Ciência

China está construindo uma nova “Grande Muralha Solar”

Em 2023, Pequim consumiu 135,8 bilhões kWh, então a “Grande Muralha Solar” será capaz de fornecer energia sustentável para toda a capital da China
Imagem: China Daily/Reprodução

Visando unir o desenvolvimento de energia renovável e o combate à desertificação, a China está construindo a ambiciosa “Grande Muralha Solar”.

Em fase de erguimento no deserto de Kubuqi, a megaconstrução percorrerá 400 quilômetros, com uma largura média de 5 quilômetros.

De acordo com autoridades locais, a construção da “Grande Muralha Solar” já chegou ao deserto de Ordos, na Mongólia Interior, região autônoma da China.

Tanto o Deserto de Ordos quanto o Kubuqi ficam na Bacia de Ordos, formada pelo Rio Amarelo, o segundo maior da China.

A localização favorece a criação da “Grande Muralha Solar”, que começou no início deste ano e já consegue produzir de 100 milhões de quilowatts com base na quantidade de painéis instalados.

Extensão da Grande Muralha Solar da China nos desertos da Mongólia interior. Imagem: Xinhua/Reprodução

Ao final da construção, em 2030, a “Grande Muralha Solar” da China vai produzir 180 bilhões de quilowatts por hora (kWh).

Portanto, a China busca solucionar o grande problema de energia no país, que afeta a região da Mongólia Interior com apagões devido ao alto consumo de energia nas grandes cidades.

Grande Muralha Solar da China só fornecerá energia para Pequim

Em 2023, Pequim consumiu 135,8 bilhões kWh, então a “Grande Muralha Solar” vai fornecer energia sustentável para toda a capital da China. No entanto, se a média de consumo continuar, a “Grande Muralha Solar” só vai conseguir abastecer Pequim, sobrando apenas 44 bilhões de kWh.

Em Pequim, o consumo de energia elétrica foi 190 vezes maior que o de todo o Brasil em 2023. Em Shanghai, o cenário é ainda pior: a metrópole consumiu 184 bilhões de KWh em 2023. Por isso, o projeto da China engloba apenas a região metropolitana de Pequim.

Mas, segundo a , a “Grande Muralha Solar” também vai beneficiar comunidades na região da Mongólia Interior, aumentando o consumo de energia limpa em um dos lugares mais pobres da China.

Além disso, a megaconstrução também vai prevenir a erosão do solo do Rio Amarelo, que passa por um processo de desertificação, com suas bacias ecológicas adquirindo características desérticas.

A localização da Grande Muralha Solar da China, entre a margem sul do Rio Amarelo e o norte do deserto de Kubuqi, permitirá o tratamento de 27 milhões de hectares para reduzir a evaporação. Os painéis solares fornecem quebra-ventos, protegendo o ambiente ao redor ao evitar mais erosão do solo.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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