Cérebros de adolescentes pós-pandemia envelheceram mais rápido
Além das sequelas deixadas pelo próprio vírus da Covid-19, os efeitos da pandemia atrapalharam também o desenvolvimento do cérebro de adolescentes. É o que sugere um estudo científico publicado na revista .
Para chegar a tal conclusão, pesquisadores da Universidade Stanford, nos EUA, compararam exames de ressonância magnética feitos com adolescentes americanos antes e depois da pandemia.
No primeiro grupo, foram analisados submetidos ao exame entre 2016 e 2019. No segundo grupo, a equipe considerou 82 adolescentes testados entre outubro de 2020 e março de 2022 – período após o fim dos bloqueios.
A equipe detectou mudanças físicas no cérebro dos jovens que enfrentaram a pandemia. Foram detectados o afinamento do córtex e o crescimento do hipocampo e da amígdala cerebral. Em resumo, é como se o órgão desse grupo tivesse envelhecido três anos durante os bloqueios.
Os pesquisadores também identificaram maior incidência de problemas de saúde mental no segundo grupo de jovens. Os bloqueios parecem ter aumentado, por exemplo, os sintomas de ansiedade e depressão.
Por outro lado, a equipe não sabe dizer se as mudanças estruturais do cérebro estão relacionadas aos danos psicológicos. De toda forma, os cientistas consideram essa a primeira demonstração de que as dificuldades na saúde mental durante a pandemia são acompanhadas por possíveis mudanças relacionadas ao estresse no cérebro.