Tecnologia

ChatGPT vence 151 humanos em teste de criatividade — com ressalvas

Segundo pesquisa, ChatGPT tem mais potencial de resolver problemas com originalidade do que seres humanos, mas há limites na criatividade
Imagem: Emiliano Vittoriosi/Unsplash/Reprodução
O ChatGPT venceu 151 humanos em um teste de criatividade que exigia a criação de soluções originais para perguntas que não tinham respostas objetivas. O estudo contou com três modalidades, que mediram a capacidade de “pensamento divergente” entre os participantes humanos e o chatbot de inteligência artificial generativa.

O tal pensamento divergente é a capacidade de explorar o maior número possível de soluções originais para problemas. Por meio desse processo, é possível criar resoluções criativas para questões como conflitos, enigmas e até mesmo combinação de ideias.

No teste de cientistas da Universidade do Arkansas, nos EUA, os participantes humanos e o ChatGPT — aprimorado pelo modelo de IA generativa mais recente da OpenAI, o GPT-4 — se enfrentaram em três modalidades. Elas traziam situações de:
  • Uso alternativo: encontrar usos criativos para objetos comuns, como cordas ou garfos;
  • Consequências: imaginar possíveis desfechos para situações hipotéticas, como “e se humanos não precisassem dormir?”;
  • Associações: listar 10 palavras com a maior diferença semântica possível entre si, como os termos “gato” e “ontologia”.

Os resultados foram avaliados de acordo com o número de respostas, tamanho das frases e diferenças semânticas. No final, segundo o artigo publicado no , os pesquisadores concluíram o seguinte:

“O ChatGPT-4 foi mais original e elaborado que os humanos em cada uma das modalidades de pensamento divergente, mesmo quando se controlava para criar fluência nas respostas. Em outras palavras, o ChatGPT-4 demonstrou maior potencial criativo em toda a bateria de testes de pensamento divergente”.

Criatividade do ChatGPT ainda é limitada

A descoberta, contudo, tem algumas ressalvas. Segundo os cientistas, criatividade é uma habilidade que depende não só de referências, como também de envolvimento em atividades criativas e conquistas.

Além disso, as ferramentas de inteligência artificial dependem dos seres humanos para funcionar. Os potenciais resultados, inclusive, variam de acordo com os comandos fornecidos.

A pesquisa também não considerou o grau de adequação das respostas fornecidas pelo ChatGPT-4. Embora o modelo de IA tenha fornecido um número maior de ideias originais, os humanos se preocuparam em manter o pé no chão ao oferecer soluções fundamentadas em aspectos do mundo real.

Apesar do teste ainda ser bastante subjetivo, os pesquisadores concluíram que modelos de IA generativa estão evoluindo rapidamente e superando pessoas de formas que nunca haviam conseguido antes. Porém, ainda não dá para saber se isso representa uma ameaça para a criatividade humana.
Por enquanto, acredita-se que a IA pode ajudar em processos criativos como uma ferramenta de inspiração ou superação de bloqueios.
Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Jornalista especializado em tecnologia, jogos, entretenimento e ciência. Já passou por grandes redações do Brasil (TechTudo, Tecnoblog, Terra e Olhar Digital) e trabalhou com relações públicas e assessoria de imprensa na Theogames, atendendo à Blizzard Entertainment e mais clientes do mercado de videogames. É apaixonado pela cultura geek, música e produção de conteúdo. Nas horas vagas, é aspirante a artista marcial e cozinheiro.

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