China não terá a maior população em 2023; veja qual será o 1º do mundo
Um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado na metade de julho mostrou que, ao contrário do que se esperava, a China não será o país mais populoso do mundo até 2023. A Índia alcançará esta marca. Acompanhe os motivos:
Segundo o estudo , a Índia deve atingir a população de 1,668 bilhão até 2050. Hoje o país soma 1,412 bilhão de habitantes. A China, hoje com 1,426 bilhão, deve sofrer um declínio populacional nos próximos anos. A expectativa é que sua população recue para 1,317 bilhão até 2050.
A China não está entre os oito países onde há expectativa de concentração do aumento populacional até a metade do século. São eles: Índia, República Democrática do Congo, Egito, Etiópia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e Tanzânia. “Taxas de crescimento díspares entre os maiores países do mundo reordenarão sua classificação por tamanho”, diz o relatório.
A principal hipótese é que a queda da população chinesa tenha a ver com políticas públicas da década de 1970, que incentivaram a primeira gestação em idades mais avançadas e maior espaçamento entre os filhos.
Em 1978, o então presidente Deng Xiaoping instituiu a “política de filho único”, que afetou a sociedade chinesa como um todo e parece reverberar nas gerações mais jovens.Desigualdade entre ricos e pobres
O relatório também chama a atenção para o contraste entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento. Pelo menos 46 países pobres –sendo 32 da África Subsaariana– estão entre as populações que mais crescem.
A região deve dobrar o número de habitantes até 2050, de 1,152 bilhão para 2,094 bilhão. Enquanto isso, 61 países mais ricos verão declínios populacionais até 2050 –incluindo boa parte da Europa. Motivo: queda nas taxas de natalidade.
Há outro índice importante: estimativas apontam que a população global atingirá a marca de 8 bilhões no dia 15 de novembro deste ano.
O envelhecimento deve contribuir com o aumento populacional. Em 2022, quase 10% da população global tem 65 anos ou mais. Em 2030, essa proporção deve chegar a 12% e, em 2050, a 16%. Essa será uma realidade mais comum na Europa e América do Norte, onde haverá um idoso a cada 4 pessoas até 2050.
Crescimento mais lento
O relatório da ONU também mostra que o “boom populacional” da humanidade está perdendo força. É o ritmo mais lento de crescimento desde 1950. As projeções sugerem que a população global cresça para 8,5 bilhões até 2030. Em 2050, seremos em 9,7 bilhões e, em 2100, em 10,4 bilhões.
“Esta é uma oportunidade para nos maravilharmos com os avanços na saúde que prolongam a vida útil e reduziram drasticamente as taxas de mortalidade materna e infantil”, o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Outras projeções, contudo, divergem dos dados da ONU. Um da Universidade de Washington publicado no The Lancet em 2020 sugere que a população global atingirá o pico de 9,7 bilhões em 2064. Depois, cairá para 8,8 bilhões até 2100. Se as estimativas estiverem corretas, seria a primeira diminuição populacional desde a Peste Negra, no século 14.