Cultura

Censo: 2 em cada 10 endereços no Brasil não têm número

Mais de 20 milhões de endereços no Brasil não têm número, revela cadastro nacional baseado no Censo de 2022
Imagem: Reprodução/IBGE

Na última semana, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a versão a completa do CNEFE (Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos) do Censo 2022, com dados sobre os 106.814.877 endereços do Brasil. O documento traz uma informação surpreendente: 24,4 milhões deles não tem número.

A quantidade equivale a 22,8% do total de endereços do país, sendo a maior parte deles em Goiás (2,46 milhões). Além disso, 438,0 mil endereços são identificados pela quilometragem da via. Destes, 76,1 mil estão em Rondônia.

Outro dado: o Brasil tem ainda 2,7 milhões de endereços em logradouros sem nome, sobretudo na Bahia (314,5 mil).

Cerca de 34,0 milhões de novos endereços foram adicionados ao CNEFE no último Censo. No período, 3,5 milhões de prédios estavam em construção ou reforma. Destes, 605,2 mil eram no estado de São Paulo – que detém o maior número desse tipo de endereço. O documento informa se as obras terão uso residencial, não residencial, misto ou indeterminado.

Segundo o cadastro nacional, entre os endereços do país, tem 90,6 milhões de domicílios particulares e 104,5 mil domicílios coletivos, bem como 264,4 mil estabelecimentos de ensino e 247,5 mil estabelecimentos de saúde, entre outras categorias.

Para que servem os dados do cadastro de endereços?

De acordo com Eduardo Baptista, gerente do CNEFE, o endereço é um indicador de cidadania. “Isso significa que o cidadão que vive em um endereço sem número ou em uma rua ou avenida sem denominação está sofrendo algum tipo de déficit na sua cidadania, pela não formalização daquele endereço ou logradouro pelo poder público municipal”, explica.

Os dados auxiliam na realização de um planejamento de infraestruturas públicas, identificando regiões com maior demanda por transporte, escolas, hospitais, entre outros. Na prática, já ajudaram o poder público a avaliar danos após tragédias em lugares como Brumadinho (MG), em 2019, e mais recentemente no Rio Grande do Sul, em 2024.

Em 2023, por exemplo, um mapa geoespacial do IBGE mostrou uma porção da cidade nordestina de Maceió coberta de pontos vermelhos. Eles indica pontos sem moradores devido ao desastre da mineração de sal da Braskem, de acordo com o The Brazilian Report.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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