-alto-da-amazonia-surge-uma-nova-especie-de-sapo/ Thu, 10 Oct 2024 22:16:12 +0000 //emiaow553.com/?p=601235 Expedição liderada por cientistas da USP descobriu o anfíbio na Serra do Imeri, uma cadeia isolada de montanhas no norte do Amazonas

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Texto: Herton Escobar / Arte: Diego Facundini* / Jornal da USP

No alto de uma montanha no norte da Amazônia, o canto de um sapinho atraiu a atenção dos pesquisadores. Era um canto que eles nunca tinham ouvido antes, num lugar que ninguém nunca havia pesquisado antes ?dois fortes indícios de que se tratava de uma espécie nova.

Escutar o bicho era fácil; encontrá-lo no meio da vegetação, nem tanto. Levou quatro dias para os cientistas capturarem o primeiro exemplar, e dois anos para eles definirem cientificamente a sua identidade. Assim como previsto, tratava-se de uma espécie nova, que eles batizaram de Neblinaphryne imeri, em homenagem à cadeia de montanhas na qual ela foi descoberta: a longínqua Serra do Imeri, na fronteira do Amazonas com a Venezuela.

O trabalho que descreve oficialmente a espécie foi publicado em 25 de setembro na revista científica Zootaxa, assinado por um grupo de pesquisadores do Instituto de Biociências (IB) da USP, do Centro de Pesquisas sobre Biodiversidade e Ambiente (CRBE) da França e da Universidade Autônoma de Madri, na Espanha, que participaram de uma expedição pioneira à Serra do Imeri em novembro de 2022.

Os pesquisadores passaram 12 dias acampados no topo de uma montanha vizinha ao Pico do Imeri, a quase 1.900 metros de altitude, coletando a maior diversidade possível de plantas e animais ao redor do acampamento, em uma das regiões mais preservadas e menos conhecidas da Amazônia. Voltaram para casa com mais de 260 espécies de flora e fauna na bagagem; várias das quais são consideradas inéditas para a ciência. O Neblinaphryne imeri é a primeira dessas a ter sua descrição publicada numa revista científica ?o que equivale a uma certidão de nascimento da espécie.

Um dos sapinhos coletados na expedição e usados para descrever a nova espécie, batizada de Neblinaphryne imeri ?Foto: Leandro Moraes

Um dos sapinhos coletados na expedição e usados para descrever a nova espécie, batizada de Neblinaphryne imeri ?Foto: Leandro Moraes

Paisagem da Serra do Imeri, com o acampamento da expedição e o Pico do Imeri ao fundo ?Foto: Herton Escobar / USP Imagens

Paisagem da Serra do Imeri, com o acampamento da expedição e o Pico do Imeri ao fundo ?Foto: Herton Escobar / USP Imagens

“Logo que chegamos, ouvimos o canto de um sapinho que era claramente novo, pelo menos para nós. E desde os primeiros momentos tentamos encontrar o emissor daquele canto; mas foi difícil porque essa espécie é superpequena e canta muito bem escondida no musgo? conta o biólogo Antoine Fouquet, pesquisador do CRBE e colaborador de longa data da equipe do IB, onde fez pós-doutorado em 2010-2011. Foi ele, ao lado do colega Leandro Moraes, do IB, quem coletou o primeiro exemplar da nova espécie no Imeri.

Para encontrar o bichinho em meio a um emaranhado de musgos e raízes foi preciso usar a técnica de playback, em que o pesquisador grava o canto do animal e toca de volta para ele, na expectativa de atraí-lo para perto ou fazer com que ele se mova, revelando sua localização. “Eu fui atrás de um cantor, comecei a cavar com o Leandro, e depois de alguns minutos fazendo playback um bicho pulou, quando estávamos quase desistindo? relatou Fouquet, em entrevista ao Jornal da USP.

Nos dias seguintes, a equipe capturou outros nove exemplares da espécie (sete machos e três fêmeas no total), com 1,5 a 2 centímetros de comprimento cada um. O Neblinaphryne imeri é predominantemente marrom, com pintinhas brancas e algumas manchas amarelas espalhadas pelo corpo ?principalmente na porção ventral. As fêmeas são um pouco maiores do que os machos, que cantam predominantemente ao amanhecer e ao entardecer. Alguns exemplares foram encontrados em áreas de floresta, entocados no musgo; enquanto outros estavam em áreas abertas, escondidos na vegetação ou entre folhas de bromélias.

O exemplar que serviu de modelo para a descrição da espécie (conhecido como holótipo) foi um macho de 1,6 centímetro, coletado em 16 de novembro de 2022, a 1.800 metros de altitude ?detectado enquanto cantava na entrada de uma toca de tarântula. (O animal escolhido como holótipo não é necessariamente o primeiro a ser coletado, mas o que tem o melhor conjunto de informações associadas a ele, como gravações do canto, fotografias na natureza, localização exata do ponto de coleta e amostras de tecido.)

Todos os animais coletados na expedição estão depositados nas coleções biológicas do Museu de Zoologia da USP.

Parentesco inesperado

Desde o início, os pesquisadores perceberam que se tratava de uma espécie inédita, mas não sabiam a qual linhagem ela pertenceria ?ou seja, em qual braço da árvore genealógica dos anfíbios ela se encaixava. A hipótese preliminar, baseada numa avaliação visual dos animais em campo, era de que seria uma nova espécie de Adelophryne, um gênero de sapinhos que ocorrem tanto nas terras baixas quanto no alto dessas formações montanhosas do norte da Amazônia, conhecidas como tepuis. Análises moleculares (de DNA) e morfológicas mais detalhadas, porém, apontaram uma outra direção.

Para a surpresa dos pesquisadores, os dados indicaram que a parente mais próxima dos novos sapinhos era a Neblinaphryne mayeri, uma outra espécie que o mesmo grupo de cientistas havia descoberto em 2017 numa expedição ao Pico da Neblina ?a montanha mais alta do Brasil, que fica 80 quilômetros a oeste do Pico do Imeri. Por isso a nova espécie foi batizada de Neblinaphryne imeri. (No caso do Neblinaphryne mayeri, o nome da espécie é uma homenagem ao general Sinclair Mayer, do Exército Brasileiro, que foi fundamental para a realização das expedições.)

Espécies irmãs: Neblinaphryne imeri e Neblinaphryne mayeri são linhagens que divergiram de um ancestral comum, ocupando grupos de montanhas distintas no norte da Amazônia

Espécies irmãs: Neblinaphryne imeri e Neblinaphryne mayeri são linhagens que divergiram de um ancestral comum, ocupando grupos de montanhas distintas no norte da Amazônia

“O mais incrível é que as duas espécies são muito diferentes morfologicamente. Jamais imaginamos que elas seriam irmãs? relata o herpetólogo Miguel Trefaut Rodrigues, professor emérito do IB e mentor das duas expedições ?ao Pico da Neblina e à Serra do Imeri. “Você vê que a morfologia externa também engana, muitas vezes.?/p>

Foi só com a análise das características genéticas e osteológicas, obtidas por meio de uma tomografia computadorizada do esqueleto, que os pesquisadores puderam enxergar as semelhanças internas por baixo das diferenças externas, que revelaram o parentesco inesperado.

Hoje, as partes mais elevadas dos maciços da Neblina e do Imeri são separadas por 20 quilômetros de terras baixas, que funcionam como uma barreira à dispersão desses animais entre um e outro grupo de montanhas. Em outras palavras: as espécies estão completamente isoladas uma da outra, apesar da distância geográfica entre elas não ser tão grande assim ?especialmente para os padrões amazônicos.

Um mundo à parte

O conjunto desses ecossistemas de altitude do norte da Amazônia é conhecido como Pantepui. Sua marca registrada são as imponentes montanhas de topo plano e paredões desnudos, como o Monte Roraima e o próprio maciço do Pico da Neblina, que inspiraram a história de O Mundo Perdido, de Arthur Conan Doyle.

Do ponto de vista evolutivo, é como se o Pantepui fosse um bioma à parte da Amazônia, pairando sobre as terras baixas da floresta. As condições ambientais no alto dessas montanhas são diferentes das que existem abaixo delas, principalmente em função da temperatura; e as espécies que se adaptaram a viver na altitude dificilmente descem para as áreas mais baixas e quentes do bioma. Nesse sentido, é como se essas montanhas fossem arquipélagos em um oceano de floresta, que é intransponível para a maioria das plantas e bichos que vivem em suas “ilhas?

Os maciços do Pico do Imeri e do Pico da Neblina ficam no norte do Amazonas, dentro de duas áreas protegidas: a Terra Indígena Yanomami e o Parque Nacional do Pico da Neblina.

Os maciços do Pico do Imeri e do Pico da Neblina ficam no norte do Amazonas, dentro de duas áreas protegidas: a Terra Indígena Yanomami e o Parque Nacional do Pico da Neblina.

Por isso os cientistas suspeitam que as duas espécies de Neblinaphryne sejam endêmicas (exclusivas) de seus respectivos maciços. As evidências genéticas sugerem que elas se originaram de um ancestral comum que viveu naquela região 55 milhões de anos atrás, quando as montanhas do Neblina e do Imeri provavelmente estavam conectadas. À medida que a paisagem foi se transformando e os maciços foram se isolando uns dos outros pela erosão (em função de processos climáticos e geológicos), cada população de sapinho foi também se distanciando e se diferenciando uma da outra, ao ponto de se tornarem espécies diferentes. “Nós estamos ainda em um fase muito inicial de tentar reconstruir essa história; que, por ser muito antiga, é muito complexa? diz Rodrigues.

Até onde os pesquisadores puderam averiguar, a espécie do Pico da Neblina vive em áreas de vegetação aberta acima de 2 mil metros de altitude e se abriga, principalmente, debaixo de pedras; enquanto que a espécie da Serra do Imeri vive entre 1.700 e 2 mil metros de altitude, ocupando tanto áreas de floresta quanto de vegetação aberta. A necessidade de adaptação a essas condicionantes ambientais distintas, segundo os cientistas, poderia explicar porque as espécies divergiram tanto em sua morfologia externa. Os cantos de cada uma também são completamente distintos.

“Essas regiões altas tem uma configuração de ilhas e, tipicamente, cada ilha tem espécies endêmicas por causa do isolamento? explica Fouquet. Segundo ele, o Pantepui abriga pelo menos 11 gêneros de anfíbios endêmicos ou subendêmicos, que não descem ?ou muito raramente descem ?abaixo de 1 mil metros de altitude. “Esses gêneros evoluíram em isolamento durante dezenas de milhões de anos; então o Sir Arthur Conan Doyle não estava tão fora da realidade quando escreveu O Mundo Perdido, imaginando dinossauros e pterodáctilos no topo dos tepuis.?/p>

Peças do quebra-cabeça

Os cientistas ainda têm outras quatro espécies novas de anfíbios e três de lagartos do Imeri para descrever, pelo menos. “Esse é o primeiro de vários artigos e a primeira de várias espécies? diz o professor Taran Grant, especialista em anfíbios do IB-USP, que também participou da expedição à Serra do Imeri e assina o trabalho na Zootaxa.

Descobrir, descrever e estudar a história de vida de novas espécies é uma das tarefas mais básicas e mais importantes para a compreensão e a conservação da biodiversidade. “A primeira pergunta que todo mundo faz para nós é: Quantas espécies vocês descobriram lá na Serra do Imeri? Então essa é a primeira pergunta que a gente tem que responder? pondera Grant. “Bem ou mal, todos os esforços e iniciativas de conservação são baseados em diversidade de espécies.?/p>

Tanto a Serra do Imeri quanto o Pico da Neblina já estão dentro de áreas protegidas ?a Terra Indígena Yanomami e o Parque Nacional do Pico da Neblina ?que não estão sob pressão direta de desmatamento naquela região, pelo menos por enquanto. Mas as mudanças climáticas, impulsionadas pelo aquecimento global, ameaçam a biodiversidade de todo o bioma, e são especialmente problemáticas para essas espécies de altitude, que são adaptadas a temperaturas mais amenas e não têm para onde correr em caso de aquecimento

Pesquisar e proteger essas espécies, portanto, é fundamental tanto para entender o passado quanto para resguardar o futuro da biodiversidade amazônica. “Estamos conhecendo uma parte do planeta que era completamente desconhecida, do ponto de vista da ciência, e isso acaba preenchendo lacunas extremamente importantes na história da vida do planeta, da América do Sul e da Amazônia, como se fossem peças de um quebra-cabeça? explica Rodrigues. “Veja só; nós descobrirmos uma linhagem que a gente nem sabia que existia, com 55 milhões de anos de idade, e isso pode nos contar uma história sobre o nosso continente muito mais antiga do que a gente imaginava.?/p>

Descrever as espécies é apenas o primeiro passo desse processo. Os cientistas ainda planejam aprofundar as pesquisas genéticas e os estudos comparativos para entender melhor as relações de parentesco e a história evolutiva dessas linhagens.

Jornal da USP acompanhou os pesquisadores na Serra do Imeri em 2022 e produziu reportagens em texto e vídeo sobre a expedição, que podem ser vistas aqui e aqui. O projeto foi realizado com apoio do Exército Brasileiro e do programa Biota da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Também assinam o trabalho na Zootaxa os pesquisadores Renato Recoder, Agustín Camacho, José Mário Ghellere e Alexandre Barutel.

Mais informações com o professor Miguel Trefaut Rodrigues ([email protected]) ou Antoine Fouquet ([email protected])

*Estagiário sob supervisão de Moisés Dorado

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???? ?? ?? Archives??? ??- ???? //emiaow553.com/canadense-ganha-premio-fotografo-de-vida-selvagem-2024-com-foto-de-girinos/ Wed, 09 Oct 2024 20:04:00 +0000 //emiaow553.com/?p=601466 Neste ano, que marca o aniversário de 60 anos do concurso, foram 59.228 fotos inscritas, de 117 países.

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Na terça-feira (8) o Museu de História Natural de Londres anunciou os ganhadores do concurso “Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano de 2024”, com o canadense Shane Gross vencendo o prêmio principal.

Neste ano, que marca o aniversário de 60 anos do concurso, foram 59.228 fotos inscritas, de 117 países. Ao todo, 18 fotógrafos ganharam prêmios por seus trabalhos.

“A longevidade do Prêmio Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano é um testemunho da importância vital, bem como da crescente apreciação da nossa natureza? explicou Doug Gurr, diretor do museu, em um comunicado.

“Estamos muito felizes em obter imagens tão inspiradoras no portfólio deste ano. Essas fotografias não apenas encorajam os esforços de preservação da vida selvagem, mas também despertam a criação de ambientalistas em uma escala global? completou o diretor do museu.

As 100 melhores fotos do concurso estarão em uma exposição no Museu de História Natural de Londres, que começa na próxima sexta-feira (11).

Confira os vencedores do Prêmio Fotógrafo de Vida Selvagem 2024

O principal prêmio foi para Shane Gross, fotojornalista canadense da vida marinha, que levou o Prêmio Fotógrafo de Vida Selvagem 2024 com sua imagem que mostram uma infinidade de girinos nadando por águas e plantas. Confira, abaixo:

Prêmio Fotógrafo de Vida Selvagem 2024

Imagem: Shane Gross/Wildlife Photographer of the Year

O júri considerou a foto excepcional por mostrar a conexão intrínseca entre plantas, animais e o ambiente, representando assim como a beleza da natureza pode ser encontrada em qualquer lugar.

Além disso, o júri destacou como o fotógrafo conseguiu captar a mistura de luz, “energia e conectividade entre o ambiente e os girinos? Veja como o fotógrafo fez a foto que ganhou o prêmio principal:

Outras categorias

Jovens fotógrafos de 15 a 17 anos

O fotógrafo alemão Alexis Tinker-Tsavalas teve que rolar para debaixo de um tronco. Porém, conseguiu captar a imagem perfeita de um colêmbolo em uma floresta em Berlim.

Categoria jovem do prêmio Fotógrafo de Vida Selvagem 2024

Imagem: Alexis Tinker Tsavalas/Wildlife Photographer of the Year

Plantas e Fungos

O clique que ganhou a categoria Plantas e Fungos mostra uma bétula coberta por líquens em um vale na Escócia, similar a “barba de um homem velho? de acordo com o título que o fotógrafo Fortunato Gatto deu à imagem.

Imagem: Fortunato Gatto/Wildlife Photographer of the Year

Animais em seu ambiente

Um lince se espreguiçando em montanha coberta de neve venceu a categoria “Animais em seu ambiente?

Uma das fotos vencedoras do prêmio Fotógrafo de Vida Selvagem 2024

Imagem: Igor Metelskiy/Wildlife Photographer of the Year

Comportamento: mamíferos

Registro de bebê macaco dormindo após ser amamentado por sua mãe no Parque Nacional Wilpattu, no Sri Lanka venceu o tema “Comportamento: mamíferos?

Imagem: Hikkaduwa Liyanage Prasantha Vinod/Wildlife Photographer of the Year

Vida selvagem urbana

Tigre descansando no topo de uma colina na Índia com uma cidade ao fundo foi o melhor clique da categoria “Vida selvagem urbana? Aliás, a imagem foi feita durante a produção de um documentário sobre os Gates Ocidentais.

Imagem: Robin Darius Conz/Wildlife Photographer of the Year

Fotojornalismo

Fotografia que venceu a categoria “Fotojornalismo?mostra um perito criminal da polícia de Londres buscando impressões digitais em um marfim de elefante. Aliás, a foto ressalta que ainda existente contrabando de marfim.

Categoria fotojornalismo do prêmio Fotógrafo de Vida Selvagem 2024

Imagem: Britta Jaschinski/Wildlife Photographer of the Year

Comportamento: aves

Falcão praticando suas habilidades de caça em uma borboleta leva para casa o prêmio da categoria “Comportamento: aves?

Imagem: Jack Zhi/Wildlife Photographer of the Year

História de fotojornalista

O vencedor dessa importante categoria do Prêmio Fotógrafo de Vida Selvagem de 2024 foi Thomas Peschak. Isso porque ele conseguiu documentar a complicada relação entre o boto-cor-de-rosa e a população que habita uma aldeia próxima à Manaus.

Imagem: Thomas Peschak/Wildlife Photographer of the Year

Oceanos: a grande imagem

Mosaico com 403 pedaços de plásticos que estavam no sistema digestivo de uma pardela morta, pintando um retrato da realidade da poluição dos oceanos.

Imagem: Justin Gilligan/Wildlife Photographer of the Year

Rising Star

Corvo-marinho fotografado na Califórnia ganhou a categoria “Rising Star? Entretanto, da para ver apenas os pés da ave.

Imagem: Sage Ono/Wildlife Photographer of the Year

Subaquático

Nadando sob o gelo da Antártida, leopardo-do-mar encarando a câmera do fotógrafo Matthew Smith vence a categoria “Subaquático?

Imagem: Matthew Smith/Wildlife Photographer of the Year

Arte natural

Fotografia de corvo descansando em galho de árvore na Suíça foi criada com movimentos de câmera e maior velocidade de obturador para transmitir uma sensação de pintura.

Imagem: Jiří Hřebíček/Wildlife Photographer of the Year

Comportamento: Invertebrados

Formiga desmembrando um besouro venceu a categoria “Comportamento: Invertebrados?

Imagem: Ingo Arndt/Wildlife Photographer of the Year

Retratos de animais

Por fim, o Prêmio Fotógrafo da Vida Selvagem de 2024 tem mais um lince em um momento cotidiano vencendo a “Retratos de animais? A foto mostra uma fêmea descansando da nevasca enquanto seus filhotes já crescidos formam um abrigo para protegê-la. Veja:

Imagem: John E. Marriott/Wildlife Photographer of the Year

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??????????????????,??????,????????? //emiaow553.com/memoria-de-elefante-estudo-comprova-que-animais-reconhecem-humanos/ Wed, 09 Oct 2024 17:46:01 +0000 //emiaow553.com/?p=601209 De acordo com um estudo publicado na segunda-feira (7), há evidências sugerindo que elefantes asiáticos conseguem reconhecer membros de outras espécies.

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A memória de elefante não é apenas uma expressão para se referir a quem tem uma boa memória, mas também ilustra a capacidade desses animais em reter informações. Além disso, os elefantes conseguem reconhecer uns aos outros por diversas características, mas será que eles conseguem reconhecer outras espécies?

De acordo com um estudo publicado na segunda-feira (7), há relatos sugerindo que elefantes asiáticos conseguem reconhecer membros de outras espécies.

No entanto, este é o primeiro estudo a fornecer evidências sólidas da capacidade da memória de elefante quando o assunto são outras espécies. Aliás, neste caso, os seres humanos.

Método do estudo

O estudo foi conduzido na Alemanha, em parceria com o zoológico Serengeti Park, em Hodenhagen, avaliando duas elefantes fêmeas, Bibi e Panya. Ambas se mudaram do Jardim Zoológico de Berlim ?o mais antigo do país ?para o Serengeti Park, há 13 anos.

Desse modo, o pesquisador entrou em contato com os tratadores de animais do zoológico de Berlim que cuidaram delas para testar se a memória de elefante era fato ou fake.

No experimento, três tratadores tiveram que usar a mesma camiseta por oito horas, o que serviria como estímulo aromático. Além disso, Martin Kränzlin, autor do estudo, gravou áudios de frases curtas dos tratadores e tirou fotos.

Na fase de interação, o pesquisador montou dois racks próximos um do outro, fora da cerca de cada elefante. Em um dos racks, aparecia um estímulo de um dos três tratadores do zoológico de Berlim. No outro rack havia o estímulo correspondente de uma pessoa desconhecida dos elefantes.

Imagem: Martin Kränzlin/Divulgação

Memória de elefante é mais forte no faro

Comprovando a memória de elefante, o pesquisador afirma que os animais tentavam alcançar os estímulos dos tratadores reais com suas trombas para examinar melhor o estímulo.

“Filmamos o comportamento de cada elefante que testamos. Em seguida, usamos os vídeos para analisar a frequência e o tempo que os animais tentavam alcançar os racks com suas trombas? revela Kränzlin.

Segundo o estudo, não houve diferenças estatísticas importantes quando os estímulos eram fotos e áudios, apontando que a memória de elefante é capaz de se lembrar do cheiro das pessoas mesmo após décadas.

Aliás, estudos anteriores revelam que os elefantes possuem um excelente faro, mas o mesmo não ocorre na visão, sendo relativamente turva.

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????? ???? 2024-2025? ??? ??? ?? //emiaow553.com/formigas-praticavam-a-agricultura-muito-antes-dos-humanos/ Mon, 07 Oct 2024 14:27:37 +0000 //emiaow553.com/?p=600386 A agricultura de formigas, conforme diversas pesquisas, consiste no cultivo de apenas um tipo de fungo. Entenda!

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A agricultura é considerada um marco da inovação humana, mas você pode se surpreender ao descobrir que formigas praticavam a técnica muito antes de nós humanos.

A agricultura de formigas, conforme diversas pesquisas, consiste no cultivo de apenas um tipo de fungo. Isso ocorre porque há uma relação de cooperação simbiótica na agricultura das formigas.

Estudos anteriores demonstraram que uma espécie de formiga, geralmente, cooperava com uma cepa específica de fungo devido a uma evolução genética que permitiu o cultivo desse tipo específico. Porém, era difícil descobrir como essa estranha parceria começou porque cientistas não tinham muitas informações sobre os ancestrais desses fungos.

Agora, um novo estudo, publicado na última quinta-feira (3), analisou o genoma de várias formigas e fungos, incluindo as que não praticavam agricultura.

A análise ajudou a explicar como as formigas entraram no ramo da agricultura. Aparentemente, a atividade começou logo após a extinção dos dinossauros, quando houve a oportunidade de muitos fungos crescerem devido à quantidade de plantas que morreram.

Entretanto, somente 35 milhões de anos depois do início da atividade, as formigas estabeleceram a agricultura de modo organizado.

O motivo foi pelo clima seco do período, que resultou na escassez dos fungos. Desse modo, as formigas tiveram que cultivar os seus próprios fungos, criando a agricultura milhões de anos antes dos humanos.

Formas de agricultura entre diferentes formigas

O estudo observou o genoma de 475 tipos de fungos e 276 tipos de formigas, revelando a relação entre as espécies e quando elas romperam o vínculo com seus ancestrais em comum.

Formigas que cultivam leveduras são geneticamente próximas de formigas que cultivam coraloides, tipos de fungos diferentes presentes na agricultura desses insetos.

A formiga-cortadeira e outras espécies de formigas com técnicas mais avançadas de agricultura formam outro grupo. Aliás, o fungo cultivado por esse outro grupo também é diferente, sendo mais próximo das leveduras.

No entanto, todos os fungos da agricultura da formiga-cortadeira possuem relação genética próxima.

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???? ??? ??? ??? | ????- ??? ??? ??? //emiaow553.com/picadas-de-aranhas-sao-segunda-causa-de-envenenamento-no-pais/ Sat, 05 Oct 2024 18:17:18 +0000 //emiaow553.com/?p=600287 Soros antivenenos são distribuídos pelo SUS

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Texto: Paula Laboissière/Agência Brasil

O Brasil registrou 341.806 acidentes com animais peçonhentos ao longo de todo o ano de 2023 ?sendo 43.933 ocasionados por aranhas. O número representa 12% do total. O Ministério da Saúde alerta que as aranhas respondem, atualmente, como o segundo maior causador de envenenamentos por animais peçonhentos no país, atrás apenas dos escorpiões.

“Acidentes por animais peçonhentos representam um importante desafio para a saúde pública no Brasil. Devido à rica biodiversidade e ao clima tropical favorável, o país abriga uma grande variedade de serpentes, aranhas, escorpiões e outros animais peçonhentos, cujas picadas ou mordidas podem resultar em graves consequências para a saúde humana? destacou a pasta.

Segundo o ministério, embora apenas três grupos de aranhas causem acidentes graves no Brasil, todas fazem parte do convívio humano, seja dentro de casa, em quintais ou parques.

Os chamados soros antivenenos, incluindo o soro antiaracnídico, são distribuídos exclusivamente via Sistema Único de Saúde (SUS) e podem ser disponibilizados por hospitais públicos, filantrópicos e privados, desde que seja garantido tratamento sem custo ao paciente.

Veja as aranhas mais causadoras de acidentes

Acidentes por aranhas ou araneísmo configuram um quadro clínico de envenenamento decorrente da inoculação da peçonha de aranhas, através de um par de ferrões localizados na parte anterior do animal.

Confira, a seguir, as principais aranhas causadoras de acidentes graves no Brasil:

Loxosceles (aranha-marrom ou aranha-violino)

Os sinais e sintomas da picada incluem dor de pequena intensidade. O local acometido pode evoluir com palidez mesclada com áreas equimóticas (placa marmórea), instalada sobre uma região endurada. Também podem ser observadas vesículas ou bolhas sobre a área endurada, com conteúdo sero‐sanguinolento ou hemorrágico.

Nos casos mais graves, ocorre hemólise intravascular, de intensidade variável, sem associação direta com a extensão da lesão cutânea, tendo como principais complicações a insuficiência renal aguda por necrose tubular.

Phoneutria (aranha-armadeira ou macaca)

A dor imediata é o sintoma mais frequente. Sua intensidade é variável, podendo irradiar até a raiz do membro acometido.

Outros sintomas são inchaço por acúmulo de líquidos, manchas vermelhas na pele, formigamento ou dormência na pele e excesso de suor no local da picada, onde podem ser visualizadas as marcas de dois pontos de inoculação.

Latrodectus (viúva-negra)

Os sinais e sintomas incluem dor na região da picada, suor generalizado e alterações na pressão e nos batimentos cardíacos.

Podem ocorrer ainda tremores, ansiedade, excitabilidade, insônia, dor de cabeça, manchas vermelhas na face e pescoço. Há relatos de distúrbios de comportamento e choque, em casos graves.

O que fazer

Em caso de acidente, as orientações são:

– procurar atendimento médico imediatamente;

– fotografar ou informar ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como tipo de animal, cor, tamanho;

– se possível e, caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lavar o local da picada com água e sabão;

– realizar compressas mornas, que podem ajudar a aliviar a dor;

Confira aqui a lista de hospitais de referência para soroterapia em casos de acidentes por animais peçonhentos, separada por estado, constando as cidades onde estão localizados, nomes dos hospitais, endereços, telefones.

Em caso de emergência, a recomendação é contatar imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) ou o Corpo de Bombeiros (193). Também é possível entrar em contato com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica que atende a região onde o acidente ocorreu.

Prevenção

As medidas para prevenir acidentes com aranhas incluem:

– manter jardins e quintais limpos;

– evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas proximidades das casas;

– evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas;

– limpar periodicamente terrenos baldios vizinhos ?pelo menos numa faixa de um a dois metros junto das casas;

– sacudir roupas e sapatos antes de usá-los;

– vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e as paredes, consertar rodapés despregados, colocar soleiras nas portas e telas nas janelas.

– usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;

– afastar camas e berços das paredes e evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão;

– inspecionar sapatos e tênis antes de calçá-los.

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???? ??? ?????? //emiaow553.com/maior-anfibio-do-mundo-salamandra-gigante-da-china-pode-ter-9-especies/ Fri, 04 Oct 2024 21:57:46 +0000 //emiaow553.com/?p=600339 Há mais de 20 anos, cientistas sugerem a possibilidade de haver mais espécies. Entretanto, é difícil determinar a diferença apenas ao olhar para a salamandra.

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A salamandra-gigante-da-china, o maior anfíbio do mundo, era considerada uma espécie única, mas, agora, pode representar 9 diferentes espécies.

Conforme um estudo publicado na última quinta-feira (3), pesquisadores usaram dados genéticos para confirmar que o maior anfíbio do mundo é um amálgama de espécies que habitam diferentes bacias hidrográficas da China.

Há mais de 20 anos, cientistas sugerem a possibilidade de haver mais espécies. Entretanto, é difícil determinar a diferença apenas ao olhar para a salamandra.

Melissa Marr, coautora do estudo, explica que, por milhões de anos, a aparência da salamandra-gigante-da-china ?e de suas múltiplas espécies ?não mudou em nada.

Por isso, os pesquisadores recorreram a análises genéticas, comparando os níveis de diferenças dos DNAs entre diferentes populações de salamandras gigantes com o genoma de outras espécies de salamandras.

7 ou 9 espécies? Diversidade da salamandra-gigante-da-china é mínima

Imagem: ZSL/Divulgação

Curiosamente, esta não é a primeira vez que descobrem que a salamandra-gigante-da-china não é uma única espécie. Em 2019, cientistas confirmaram que havia três espécies diferentes do animal, com a Andrias sligoi, ou salamandra gigante do sul da China se tornando o maior anfíbio do mundo.

O animal, que habita o também gigante Rio das Pérolas, no sul da China, chega a crescer até 1,8 metro. Anteriormente, o recorde era da salamandra-gigante-do-japão.

“Nossa pesquisa revela a diversidade oculta. Apesar desses anfíbios serem muitos similares, eles divergem geneticamente em, pelo menos, sete espécies distintas? explica Marr.

Ainda de acordo com o estudo, o número de espécies da salamandra-gigante-da-china pode chegar a nove, mas ainda não há dados que sustentem essa hipótese. Desse modo, é necessário ainda mais esforços para proteger esse grupo extremamente em risco de extinção.

Risco de extinção pela gastronomia chinesa

Aliás, os cientistas que publicaram o estudo demandam o reconhecimento da salamandra-gigante-da-china como um grupo de 9 espécies para garantir que as leis de proteção se adequem à nova perspectiva.

Imagem: ZSL/Divulgação

O pesquisador do Instituto de Zoologia da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), Samuel Turvey, autor do estudo, explica sobre o risco de extinção do maior anfíbio do mundo.

“A salamandra-gigante-da-china (Andrias davidianus) é uma espécie em perigo crítico de extinção devido à superexploração de populações silvestres da espécie pela indústria de criação de salamandras que abastece o mercado da alta gastronomia chinesa? afirma o pesquisador.

Segundo Turvey, todas as 9 espécies que formam o maior anfíbio do mundo estão em risco de extinção, por isso a urgência para reconhecer as novas espécies da salamandra.

Como o estudo descreve, as novas espécies da salamandra, que não têm nomes, não podem entrar em diretrizes nacionais (ou internacionais) de conservação. Portanto, quatro espécies podem ser excluídas dos projetos de preservação.

“Precisamos focar nossa atenção em descrever e classificar cientificamente as novas espécies para garantir que sejam reconhecidas pela legislação ambiental de preservação?

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??? ????????, ?????? //emiaow553.com/cobertura-florestal-e-tipo-de-ambiente-moldam-diversidade-funcional-de-aves-insetivoras-na-mata-atlantica/ Fri, 04 Oct 2024 20:25:27 +0000 //emiaow553.com/?p=600337 Áreas mais desmatadas têm menos espécies, que são mais similares entre si e exercem as mesmas funções ecológicas, mostra estudo conduzido por pesquisadores da UFSCar e da Unesp. Segundo os autores, tal fenômeno compromete a resiliência do ecossistema

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Texto: Emilio Sant’Anna | Agência FAPESP

Cinco séculos de exploração econômica e desmatamento deixaram marcas profundas na Mata Atlântica. Um estudo publicado na revista Environmental Conservation aponta uma delas ao mostrar que a cobertura florestal e o tipo de ambiente são responsáveis por moldar a diversidade funcional das aves insetívoras no bioma. A pesquisa revela que a fragmentação da floresta pode levar à perda de espécies que desempenham funções ecológicas específicas, como o controle de pragas, e destaca a importância de manter a conectividade entre os fragmentos florestais para preservar a biodiversidade e as funções ecológicas essenciais.

O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com apoio da FAPESP (projetos 13/50421-2, 20/01779-5, 21/08534-0, 21/10195-0 e 22/10760-1). A área pesquisada foi o corredor ecológico da região Cantareira-Mantiqueira, no sudeste da Mata Atlântica. Ela cobre aproximadamente 700 mil hectares e conecta o Parque Estadual da Cantareira ao Parque Estadual da Serra da Mantiqueira. A região é formada por diversos mosaicos paisagísticos, com variações de perda florestal e diferentes usos da terra.

A maioria dos remanescentes florestais tem menos de 100 hectares, é isolada e formada por florestas secundárias em estágios de iniciais a médios de sucessão. Essas áreas são cercadas por diferentes formas de uso da terra, incluindo pastagens, agricultura em pequena escala, silvicultura, florestas em regeneração e áreas urbanas.

Os resultados mostraram que áreas com maior cobertura florestal abrigam mais espécies com diferentes funções ecológicas. Áreas com menor cobertura florestal têm diversidade funcional reduzida, comprometendo a resiliência do ecossistema e a oferta de serviços ecológicos essenciais.

“Isso é particularmente importante nas nossas áreas de estudo, muitas vezes compostas por matas secundárias. Ou seja, essas regiões abrigam hoje apenas uma fração das espécies que possuíam originalmente, devido à degradação que o ambiente sofreu? afirma o biólogo Enzo Coletti Manzoli, que conduziu o trabalho durante seu mestrado, realizado na UFSCar sob a orientação de Augusto João Piratelli, professor do Departamento de Ciências Ambientais.

Espécies sensíveis

A Mata Atlântica cobre aproximadamente 15% do território brasileiro e está presente em 17 Estados. Nessas áreas vivem mais de 70% da população brasileira, responsáveis por 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Hoje, restam cerca de 12% de sua cobertura original, de acordo com dados da Fundação SOS Mata Atlântica.

Além da cobertura florestal, o tipo de ambiente desempenha um papel crucial. Florestas secundárias e áreas regeneradas, apesar de não serem equivalentes às florestas primárias em termos de biodiversidade, ainda proporcionam hábitats importantes para espécies de aves insetívoras. No entanto, porções altamente urbanizadas ou convertidas para agricultura intensiva mostraram uma drástica redução na diversidade funcional dessas aves.

“O desflorestamento e a fragmentação têm sido os principais fatores de impacto sobre as espécies de aves nas últimas décadas. Em nossa pesquisa, percebemos como esses ambientes impactados podem conter menos nichos disponíveis para que as espécies de aves ocupem. Consequentemente, o comportamento das comunidades é afetado, podendo levar a uma lacuna na dinâmica de compensação entre as espécies? explica Manzoli.

Uma das descobertas mais preocupantes foi a constatação de que a fragmentação da floresta pode levar à perda de espécies que desempenham funções ecológicas específicas, como o controle de pragas. Isso ocorre porque espécies com características funcionais únicas são frequentemente as mais sensíveis à perda de hábitat e a mudanças ambientais. “Isso significa que as aves especialistas e suas funções ecossistêmicas podem estar sendo excluídas desses ambientes, pois já existem espécies generalistas ocupando os nichos dos quais essas aves precisam para ocorrer nessas matas em regeneração? diz Manzoli.

O resultado dessa perda de diversidade funcional não se limita apenas à própria mata degradada. Áreas ocupadas por plantações, onde originalmente havia floresta, podem também ser afetadas pela menor presença de aves insetívoras. Ou seja, a atividade econômica responsável pela derrubada da Mata Atlântica sofre com os problemas que causou ao bioma.

Piratelli ressalta ainda que as áreas de pastagens representam uma pequena parcela da avifauna original, enquanto ambientes como os brejos abrigam algumas espécies não encontradas nas áreas mais florestais. “A fragmentação e a degradação dos hábitats podem levar a extinções locais e à perda de funções ecológicas. Isso é preocupante tanto para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica quanto para a produção agrícola”, diz o orientador da pesquisa.

Os pesquisadores utilizaram uma combinação de métodos de campo, incluindo observações e gravações de sons das aves, para catalogar as espécies presentes em diferentes áreas de estudo. Para avaliar a relação entre a cobertura florestal, o tipo de ambiente e a diversidade funcional das aves, foram aplicadas técnicas de análise estatística avançada.

A pesquisa destaca a necessidade de integrar a conservação da biodiversidade com práticas de uso sustentável da terra. Em áreas onde a agricultura e a urbanização são inevitáveis, medidas como a criação de áreas protegidas, o manejo sustentável de florestas secundárias e a implementação de práticas agrícolas favoráveis à biodiversidade podem mitigar os impactos negativos sobre a diversidade funcional das aves.

“O poder de predição dos índices de diversidade funcional pode ser bastante útil para apoiar a tomada de decisão em projetos de uso da terra. Podemos ter ambientes cuja diversidade seja baixa, mas que funcionalmente as aves ali presentes sejam muito diferentes em características entre si e que, por isso, elas forneçam serviços ecossistêmicos mais variados? explica Manzoli.

Os autores do estudo também destacam a importância de políticas de conservação que promovam a restauração e a conectividade dos fragmentos florestais e a importância de considerar a diversidade funcional nas decisões do uso da terra. “Os próximos passos são verificar como os serviços ecossistêmicos são afetados e quantificar em modelos ecológicos o quanto disso se reflete economicamente? diz Manzoli. “No meu doutorado testaremos os impactos nas funções ecológicas juntamente com o impacto nos índices de diversidade funcional. Estou ansioso para ver os novos resultados.?/p>

O artigo Forest cover and environment type shape functional diversity of insectivorous birds within the Brazilian Atlantic Forest pode ser lido em: //doi.org/10.1017/S0376892924000080.

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????? ??-??? ?? ?? //emiaow553.com/estudo-identifica-possiveis-novas-especies-em-grupo-de-peixes-endemico-da-regiao-neotropical/ Fri, 04 Oct 2024 18:07:17 +0000 //emiaow553.com/?p=600011 A partir de análises morfológicas e moleculares de material coletado em rios do Nordeste brasileiro, pesquisadores estão se aprofundando na história evolutiva de pequenos peixes conhecidos como charutinhos ou mocinhas

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Texto: André Julião | Agência FAPESP

Com 84 espécies atualmente descritas, o gênero de peixes Characidium é possivelmente o mais diverso de que se tem notícia. Isso é o que constataram cientistas brasileiros depois de analisar mais de 4,4 mil exemplares desse gênero endêmico da região Neotropical, conhecido no Brasil como mocinha ou charutinho.

Em artigo publicado na revista Systematics and Biodiversity, o grupo que reúne pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA) aponta a ocorrência de 15 espécies apenas em rios que deságuam na região Nordeste, nas ecorregiões conhecidas como Caatinga Nordeste e Drenagens Costeiras, Mata Atlântica Nordeste, Parnaíba e São Francisco.

De todas essas espécies, dez já são descritas, quatro dependem de análises moleculares adicionais para serem confirmadas como novas e a restante, certamente, é uma espécie inédita na literatura científica, ainda a ser nomeada.

“Existem espécies de Characidium muito semelhantes entre si, que dificilmente são diferenciadas apenas pela morfologia externa [formato e características do corpo]. Outras, além de muito semelhantes visualmente, são bastante próximas do ponto de vista genético, não podendo ser diferenciadas com base apenas no marcador molecular mais usado para esse tipo de comparação? explica Leonardo Oliveira Silva, primeiro autor do estudo e bolsista de pós-doutorado da FAPESP no Instituto de Biociências de Botucatu (IBB) da Unesp.

O trabalho começou ainda no doutorado de Oliveira-Silva, quando ele e sua então orientadora Angela Zanata, professora do Instituto de Biologia da UFBA, percorreram os principais rios que cortam a região Nordeste em busca de definir quantas espécies de Characidium realmente ocorrem ali.

Além do material coletado, foram incluídos exemplares depositados em coleções científicas tanto pela própria Zanata quanto por outros pesquisadores. Mais de 4,4 mil indivíduos compuseram a análise, a maior já realizada com esse grupo, integrando dados morfológicos e moleculares. Estes últimos foram obtidos a partir de amostras de tecido dos peixes.

“As próprias coleções contêm muitos indivíduos nomeados apenas pelo gênero, já que mesmo especialistas no grupo têm dificuldade para diferenciar algumas espécies entre si. Além disso, muitas vezes, algumas descrições existentes não dão conta da variabilidade dentro de uma mesma espécie. Daí a importância de se definir com clareza cada uma? conta Zanata, que foi bolsista da FAPESP durante o doutorado e o pós-doutorado no Instituto de Biociências (IB) e no Museu de Zoologia (MZ), ambos da Universidade de São Paulo (USP).

 Leonardo Oliveira Silva durante coleta no rio Caraíva, em Caraíva, Porto Seguro (BA) (foto: Angela Zanata)

Leonardo Oliveira Silva durante coleta no rio Caraíva, em Caraíva, Porto Seguro (BA) (foto: Angela Zanata)

Diversidade recente

Entre os achados, os pesquisadores encontraram uma distância genética menor que 2% entre duas espécies com morfologia bastante distinta entre si, Characidium bimaculatum e Characidium deludens.

“Isso é um problema, porque o marcador molecular mais usado para delimitar espécies de peixes de água doce, o gene conhecido pela sigla COI, determina que 2% é o limite para diferenciar uma espécie de outra. No entanto, diversos estudos recentes têm mostrado que essa não é necessariamente uma verdade absoluta e que é de grande importância que se considere a história evolutiva das espécies antes que sejam tomadas decisões de mudanças em seus nomes? afirma Oliveira-Silva.

As duas espécies em questão, portanto, têm uma relação de parentesco bem próxima, mas é preciso incluir outros genes na análise para estabelecer se de fato se trata de espécies distintas e qual o parentesco e a história evolutiva entre elas.

Outras discrepâncias como essa são esperadas. Em parte, porque o gênero Characidium foi definido como monofilético (todos os elementos são descendentes de um ancestral comum) em um estudo de 1993, a partir de apenas 18 espécies. Isso num tempo em que as ferramentas moleculares ainda não estavam disponíveis para análises filogenéticas, ou seja, da história evolutiva, e ainda não se sabia da grande riqueza do grupo.

A monofilia, nesse caso, é a hipótese segundo a qual as espécies reunidas em Characidium são de uma mesma linhagem, ou seja, compartilham uma história evolutiva com um único ancestral em comum. No estudo atual, os autores apontam que um subgrupo, do qual faz parte Characidium chancoense, está mais próximo dos gêneros Leptocharacidium e Microcharacidium, o que tornaria Characidium não monofilético.

Outro achado, obtido por meio de análise filogenética, que traça a história evolutiva de um determinado grupo, aponta que várias das espécies de Characidium do Nordeste possuem ligação muito próxima com espécies de outras ecorregiões da América do Sul, como o Alto Paraná, Fluminense, Paraíba do Sul e Tocantins-Araguaia.

Uma vez que se trata de bacias hidrográficas atualmente desconectadas, a hipótese mais provável é que ancestrais em comum desses peixes tenham migrado de uma bacia para outra em períodos em que os corpos d´água se encontravam.

Com as evidências em mãos, os pesquisadores agora estão ampliando suas buscas para muito além dos limites nordestinos. O projeto liderado por Oliveira-Silva na Unesp tem como objetivo analisar os Characidium de todos os rios da América do Sul, a fim de estabelecer a filogenia mais completa realizada até hoje do grupo. Além disso, o pesquisador, juntamente com seus parceiros de pesquisa, busca por espécies ainda não descritas.

Recentemente, ele e Zanata estiveram no Peru e na Colômbia, onde puderam analisar exemplares depositados em coleções e, por meio de colaboração com pesquisadores desses países, puderam obter tecidos para as análises moleculares.

Angela Zanata (ao fundo) e Leonardo Oliveira Silva analisam exemplares de Characidiumno Museu de História Natural do Peru (foto: Leonardo Oliveira Silva)

Angela Zanata (ao fundo) e Leonardo Oliveira Silva analisam exemplares de Characidium no Museu de História Natural do Peru (foto: Leonardo Oliveira Silva)

“Graças a essas colaborações, estamos conseguindo tecidos de espécies de toda a América do Sul. Assim, poderemos resolver questões fundamentais que ainda pairam sobre esses peixes? encerra Zanata.

O artigo Underestimated diversity inCharacidium (Characiformes: Crenuchidae) from Neotropical rivers revealed by an integrative approach pode ser lido em: www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/14772000.2024.2346510.

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??? ?? ??? Archives??????? //emiaow553.com/cientistas-encontram-fossil-de-macaco-extinto-ha-10-mil-anos/ Fri, 04 Oct 2024 16:35:52 +0000 //emiaow553.com/?p=600195 Pelos fósseis, os cientistas afirmam que a dieta do macaco extinto há 10 mil anos consistia principalmente em frutas.

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Durante uma análise de fósseis raros, cientistas descobriram evidências de uma espécie de macaco extinto há 10 mil anos, que habitava a ilha Hispaniola, que corresponde à região entre a República Dominica e o Haiti.

Os cientistas encontraram os fósseis em cavernas aquáticas na República Dominicana, incluindo sete crânios, cinco mandíbulas e dezenas de outras partes de esqueleto.

No estudo sobre os fósseis, publicado no último dia 30, os cientistas consideram a caverna Cueva Macho como o local mais rico para fósseis de primatas no Caribe.

Segundo o estudo, as análises indicam que a espécie Antillothrix bernensis entrou em extinção há 10 mil anos.

Siobhán Cooke, autora do estudo, afirma que os fósseis do macaco são úteis para entender melhor a anatomia da espécie. Assim, os cientistas vão conseguir identificar os fatores ecológicos que contribuíram para o macaco ser extinto há 10 mil anos.

Descoberta da espécie

Aliás, Cooke participou da equipe de cientistas que descobriu o primeiro crânio de um Antillothrix bernensis, nomeado macaco da Hispaniola, em 2009, também em uma caverna subaquática na República Dominicana.

Mergulhadores observam os fósseis na caverna subquática na República Dominicana. Imagem: Zachary Klukkert/Divulgação

Desde então, mergulhadores de instituições do país, em parceria com o Museu de História Nacional, realizaram mais buscas por fósseis raros. Em 2018, eles descobriram o conjunto mais recente: sete fosseis do macaco extinto há 10 mil anos.

Muitos fósseis do macaco extinto há 10 mil anos 

Segundo Cooke, só existe outra espécie de macaco extinto com a mesma quantidade de fósseis, o Homunculus patagonicus.

“A quantidade e qualidade dos crânios fossilizados do Antillothrix bernensis, que destacamos neste estudo, nos permitiu descrever completamente o crânio e entender variações entre indivíduos. Desse modo, conseguimos obter informações sobre a dieta e o sistema social desses animais? afirma Cooke.

Pelos fósseis, os cientistas afirmam que a dieta do macaco extinto consistia principalmente em frutas. Além disso, o estudo descobriu que o macaco pode ter um parente moderno.

Os macacos titis, que habitam a América do Sul, incluindo o Brasil, são os que mais se aproximam do macaco.

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????? ?? ?? Archives //emiaow553.com/colecionador-de-insetos-na-infancia-pesquisador-e-hoje-o-sexto-cientista-que-mais-descreveu-aranhas-na-historia/ Thu, 03 Oct 2024 22:27:15 +0000 //emiaow553.com/?p=600001 Antonio Brescovit já descobriu mais de 800 espécies de aracnídeos e é responsável pelo Laboratório de Coleções Zoológicas do Butantan

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Reportagem: Aline Tavares/Instituto Butantan

No fundo de um quintal em Porto Alegre (RS), nas décadas de 1970 e 1980, crescia uma curiosa (e preciosa) coleção dos mais variados insetos e aracnídeos. O responsável pela coleta e cuidado dos bichos, então menino, deixava a mãe de cabelo em pé com o passatempo. Se aventurava no mato para admirar as peculiaridades da natureza, quando visitava os avós no interior, e comprava livros de zoologia para tentar dar nome ao que encontrava. E foi começando assim, com eterna curiosidade, que Antonio Domingos Brescovit se tornou pesquisador científico do Instituto Butantan e um dos maiores aracnólogos do mundo.

“Nos dias de aula de ciências, entrava no ônibus segurando um pote com algum bicho, e era engraçado porque ficava todo mundo olhando de longe, com medo?/em>

Formado em Biologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), mestre e doutor em Zoologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, Antonio Brescovit é diretor do Laboratório de Coleções Zoológicas do Butantan. Aos 65 anos, é o responsável direto pelos aracnídeos do Butantan ?que compõem a maior coleção da América Latina, englobando cerca de 600 mil lotes com quase 1 milhão de animais.

A pequena coleção de insetos, embrião da vida científica de Antonio, continuou inspirando o pesquisador ao longo dos anos. Durante a faculdade, ele finalmente aprendeu as técnicas corretas para armazenar os insetos: comprava alfinetes entomológicos e mandava fazer caixas especiais de madeira com tampa de vidro. Eventualmente, devido ao grande espaço que os itens ocupavam e aos custos de manutenção, o biólogo decidiu doar toda a coleção para o Museu de Ciências Naturais do Rio Grande do Sul, onde fazia iniciação científica.

Nessa época, durante a iniciação científica, o cientista teve a primeira experiência de pesquisa com aranhas, tema inesperado que acabaria definindo sua carreira. Embora a intenção inicial fosse trabalhar com insetos, Antonio viu uma maior oportunidade de crescimento no campo dos aracnídeos, pois ainda havia poucos especialistas no Brasil.

O foco do trabalho do biólogo é a taxonomia, ou seja, a descrição e classificação de novas famílias, gêneros e espécies. Só no mestrado e doutorado, o cientista propôs mais de 30 gêneros e mais de 50 espécies de aranhas da família Anyphaenidae. “As aranhas dessa família são conhecidas como aranhas-fantasma porque são muito rápidas. Coletar esses bichos sempre foi um desafio? conta.

Hoje, acumula um total de 880 espécies e 58 gêneros de aranhas descritos, sendo o segundo pesquisador que mais descreveu espécies destes animais no Brasil e o sexto no mundo, de acordo com a World Spider Catalog Association. Com mais de 30 anos de dedicação a essa minuciosa tarefa, ele garante: é um trabalho desafiador, mas muito gratificante.

“Você precisa ter bichos em quantidade para ter certeza que está descrevendo espécies novas e não variações de uma espécie, por exemplo. São horas olhando o bicho na lupa, fotografando, desenhando, para depois publicar e mostrar que aquilo é verdade?/em>

Antonio mostra a primeira foto que tirou no Butantan, em frente ao Laboratório de Coleções Zoológicas, em 1995

Antonio mostra a primeira foto que tirou no Butantan, em frente ao Laboratório de Coleções Zoológicas, em 1995

A construção de um legado

A história de Antonio Brescovit no Instituto Butantan começou em 1995. Quando estava na reta final do doutorado, passou no concurso de pesquisador científico e mudou-se para São Paulo com a esposa, também bióloga. Na época, integrou a equipe do antigo Laboratório de Artrópodes, que abrigava a coleção de aracnídeos. As coleções herpetológica (serpentes), entomológica (insetos) e acarológica (ácaros) ficavam em laboratórios separados. O acervo só foi unificado em 2010, após o incêndio que acometeu o prédio e destruiu milhares de exemplares ?sem dúvida, um dos momentos mais marcantes que viveu.

“Quando eu cheguei e vi o prédio, fiquei apavorado. Pela aparência que estava, achei que não havia sobrado nada. A coleção de serpentes foi a mais afetada, com uma perda de 80%, e a de aracnídeos cerca de 30%. A alunos perderam material de monografias, teses… Foi terrível?/em>

Aos poucos, as curadorias foram se reerguendo, e hoje são motivo de grande orgulho para Antonio, responsável por liderar a equipe há seis anos. Além da coleção própria, o Butantan recebe materiais de outras instituições, e também empresta exemplares a cientistas de fora ?colaboração internacional que ajuda a fomentar estudos de taxonomia e evolução.

O estudo e preservação da biodiversidade, que tem sido cada vez mais ameaçada, depende diretamente das coleções zoológicas. “Nós temos não só uma enorme coleção, mas uma coleção diversa, com materiais de pelo menos 40 países, alguns obtidos em expedições, outros doados? destaca. “Isso torna a coleção ainda mais importante em termos de acesso a material para pesquisadores brasileiros que estudam espécies de fora.?/p>

Para Antonio, além da manutenção de uma coleção tão rica, um dos maiores legados de seu trabalho é a formação de futuros especialistas na área. Pelo menos 20 doutores e 15 mestres já foram orientados por ele e conquistaram posições de relevância na pesquisa. Uma das ex-alunas, inclusive, tornou-se pesquisadora em seu laboratório ?a bióloga Cristina Rheims, hoje sua diretora-técnica substituta.

“Um dia, eu vou me aposentar, e precisamos de profissionais que continuem cuidando da coleção. Fico muito feliz de poder formar novos especialistas e vê-los atuando ?significa que a aracnologia não perdeu?/em>

Percalços na estrada

Quando Antonio começou a estudar aranhas na década de 1980, pouco se sabia sobre a diversidade de espécies, e fazer uma descrição levava muito mais tempo. Partir “do zero? buscar artigos em bibliotecas, fazer xerox dos desenhos, escrever a tese de doutorado em uma máquina de escrever… Tudo isso parece uma realidade bem distante.

“Atualmente é tudo informatizado: acessamos os artigos online, fazemos microscopia eletrônica de varredura para observar minúsculos detalhes das estruturas do animal que não conseguimos ver na lupa, fotografamos e já passamos para o computador. Uma vez com todo o material em mãos, em dois a três dias você descreve o exemplar, algo que antes podia demorar semanas? afirma.

Mas a melhor parte do trabalho, sem dúvida, acontece fora do laboratório: as expedições. Antonio já realizou mais de 60 viagens de campo para coletar espécimes de aranhas em todo o Brasil, sendo a maior parte pelo Programa Biota da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Com o projeto Butantan na Amazônia, visitou a região pelo menos três vezes por ano durante cinco anos. Também viajou para o Peru, Argentina e Chile ?neste último, chegou a percorrer mais de 6 mil km de carro.

Ao longo do caminho, o cientista acumulou muitas histórias ?algumas boas, outras nem tanto. Apesar dos momentos difíceis, como o incêndio no prédio das coleções e quando teve o carro de um projeto roubado voltando de uma viagem de campo, no dia do aniversário de um ano da filha, o bom humor é marca registrada do pesquisador, conhecido por brincar com todo mundo.

Quem olha uma das aranhas de plástico em cima de sua mesa, por exemplo, nem imagina a história cômica que há por trás. “Certo dia, um professor da USP nos trouxe uma caixa dizendo que os colegas de departamento encontraram uma aranha ali. Quando abri a caixa, coloquei a mão dentro e ele entrou em pânico. Quando retirei, era uma aranha de plástico. Os colegas tinham pregado uma peça. Ele ficou tão sem graça que simplesmente foi embora? relembra.

Antonio conta que ele e os próprios colegas também já “aprontaram?bastante. No prédio onde morava, costumava receber caixas com bichos encontrados pelos vizinhos e amigos para levar à coleção. Um desses animais foi uma enorme caranguejeira, que foi deixada na portaria.

“Fui buscar a caixinha e perguntei ao porteiro se ele queria ver a coisa linda que ganhei. Quando abri a caixa e mostrei a aranha, ele foi parar do outro lado do prédio?/em>

No grupo de Whatsapp do condomínio onde mora hoje, aliás, o cientista se tornou consultor oficial: os moradores sempre enviam fotos de aranhas que encontram por aí para descobrir qual é e se o bicho é perigoso. Segundo ele, mesmo garantindo que o animal é inofensivo, muitas pessoas têm medo ?especialmente se a aranha for grande.

Um pouco de chimarrão e filmes de faroeste

Antonio se considera uma pessoa calma, piadista e bastante irônica. Acredita que é preciso aprender a levar as coisas “na esportiva?e não ser tão sério o tempo inteiro. Como bom gaúcho, toda vez que visita a família no Sul, traz de volta itens especiais: erva para o chimarrão, patê de fígado de porco, além de doces como figada e pessegada. Grande torcedor do Grêmio, também adora jogar futebol e fazer churrasco aos finais de semana. Na televisão, curte assistir séries de crime e filmes de faroeste.

Enquanto o biólogo estuda aranhas, sua esposa, Fernanda, faz pesquisas com moluscos. Já a filha de 22 anos decidiu seguir um caminho diferente: está no terceiro ano de Medicina. Orgulhoso, o pai diz que ela é “terrível? pois passou em quase todas as provas que fez para o vestibular. “Ela só não aprendeu comigo a não ter medo de barata. Todas as vezes que aparecem eu tenho a função de me livrar das baratas em casa? conta.

Apaixonado pelas aranhas que descreve, gosta de dar nomes curiosos: 17 espécies nativas da Mata Atlântica identificadas pelo pesquisador foram incluídas no gênero Predatornoops, nomeado por ele em homenagem ao filme de ficção científica “O Predador? A aranha Predatoroonops schwarzeneggeri, por exemplo, faz referência ao ator Arnold Schwarzenegger. Já uma aranha cega encontrada em uma caverna de Minas Gerais, da família Ochyroceratidae, foi batizada de Ochyrocera dorinha, homenageando a personagem com deficiência visual da Turma da Mônica.

No Butantan, o cientista acaba de iniciar mais um projeto de pesquisa que deve durar cerca de cinco anos. Depois disso, pensa em se aposentar e deixar a “herança?das pesquisas para o próximo curador. Preocupado com o futuro das coleções zoológicas, Antonio não mede esforços para cuidar do acervo e formar profissionais dedicados a manter esse legado tão importante para a ciência brasileira.

“Infelizmente, muitos não entendem o valor da diversidade acumulada nos acervos. Por isso reforço a importância de formar novos especialistas. Precisamos correr atrás para manter as nossas coleções e resgatar o seu valor”?/em>

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??? ??? ????????, ?????????? //emiaow553.com/cientistas-descobrem-para-que-servem-as-pernas-deste-peixe-incomum/ Mon, 30 Sep 2024 16:00:23 +0000 //emiaow553.com/?p=598740 Cientistas revelaram como a formação genética desta espécie incomum de peixe deu origem a essas pernas e como elas são usadas; saiba mais

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O tordo-do-mar-do-norte é um peixe que incomum que desperta interesse de cientistas pelas suas características peculiares, como suas pernas. Com o nome de um pássaro, devido às suas nadadeiras quem lembram asas ?mas o peixe não voa ?o tordo-do-mar-do-norte (Prionotus carolinus) tem seis “pernas?similares às de um caranguejo.

Pesquisadores suspeitavam que as pernas incomuns serviam para ajudar o peixe a detectar comida de uma forma diferente.

Agora, cientistas de Harvard e Stanford, bem como pesquisadores Universidade de Gênova, desvendaram o mistério por trás das pernas deste peixe incomum.

Em um estudo publicado na última quinta-feira (26), os cientistas revelaram como a formação genética desta espécie incomum de peixe deu origem a essas pernas e como elas são usadas.

Segundo os cientistas, as pernas do tordo-do-mar-do-norte, além de ajudar a locomoção do peixe, desempenham um papel importante como órgão sensorial na caça.

As pernas possuem um revestimento de papilas gustativas ?estruturas sensoriais que temos na língua responsáveis pelo paladar. Assim, o peixe consegue utilizar as pernas para detectar e desenterrar pequenas presas nos sedimentos do fundo do mar, segundo os cientistas.

Pernas são características evolutivas do peixe incomum

Através de experimentos em ambientes controlados, os cientistas observaram que o tordo-do-mar-do-norte consegue alternar entre nadar e “caminhar?durante a caça.

Desse modo, a técnica incomum deste peixe incomum consiste em utilizando as pernas e nadadeiras para vasculhar o substrato marinho para encontrar comida.

Os cientistas confirmaram essa hipótese por análises genéticas e dos tecidos deste animal incomum e em testes com produtos químicos, revelando a habilidade sensorial das pernas do peixe.

Imagem: Anik Grearson/Divulgação

Além disso, os cientistas observaram que peixes de outro lote, que também tinham seis pernas, não conseguiam usá-las para encontrar presas. Os pesquisadores descobriram que essa espécie era o tordo-do-mar-listrado (Prionotus evolans), do mesmo gênero, mas sem a característica sensorial, indicando uma divergência evolutiva entre as duas espécies. 

Aliás, a habilidade sensorial incomum das pernas do peixe é um exemplo de como a evolução serve para adaptação de organismos.

O tordo-do-mar-do-norte vive em águas rasas de fundo arenoso na Costa Atlântica Nordeste, região entre o Canadá e os EUA. A área é ideal para o peixe usar suas habilidades peculiares para garantir a sobrevivência da espécie.

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??? ?? ?????????, ?????????? //emiaow553.com/maior-primata-das-americas-e-peca-chave-para-o-reflorestamento-em-regiao-do-interior-de-sao-paulo/ Mon, 30 Sep 2024 13:27:44 +0000 //emiaow553.com/?p=598432 Na Estação Ecológica do Barreiro Rico, em Anhembi, abordagens distintas são compartilhadas entre pesquisadores a fim de compreender a relação da floresta com o muriqui-do-sul e conectar populações por meio de corredores ecológicos. Prevenção dos incêndios na área fez com que grupo voltasse a prosperar após quase desaparecer

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Texto: André Julião, de Anhembi | Agência FAPESP*

Cercada de pastagens, plantações de cana-de-açúcar, eucalipto e laranja, uma área de 292 hectares no interior de São Paulo abriga cinco dos cerca de 1.300 indivíduos remanescentes na natureza de muriqui-do-sul, ou mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides). Junto com o muriqui-do-norte (B. hypoxanthus), os mono-carvoeiros representam os maiores primatas das Américas, endêmicos da Mata Atlântica e exclusivos do território brasileiro.

Observar do chão a família residente na Estação Ecológica do Barreiro Rico, uma unidade de conservação integral estadual criada em 2006, não é fácil para os humanos, primatas que há muito perderam a habilidade de escalar árvores com destreza.

Por isso, numa manhã de agosto, a doutoranda Beatriz Robbi, do Laboratório de Manejo e Conservação de Fauna, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), sobrevoa a copa das árvores com um drone. O pequeno veículo aéreo guiado por controle remoto é dotado de um sensor termal e de uma câmera.

No começo da manhã e no fim da tarde, quando as temperaturas são mais amenas e os galhos e folhas estão mais frios, é mais provável detectar os muriquis pelo calor emanado de seus corpos, de braços alongados e barriga protuberante.

Com autonomia de 20 minutos em cada bateria (são quatro no total), o drone percorre grande parte da área. Quando detecta os muriquis, é possível ir até eles no meio da floresta. Então pode-se observar se estão juntos ou separados, o que estão comendo, se estão se reproduzindo, se têm filhotes ou fêmeas grávidas, entre outras informações. As coletas de dados vão até o final do dia, quando param para dormir. Nenhum foi detectado quando a equipe da Agência FAPESP esteve no local nos dias 21 e 22 de agosto de 2024.

“No total, são 12 indivíduos conhecidos na chamada Área de Proteção Ambiental do Barreiro Rico, que junto com a Estação Ecológica compõe um mosaico de cerca de 30 mil hectares, com fazendas, empresas e fragmentos de Mata Atlântica. No caminho entre essas porções de floresta, porém, existem estradas, fios de alta tensão, plantações, pastagens e construções, o que atrapalha, quando não impossibilita, os grupos de se encontrarem e se reproduzirem entre si? explica Robbi.

Conectar a população de muriquis é essencial para a conservação da espécie. Medidas para a sua conservação podem contribuir especialmente com as outras quatro espécies de primatas presentes na área: bugio-ruivo, macaco-prego, sagui-da-serra-escuro e sauá. E também com as mais de 200 espécies de aves e mais de 30 de mamíferos terrestres, como quatis, jaguatiricas, onças-pardas, tamanduás-bandeira, queixadas e catetos.

A principal forma de fazer a ligação da área com outros remanescentes são os chamados corredores ecológicos, florestas que conectem os fragmentos de Mata Atlântica então isolados. Esse é o objetivo de um grupo de pesquisadores, ONGs e da Fundação Florestal, órgão que administra as unidades de conservação do Estado de São Paulo.

Restauração

Segundo Luana Carvalho, mestranda no Laboratório de Silvicultura Tropical (Lastrop) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), que também desenvolve pesquisa no local, por meio do estudo da ecologia da paisagem e de sensoriamento remoto será possível identificar os fragmentos florestais de maior valor ecológico para o muriqui, ou seja, aqueles que ainda possuem qualidade para sua reprodução, alimentação e abrigo.

“A partir disso, poderemos determinar onde e como conectar esses fragmentos. Estamos priorizando espécies arbóreas importantes para a alimentação e uso pelo muriqui, o que nos permitirá orientar uma restauração florestal focada nessa espécie. Assim, poderemos criar corredores ecológicos que, além de expandir a cobertura florestal, oferecerão os recursos alimentares necessários, respeitando as exigências de cada espécie arbórea? afirma.

Pesquisadores estão coletando dados das plantas mais usadas pelos muriquis-do-sul na região de Anhembi. Objetivo é guiar reflorestamento que deve conectar fragmentos de Mata Atlântica (foto: Beatriz Robbi/UFV)

Pesquisadores estão coletando dados das plantas mais usadas pelos muriquis-do-sul na região de Anhembi. Objetivo é guiar reflorestamento que deve conectar fragmentos de Mata Atlântica (foto: Beatriz Robbi/UFV)

Seu projeto, orientado por Edson Vidal, um dos coordenadores do Lastrop e professor na Esalq-USP, busca entender a estrutura da floresta e como ela sustenta as espécies. A área estudada é parte dos 4% remanescentes de floresta estacional semidecidual que restam na Mata Atlântica. Mais seca do que a floresta ombrófila, fitofisionomia mais conhecida por áreas como a Serra do Mar, por exemplo, a estacional semidecidual perde parte das folhas durante os meses de seca como forma de conservar água nas plantas.

A restauração planejada na região faz parte do projeto Corredor Caipira, iniciativa financiada pela Petrobras que visa estabelecer corredores ecológicos para conectar o território.

“O projeto busca justamente reconectar os fragmentos florestais para que a biodiversidade não fique isolada, o que aumentaria em muito os riscos de extinção de espécies em declínio populacional. Os animais precisam de conexão para se reproduzir, para procurar alimento e mesmo aumentar as chances de não desaparecerem por conta de algum evento não controlado, como um incêndio que destrua uma área como essa, por exemplo? afirma Pedro Brancalion, professor da Esalq-USP e outro coordenador do Lastrop.

Brancalion está à frente do projeto ?strong>Compreendendo florestas restauradas para o benefício das pessoas e da natureza ?NewFor? apoiado pela FAPESP no âmbito do Programa BIOTA e pela Organização Neerlandesa para a Pesquisa Científica (NWO), dos Países Baixos.

Barreiro Rico se tornou recentemente parte das cerca de 50 áreas atualmente monitoradas pelo NewFor. Em todas elas, são selecionadas parcelas, porções de 900 metros quadrados de floresta, em que todas as árvores com diâmetro acima de 5 centímetros na altura do peito são medidas e monitoradas. Ao todo, o projeto já monitorou cerca de 800 parcelas, distribuídas ao longo de quase toda a Mata Atlântica.

A cada mês, Robbi visita as parcelas do NewFor em Barreiro Rico, medindo a quantidade de flores, frutos e sementes para saber a disponibilidade de alimento para os muriquis na floresta. Além disso, em um esforço paralelo, ela e Carvalho coletam fezes dos muriquis para identificar quais espécies de frutos são consumidos, a fim de aumentar o número de espécies vegetais indicadas para a área.

“Os muriquis são considerados os jardineiros da floresta, importantes na manutenção da Mata Atlântica. Por se alimentarem de frutos com sementes grandes, são os principais dispersores de espécies arbóreas como cambuí, jatobá e copaíba, que outros animais não conseguem dispersar? explica Carvalho.

Algumas dessas sementes, inclusive, só germinam após a quebra da dormência, que acontece depois de passarem pelo trato digestório dos animais. Portanto, a extinção local do primata pode causar uma degradação importante na floresta pela perda de espécies da flora restritas a pequenos fragmentos, como a Estação Ecológica do Barreiro Rico.

Fogo

Estimativas dão conta de que entre 200 e 500 muriquis já viveram em Barreiro Rico num passado não muito distante. O grupo da Estação Ecológica era ainda menor em 2018, quando ocorreu o último incêndio na área. Com a trégua do fogo, dois filhotes nasceram entre 2023 e 2024.

Com temperaturas cada vez mais altas e clima mais quente, não foi por milagre que os incêndios cessaram nos últimos anos. João Marcelo Elias, gestor da Estação Ecológica junto à Fundação Florestal, conta que foram muitos fatores que contribuíram para que não houvesse mais queimadas como a de 2012, que destruiu 750 hectares, parte deles dentro da Estação Ecológica.

“Houve um investimento do Estado em recursos humanos, viaturas com 500 litros de água, equipamentos de proteção individual, abafadores, mangueiras, mochilas costais e treinamento de brigadas. Isso é essencial para evitar que um foco se transforme em um incêndio como os que estamos vendo? diz Elias, citando os então 110 mil focos de calor registrados no país em 2024.

Além do investimento estatal, por meio do projeto SP sem Fogo da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), o gestor atribui o sucesso ao engajamento realizado no entorno, que ele chama de uma verdadeira mobilização de empresários, proprietários rurais e da população em geral. Hoje, além dos 500 litros de água em cada viatura, existem reservas de 7 mil litros na base da Estação Ecológica e outros milhares nas propriedades rurais do entorno. A conscientização quanto a evitar fogueiras, queimar lixo, queimadas para limpar terrenos, descarte de bitucas de cigarro acesas e mesmo o simples ato de encostar o motor quente dos tratores na palha seca da cana-de-açúcar, entre abril e setembro, já traz grande alívio para os bombeiros e brigadistas.

“Criou-se um pertencimento ao local, e o muriqui é o nosso melhor garoto-propaganda? encerra Elias.

*Colaboraram Daniel Antônio e Phelipe Janning.

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???? ?????????, ?????? //emiaow553.com/por-que-as-cobras-tem-sangue-frio-entenda-como-funciona-a-temperatura-corporal-desses-animais/ Fri, 27 Sep 2024 17:54:43 +0000 //emiaow553.com/?p=598220 Serpentes precisam de fontes externas de calor para ajudar na locomoção, função imunológica, alimentação e reprodução

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Reportagem: Aline Tavares/Instituto Butantan

Assim como outros répteis (e os anfíbios), as serpentes são conhecidas por terem “sangue frio??ou, cientificamente falando, por serem ectotérmicas. Mas, diferente do que se imagina, isso não significa que elas estão sempre frias: o que acontece é que as cobras dependem do ambiente externo para regular sua temperatura corporal, pois não conseguem produzir calor suficiente sozinhas.

Por outro lado, os animais endotérmicos ?aves e mamíferos (incluindo nós, humanos) ?usam calor gerado internamente por reações metabólicas para manter sua temperatura estável, tanto no verão como no inverno, além de contarem com recursos fisiológicos, como transpiração ou tremor, que ajudam nessa regulação.

A temperatura corporal influencia diversos aspectos comportamentais e fisiológicos das serpentes, como locomoção, função imunológica, alimentação e crescimento. Elas buscam o calor para ativar a circulação, produzir hormônios e até para ajudar na digestão ?por isso, são fãs de pegar um solzinho após o almoço.

Sem fontes de calor, as cobras não conseguem cumprir suas funções metabólicas. Assim, no inverno, tendem a ficar mais letárgicas e podem até evitar se alimentar, passando por um processo de dormência semelhante à hibernação dos mamíferos, chamado de brumação. Diferente dos amigos de “sangue quente? que se alimentam bastante antes de hibernar, as serpentes podem brumar sem se nutrir. Elas ficam em locais expostos ao sol e reduzem o ritmo da respiração e dos batimentos cardíacos.

O oposto também acontece: quando está muito quente, a cobra pode se abrigar em um lugar fresco e entrar em um estado de dormência conhecido como estivação, que a ajuda a sobreviver às altas temperaturas.

O calor também dita a reprodução: muitas serpentes se reproduzem de acordo com a época do ano. Entre as espécies brasileiras, o acasalamento geralmente acontece no outono ou inverno, mas é somente na primavera que as fêmeas entram em período fértil. Elas armazenam o esperma masculino até que os óvulos estejam prontos para serem fecundados. Os filhotes costumam nascer no verão, época mais propícia para seu desenvolvimento, com clima favorável e maior disponibilidade de alimentos.

Algumas cobras, no entanto, desafiam “as leis da natureza?e conseguem produzir calor sozinhas. É o caso das mamães pítons e cascavéis, que elevam a temperatura interna do corpo em prol de seus descendentes. Enquanto a píton, ovípara, se enrola em seus ovos e vibra diferentes músculos para aquecê-los, a cascavel, vivípara, gera calor quando está prenhe para ajudar no desenvolvimento dos filhotes.

Referências:
//www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/hibernacao-torpor-e-sono-distinguir-os-animais-que-de-fato-hibernam-daqueles-que-passam-por-um-estado-de-torpor-diario/
//www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4843938/
//bioone.org/journals/south-american-journal-of-herpetology/volume-23/issue-1/SAJH-D-18-00081.1/Effects-of-Pregnancy-on-the-Body-Temperature-of-the-South/10.2994/SAJH-D-18-00081.1.full
//bioone.org/journals/journal-of-herpetology/volume-47/issue-3/12-050/Revisiting-Python-Thermogenesis–Brooding-Burmese-Pythons-Python-bivittatus-Cue/10.1670/12-050.full

Essa matéria contou com a colaboração do biólogo e tecnologista do Laboratório de Ecologia e Evolução (LEEV) Fabiano Morezi.

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??????? ???? ???? ??? ???????? //emiaow553.com/cientistas-descobrem-novo-tubarao-fantasma-na-nova-zelandia/ Thu, 26 Sep 2024 21:52:59 +0000 //emiaow553.com/?p=598035 O tubarão fantasma costuma viver em regiões com mais de 2,5 mil metros de profundidade, dificultando a pesquisa sobre a espécie.

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Nesta semana, cientistas da Nova Zelândia descobriram uma nova espécie de “tubarão fantasma?no fundo do Oceano Pacífico.  Os “tubarões fantasmas?— também conhecida como quimeras — são criaturas misteriosas geneticamente próximas aos tubarões e às arraias, com características únicas, como a ausência de escamas.

Além disso, o esqueleto desses animais é formado totalmente por cartilagem, destacando a proximidade genética com duas espécies diferentes de animais marinhos.

Brit Finucci, uma das cientistas do NIWA (Instituto Nacional de Pesquisa Aquática e Atmosférica da Nova Zelândia), descobriu a nova espécie de tubarão fantasma na região costeira próxima à fronteira com a Austrália.

O local específico fica ao leste da Nova Zelândia, numa região submarina chamada Chatham Rise, com mais de 3 mil metros de profundidade.

Por isso, Finucci enfatizou a importância da descoberta, ressaltando que o habitat do tubarão fantasma dificulta o monitoramento e a pesquisa da espécie pelos cientistas. “Não temos muitas informações sobre a biologia desses animais ou seu estado de conservação? explicou.

Inicialmente, os cientistas acreditavam que essa espécie de tubarão fantasma fosse de distribuição global, mas pesquisas revelaram que seu genoma pertence exclusivamente às águas da Nova Zelândia e da Austrália. 

Habitat do tubarão fantasma

O tubarão fantasma costuma viver em regiões com mais de 2,5 mil metros de profundidade, justificando o desafio em observar e estudar a espécie.

Devido à sua característica física peculiar, o peixe recebeu o nome de “Tubarão Fantasma Australasiano de nariz-longo? Aliás, o nariz do peixe corresponde por quase metade do seu corpo.

Além do nome comum, Brit Finucci ficou responsável por classificar a espécie, segundo um comunicado do NIWA, publicado na última terça-feira (24).

A cientista classificou o animal com o nome científico Harriota avia, explicando um significado pessoal por trás da escolha. De acordo com Finucci, “Avia?é “avó?em latim, enquanto Harriotta é o gênero de peixes cartilaginosos da família Rhinochimaeridae, ou quimeras-de-nariz-longo, que faz todo sentido com o tubarão fantasma narigudo da Nova Zelândia.

“Eu decidi fazer uma referência à minha avó porque ela sempre apoiou minha carreira como cientista. Além disso, quimeras são parentes um tanto quanto mais velhos ?os avós e avôs ?dos peixes, então achei o nome sugestivo? afirmou Finucci.

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???? ???? 2024-2025? ??? ??? ?? //emiaow553.com/polvos-dao-socos-em-peixes-que-nao-ajudam-a-cacar-veja-video/ Wed, 25 Sep 2024 20:47:47 +0000 //emiaow553.com/?p=597756 Os peixes entram nesses grupos de caça porque os polvos conseguem penetrar lugares onde presas se escondem ?mas podem levar socos

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Aparentemente, quem convive com polvos não vive só descansando em jardins no fundo do mar, pois a colaboração durante a caça é importante entre esses moluscos. Porém, quem der mole pode levar socos.

Publicado na última segunda-feira (25), o estudo revela que polvos da espécie cyanea maraud costumam caçar com a ajuda de peixes. Além disso, o estudo sugere que os polvos organizam as decisões dos grupos de caça, incluindo a escolha das presas.

No entanto, o mais interessante é que os pesquisadores identificaram polvos cefalópodes dando socos em peixes que não ajudam a caçar. A intenção dos polvos parece ser manter o foco dos peixes na missão e contribuir para o esforço coletivo.

Finalidade dos socos dos polvos é motivacional (às vezes)

Para entender os detalhes da vida dos polvos, os pesquisadores, em vez de ficar em um esconderijo sob as ondas, passaram um mês mergulhando em um recife na costa de Israel.

Os cientistas monitoraram 13 polvos por 120 horas usando várias câmeras, seguindo os animais em 13 caçadas. Em algumas caçadas, dois peixes acompanhavam os polvos.

Em outras caçadas, os polvos contavam com uma pequena ajuda de seus amigos, com mais de 10 peixes acompanhando o líder.

Aliás, os convidados eram diversas espécies de peixe, mostrando a versatilidade dos polvos, que lideravam o grupo de maneira confusa, dando socos nos peixes para reforçar a ordem social.

As principais vítimas eram garoupas, sobretudo os meros amarelos, que eram os mais “preguiçosos” entre os peixes.

Exato momento do polvo socando peixe amarelo. Alguns vão dizer que isso nunca ocorreu. Imagem: Eduardo Sampaio/Reprodução

Na verdade, esses peixes apanhavam mais porque eram os que mais exploravam o grupo, agindo como predadores de emboscada, segundo Sampaio. Além disso, os polvos também davam socos nos peixes para manter o grupo em movimento, ou para chamá-los de volta ao local de onde vieram.

“Se o grupo é bem tranquilo e todos estão em função do polvo, este começa a dar socos? diz o pesquisador, que ressalta que o polvo fica de bom humor quando o grupo está produzindo, buscando presas. Aí, o polvo não soca ninguém. Confira o vídeo:

“All You Need is Socos in an Octopus’s Garden?[The Beatles]

Por outro lado, após analisarem as gravações, os pesquisadores criaram representações das caçadas em 3D e usaram um software para rastrear cada animal e registrar sua posição em relação aos outros. 

Assim, o pesquisador conseguiu avaliar a proximidade dos animais entre si e quais agiam como líderes, ou exerciam influência, guiando o grupo por caminhos específicos.

Imagem: Eduardo Sampaio/Divulgação

Os dados mostraram que peixes da espécie Parupeneus cyclostomus, curiosamente encontrado também na Índia, tentava levar o grupo para outros caminhos, possivelmente até melhores. No entanto, o grupo ficava inerte enquanto os polvos não seguissem as ideias do peixe.

Segundo Sampaio, essa espécie de peixe é a que explora o ambiente e busca por presa, enquanto os polvos são os que tomam as decisões pelo grupo. 

Por que os peixes entram nesses grupos se conseguem caçar sozinhos?

Segundo os pesquisadores: oportunidade ?e possibilidade de conseguir algo melhor, mesmo com talento similar.

Os peixes entram nesses grupos de caça porque os polvos conseguem penetrar lugares onde presas se escondem. Por outro lado, os polvos se beneficiam do GPS dos peixes, em vez de precisar mapear o local.

Embora sejam famosos por evitar outros membros de sua espécie e entrar em carreira solo, geralmente usando camuflagem, alguns polvos, segundo o estudo, possuem vidas sociais dinâmicas.

A descoberta, além de apresentar uma nova perspectiva sobre o comportamento dos polvos, indica a existência de espécies com características e marcas de inteligências anteriormente consideradas comuns apenas em vertebrados.

“Para mim, a sociabilidade, ou, pelo menos, a atenção a informações sociais, está mais arraigada a árvore da evolução do que pensamos? afirmou Eduardo Sampaio, autor do estudo.

Para Sampaio, nós, humanos, somos bastante similares a esses animais. “Em termos de sensitividade, eles estão em um nível muito próximo de nós do que imaginamos?

O questionamento que fica, no entanto, é porque alguns polvos reconhecem e preferem caçar com peixes favoritos. “Existe um reconhecimento do indivíduo? Será que eu quero seguir o peixe azul ou Martha porque já cacei com Martha anteriormente?? indaga o pesquisador.

Leia também: “Goo goo g’joob? mamífero extinto similar à morsa é descoberto no Mar do Norte

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???? Archives??? ??- ??? ??? ??? //emiaow553.com/calor-extremo-no-brasil-pode-deixar-as-capivaras-loiras/ Mon, 23 Sep 2024 21:09:59 +0000 //emiaow553.com/?p=597167 Em Cuiabá, a onda de calor extremo está deixando as capivaras loiras em um parque da capital mato-grossense. Entenda.

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O calor extremo em Cuiabá, capital do Mato Grosso, está tornando as capivaras com pelagens loiras. A mudança na coloração mostra que os roedores estão apresentando uma adaptação às temperaturas elevadas.

Em Cuiabá, com temperaturas acima de 40°C, a seca prolongada afetou a fauna do estado. Um exemplo são as capivaras de um parque da cidade, que se tornaram atração local devido à mudança de tom na pelagem.

Segundo especialistas, as capivaras ficaram loiras devido à exposição prolongada ao Sol e, consequentemente, aos raios ultravioletas, que causam a descoloração nos pelos.

Esse fenômeno ocorre, sobretudo, em animais com pelagens escuras, como tom castanho normalmente observado nas capivaras.

Como as capivaras ficaram loiras?

Em entrevista ao G1, a veterinária Mayara Vicenzi afirma que as capivaras ficaram loiras porque seus pelos castanhos se queimaram na exposição ao Sol. Contudo, há outros fatores por trás da transformação. De acordo com a veterinária, outras razões pelas capivaras loiras são fatores como deficiências nutricionais, consumo de água contaminada e doenças de pele.

No entanto, Eduardo Sebastião, também veterinário, afirma que a forte onda de calor extremo em Cuiabá é o principal responsável pelas capivaras loiras. Sebastião explica que a melanina, pigmento de proteção da pele e dos pelos de animais, se decompõe pela exposição diária ao Sol intenso. Portanto, o calor contribui para o clareamento dos pelos das capivaras.

Mas essa mudança peculiar no pelo das capivaras é a menor preocupação atualmente. No Mato Grosso, a seca e o calor extremo, bem como os incêndios no Pantanal, colocam em risco a fauna da região, que inclui as capivaras.

Em setembro, Cuiabá quebrou recordes históricos de calor, liderando o ranking de cidades mais quentes do Brasil. Além disso, Cuiabá já completou mais de 120 dias sem chuva.

Desse modo, as capivaras loiras servem como mais um alerta visual sobre os impactos do calor extremo e da seca no habitat dos animais, destacando a necessidade de medidas para proteger a vida selvagem.

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?????? mgm ??? ?? ?????? | //emiaow553.com/pinguim-timido-ganha-premio-de-passaro-do-ano-na-oceania/ Sat, 21 Sep 2024 21:01:49 +0000 //emiaow553.com/?p=595329 Em 2023, o mergulhão pūteketeke foi o campeão graças à influência do comediante John Oliver.

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Um pinguim raro que habita apenas a Nova Zelândia, famoso por ser tímido, ganhou o prêmio de “Pássaro do Ano 2024” da Oceania. Mais de 50 mil pessoas votaram na competição, consagrando o hoiho, ou Pinguim-de-olho-amarelo, na última segunda-feira (16).

O nome “hoiho?significa “gritador de ruído?na língua Maori. No entanto, o pinguim é notavelmente tímido, apesar de seu berro alto e estridente, segundo a ONG Forest & Bird. A entidade realiza o concurso “Passaro do Ano?desde 2005, premiando espécies ameaçadas de extinção na Nova Zelândia e Oceania.

De acordo com a ONG, a vitória do hoiho deve aumentar os esforços de conversação da espécie, atualmente em grande risco de desaparecer da natureza.

pinguim hoiho vence como Pássaro do Ano de 2024

Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

Além disso, a população desse pinguim está em queda, de acordo com a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), que afirma haver cerca de 3 mil pinguins dessa espécie.

“O prêmio de Pássaro do Ano chegou na hora certa. Esse pinguim icônico está sumindo de Aotearoa [nome Maori da Nova Zelândia] diante dos nossos olhos? afirmou Nicola Toki, CEO da ONG desde 2022.

O hoiho é uma espécie de pinguim que habita ambientes terrestres e marinhos. Segundo Toki, há trabalhos de conservação acontecendo em terra, mas também é preciso preservar a espécie no mar.

“Eles estão afogando em redes de pesca e não conseguem encontrar comida suficiente. O nosso hoiho precisa, urgentemente, de áreas de proteção marinha para que a espécie tenha uma chance de sobreviver? afirmou a CEO.

Portanto, o “Pássaro do Ano?de 2024 é ser um pinguim raríssimo e especial, encontrado apenas na Nova Zelândia, presente na nota de cinco dólares do país da Oceania.

Polêmicas do prêmio “Pássaro do Ano da Oceania?incluem pinguim

A competição, tradicional na Nova Zelândia, já teve seus momentos de polêmicas, incluindo acusações de fraude e interferência externa.

Neste ano, de acordo com os organizadores do prêmio “Pássaro do Ano? o pinguim obteve 6.328 votos, mais de mil votos a frente do pássaro-preto Karure das Ilhas Chatham, espécie da Oceania também ameaçada de extinção.

Karure ficou em segundo lugar como "Pássaro do Ano", superado pelo pinguim por mais de mil votos

O Karure das Ilhas Chatham ficou no segundo lugar. Imagem: Forest & Bird/Divulgação

O pássaro-preto Karure, que estava esperando por esse momento há algum tempo para ser notado, vai esperar ainda mais, pelo visto.

Esta é a segunda vez que o pinguim hoiho ganha o prêmio de “Pássaro do Ano?e, assim como na primeira, recebe acusações de interferência, mas não da Oceania.

Em 2019, quando venceu pela primeira vez, surgiram alegações que o pinguim venceu por interferência russa. No entanto, as centenas de votos que vieram da Rússia não eram de bots, mas, sim, de ornitologistas russos, segundo a organização do evento.

Já em 2018, houve acusações de que australianos tentaram fraudar o concurso para que corvo-marinho-malhado ganhasse a competição. Mas nada foi similar ao que ocorreu no ano passado. Em 2023, o mergulhão pūteketeke foi o campeão graças à influência do comediante John Oliver.

Após descobrir uma brecha nas regras do concurso, que permitia votos de qualquer pessoa com um endereço válido de email, Oliver criou uma enorme campanha para o pūteketeke.

John Oliver em seu programa anunciando a campanha para o “Pássaro do Ano”. Imagem: YouTube/Reprodução

John Oliver

No final do ano passado, o apresentador britânico se vestiu como o pássaro da Oceania em uma entrevista ao programa de Jimmy Fallon e começou a campanha que influenciou na votação popular de “Pássaro do Ano?

Aliás, a campanha de Oliver foi tão massiva que o apresentador colocou outdoors em Paris, Tóquio, Londres, Mumbai e em Wellington, capital da Nova Zelândia.

Campanha de John Oliver para "Pássaro do Ano" em 2023

Campanha de John Oliver colocou banners em várias capitais ao redor do mundo. Imagem: Giz Brasil/YouTube/Reprodução

Aliás, o Brasil foi uma atração a parte, pois o apresentador fez um banner do pūteketeke voar sobre a praia de Ipanema.

Avião voando sobre a praia de Ipanema com o banner para votar no “Pássaro do Ano? Imagem: Giz Brasil/YouTube/Reprodução

A competição, anteriormente conhecida apenas na Oceania, ganhou atenção mundial graças ao britânico, que garantiu mais de 290 mil votos para a vitória do pūteketeke como “Pássaro do Ano?de 2023.

Por fim, no último domingo (15), um dia antes do concurso “Pássaro do Ano? ocorreu a 76ª cerimônia do Emmy Awards 2024. John Oliver venceu o Emmy Melhor série de variedades roteirizada e, em entrevista à imprensa neozelandesa, dedicou a vitória no Emmy ao pūteketeke.

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