Ciência busca explicação para milagre da multiplicação dos peixes de Jesus
Uma pesquisa coordenada em Israel pode ter encontrado uma explicação científica para um dos milagres mais famosos de Jesus Cristo. O da multiplicação de pães e peixes. Ou, mais especificamente, dos peixes. O material foi e liderado pelos pesquisadores Yael Amitai e Ehud Strobach.
Como a Bíblia relata a multiplicação dos peixes
De acordo com a Bíblia, na primeira das duas vezes em que o milagre acontece, Jesus alimenta cerca de quatro mil pessoas apenas com cinco pães e dois peixes. Então, os pesquisadores buscam compreender o que pode ter levado à “multiplicação” de um ponto de vista científico.
Segundo a ciência, pesquisas recentes relacionam a história a um fenômeno natural no Mar da Galiléia, ou Lago Tiberíades, em Israel. O curioso fenômeno da “matança de peixes” deixa grandes quantidades deles mortos perto da costa, o que poderia explicar a abundância dos animais.
Ao que tudo indica, esse fenômeno resulta de um processo de “ressurgência”, que ocorre quando água pouco oxigenada de camadas profundas sobe à superfície devido a ondas internas provocadas pelos ventos.
Ele acontece preferencialmente no verão. É quando o lago se estratifica em camadas: uma quente, na superfície; uma fria, no fundo; e, enfim, outra intermediária, com forte gradiente de temperatura. Assim, quando as camadas se misturam, os peixes ficam presos em águas pobres em oxigênio, e sufocam na superfície.
Ou seja, a morte de peixes, que os concentra próximo à costa devido à ressurgência, pode ter relação com as histórias bíblicas de mais de dois mil anos. De acordo com os autores, a localização e as condições climáticas poderiam aumentar a propensão ao evento.
Outros casos de ressurgência, fenômeno que explica o “milagre de Jesus”
Embora o fenômeno seja raro no Lago Kinneret (outro nome para o Mar da Galiléia), casos recentes foram documentados em 2012, 2007 e na década de 1990. Eles, aliás, aconteceram sempre perto da cidade de Tabgha, área ligada aos milagres.
Além disso, casos semelhantes ocorreram em outros locais, como o Lago Erie, entre o Canadá e os Estados Unidos, e o estuário do Rio Neuse, na Carolina do Norte.