O calendário chinês de viagens espaciais vai ser movimentado em 2023: o país planeja mais de 70 lançamentos até dezembro. É mais que o total de decolagens que vimos no ano passado, quando 64 missões chinesas foram ao espaço.
A CASC (Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China) as operações em uma reunião no começo de janeiro. A corporação é a principal empreiteira do país e a fabricante dos foguetes Longa Marcha.
Entre os lançamentos mais esperados estão as duas missões tripuladas que partem para a Estação Espacial de Tiangong. Com elas, também irão duas espaçonaves de carga. Segundo Pequim, a ideia é realizar “uma série de missões civis, militares, científicas e comerciais”.
É um passo importante: o governo chinês construiu uma estação espacial quase idêntica à ISS (Estação Espacial Internacional) e já convidou diversos países para realizarem suas pesquisas espaciais por lá. Isso acontece em meio à uma disputa comercial e tecnológica entre EUA e China e, sobretudo, nos anos finais da ISS, que deve ser desativada em 2030.
Enquanto isso, os chineses se preparam para lançar seu foguete Longa Marcha 6C, um modelo atualizado do Longa Marcha 6A. O Longa Marcha 5 também volta à ativa – o foguete voou pela última vez em 2020 em uma missão a Marte. Até agora, o CASC não divulgou qual será a missão da espaçonave.
Satélites
O foguete Longa Marcha 5B, também deve voar novamente para levar o telescópio espacial Xuntian para co-orbitar com Tiangong no final de 2023. Quando instalado, deve realizar um teste do plano de megaconstelação de comunicação do país. Na prática, serão pelo menos 13 mil satélites equipados com internet banda larga para abastecer o país e possíveis compradores externos.
A China também deve aumentar a capacidade de observação e reconhecimento da Terra com o lançamento dos satélites Yaogan e Gaofen. Ao mesmo tempo, vai enviar satélites substitutos para a constelação Beidou e GNSS.
A sonda Einstein deve ir ao espaço em novembro, pouco depois do envio do sistema de monitoramento em parceria com a França SVOM (Space Variable Objects Monitor), com previsão de lançamento para a metade do ano.
No ano passado, a agência espacial da China anunciou que pretendia dobrar o número de lançamentos para 300 satélites até 2025.