Ciclones no Ártico se tornaram mais comuns e intensos nos últimos 50 anos
Em 2022, o Ártico enfrentou o ciclone mais forte que já aconteceu na região. Neste episódio, a velocidade do vento ultrapassou 100 quilômetros por hora e a tempestade gerou ondas enormes, que quebraram boa parte do gelo polar.
Considerando a intensidade do fenômeno, pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte, da Universidade de Alaska Fairbanks e dos Laboratórios Nacionais de Sandia passaram a investigar registros climáticos das últimas cinco décadas.
Como resultado, encontraram evidências de que o fenômeno se tornou mais comum e mais intenso durante este período.
Os resultados foram compilados em um artigo publicado na revista .
Os ciclones e as mudanças climáticas
No estudo, os pesquisadores descrevem o que chamam de clara associação entre o aumento das temperaturas e a formação de ciclones no Ártico.
Dessa forma, as mudanças climáticas que vem se intensificando nas últimas décadas desempenham um papel no tamanho e na força dos ciclones que se formam.
De modo geral, pesquisas anteriores mostraram que as temperaturas no Ártico estão aumentando mais rapidamente do que em qualquer outro lugar na Terra.
Já em relação ao aumento da frequência de ciclones na região, os autores da pesquisa fizeram outra correlação. Eles acreditam que o número de vezes que este fenômeno acontece tem relação com as mudanças nos jatos de ar, especialmente no inverno.
Além disso, os cientistas afirmam que os – área de ar frio de baixa pressão – têm se fortalecido na camada mais perto da crosta terrestre, que é a troposfera. Assim, aumentam a probabilidade de ciclones durante o verão.
Por fim, a equipe destaca que, à medida que mais ciclones de maior porte atingem o Ártico, mais gelo marinho se quebra. Isso, por sua vez, acelera o processo de mudança climática na região – como em um ciclo sem fim.