China faz história e aterrissa sonda Chang’e 4 no lado oculto da Lua
• O asteroide Bennu agora é o menor objeto já orbitado por uma nave espacial
• Entre falhas, furos e tempestades de areia, a pesquisa espacial deu passos importantes em 2018
De acordo com a agência de notícias (rede de mídia estatal), a sonda Chang’e 4 foi lançada do Centro de Lançamento de Satélite Xichang, na província de Sichuan, em um foguete Longa Marcha 3B em 8 de dezembro de 2018 e tem orbitado a Lua desde 12 de dezembro. A missão levou um pousador e um rover, enquanto seu satélite de retransmissão Queqiao “está operando na órbita Halo em torno do segundo Ponto de Lagrange (L2) do sistema Terra-Lua”, acrescentou a Xinhua.
A emissora estatal chinesa publicou no Twitter uma imagem que dizia ser a “primeira foto do mundo do lado mais distante da Lua”.‘s Chang’e-4 probe sends back world’s first close shot of moon’s far side after historic soft landing on uncharted area— CGTN (@CGTNOfficial)
: China’s Chang’e-4 probe successfully made the first-ever soft landing on the far side of the Moon on the South Pole-Aitken basin Thursday morning, a major milestone in space exploration.— Global Times (@globaltimesnews)
China’s Chang’e-4 probe touches down on the far side of the moon, becoming the first spacecraft soft-landing on the moon’s uncharted side never visible from Earth — China Xinhua News (@XHNews)
Parece ter havido uma confusão anterior sobre se o pouso realmente havia acontecido em determinado momento, já que as mídias estatais China Daily e CGTN excluíram tweets comemorando o feito na noite passada. No entanto, outros meios de comunicação chineses, incluindo a Televisão Central da China e o Global Times, de propriedade do Partido Comunista da China, confirmaram mais tarde que a Chang’e 4 tinha aterrissado na superfície lunar, segundo o .
A Lua tem sua órbita ao redor da Terra sincronizada com sua velocidade de rotação — significando que o lado mais distante está sempre apontando para longe do nosso planeta. Ao contrário de seu apelido popular, o lado mais distante da Lua não é escuro; ele recebe tanta luz solar quanto seu lado voltado para a Terra. De acordo com a , embora a AENC esteja sendo , relatórios anteriores indicavam que a agência espacial estava visando a cratera Von Kármán, localizada na Bacia do Polo Sul-Aitken da Lua, que é “uma área baixa de mais de 2.400 km que cobre“, além de uma das maiores crateras de impacto conhecidas no Sistema Solar.As prioridades para a nave e sua equipe de controle na Terra incluem experimentos em rádio de baixa frequência, crescimento de plantas em baixa gravidade e a relação entre os ventos solares e a superfície da Lua, assim como determinar “se há água ou outros recursos nos polos”, segundo a . Os sinais não podem passar através da Lua até o local de pouso, o que significa que o satélite de retransmissão é o único método de comunicação — embora isso o torne ideal para uma série de experimentos interessantes e possa preparar o caminho para futuras missões chinesas, escreveu a CNN:
“Como o lado oculto da Lua está protegido da interferência eletromagnética da Terra, é um lugar ideal para pesquisar o ambiente espacial e as explosões solares, e a sonda pode ‘ouvir’ as profundezas do cosmos”, disse Tongjie Liu, vice-diretora do Centro de Exploração e Programa Espacial Lunar da Administração Espacial Nacional da China. “É altamente provável que, com o sucesso da Chang’e — e o sucesso simultâneo do programa de voos espaciais humanos da Shenzhou —, os dois programas acabem sendo combinados em um programa de voos espaciais humanos chineses para a Lua”, acrescentou Joan Johnson-Freese, professora da U.S. Naval War College. “As chances da próxima transmissão de voz da Lua ser em mandarim são altas.”
Como observou a CNN, o último aterrissador do programa espacial chinês, o Yutu, saiu de operação em 2016 depois de fazer história como a primeira espaçonave de uma nação que não os Estados Unidos ou a Rússia a fazer um pouso lunar (outros objetos artificiais aterrissaram na Lua, como ).
O projetista-chefe do programa de sondas lunares da China, Wu Weiren, disse que a missão trouxe informações valiosas para o projeto do Chang’e 4, segundo a CNN. Vários dos instrumentos a bordo do Chang’e 4 foram usados anteriormente no lander Yutu.
“É realmente um momento histórico, e estou muito animado”, disse o geocientista planetário da Universidade de Geociências da China Long Xiao, em um e-mail para a National Geographic. “Com a aterrissagem bem-sucedida e as fotos tiradas tanto pelo lander quanto pelo rover em breve, estou ansioso para ver a verdadeira face do lado oculto!”
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