Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) revelam que o chocolate amargo pode ser um aliado na tarefa de parar de fumar
Os resultados da pesquisa indicam que o consumo diário de uma porção de 40 gramas de chocolate amargo (com 70% de cacau) ajuda na diminuição da vontade de fumar em tabagistas que estavam em tratamento.
Como uma estratégia para combater a fissura intensa por nicotina, conhecida como craving, Aline Silva de Aguiar, professora da Faculdade de Nutrição da UFF envolvida no estudo, disse que a pesquisa identificou “alimentos-chave” que facilitam a abstinência.
Durante uma sessão em grupo realizada em Juiz de Fora (MG), Aguiar introduziu 40g por dia de chocolate amargo na dieta dos pacientes, obtendo resultados promissores.
A explicação para a eficácia reside na biologia do alimento. “O chocolate amargo tem um lipídio, uma gordura equivalente à anandamida, que atua no sistema endocanabinóide, o mesmo afetado pela cannabis”, disse a professora em um .
“Além de dar palatabilidade agradável, proporciona estímulo a este sistema. Que tem uma ação ampla no controle do apetite, metabolismo, sono, humor e memória, por exemplo”, completou a pesquisadora.
Outros alimentos que podem ajudar a parar de fumar
Aguiar enfatiza é possível elaborar um mix, composto por pequenos alimentos, para ajudar a suprir a falta do cigarro. Assim, proporcionando uma sensação de bem-estar sem causar danos adicionais à saúde.
Um mix de frutas secas e oleaginosas, como abacaxi, tâmara, maçã, mamão, banana, manga, uvas passas e damasco desidratados, destaca-se por conter triptofano. Este é um aminoácido que estimula a produção de serotonina cerebral.
A estratégia nutricional, que combina o mix de frutas secas e chocolate amargo, apresentou resultados positivos e resultou na publicação de dois artigos sobre o assunto: “” e ““.
Ambos os estudos confirmaram a redução da fissura em grupos que adotaram essa abordagem. Além disso, Aguiar destaca ainda a conexão entre nutrição e psicologia, ressaltando que os hábitos alimentares refletem o comportamento do tabagista.
Por exemplo, a associação comum entre cigarro e café leva os profissionais a adotarem abordagens conjuntas. Nela, o psicólogo alerta sobre as lembranças gustativas associadas ao café, enquanto o nutricionista busca substituí-lo por alternativas — como o chá verde, por exemplo.