Células-tronco se desenvolvem melhor no espaço? Estudo na ISS vai descobrir

Devido a ausência de gravidade, as células não precisam estar em constante movimento, o que evita que elas sofram estresse e morram. No futuro, isso pode facilitar o estudo de doenças crônicas e degenerativas
Células-tronco espaço
Imagem: NASA/Boeing/Reprodução

Células-tronco já foram enviadas ao espaço por diferentes motivos: seja para entender como as viagens espaciais afetam o corpo, para o estudo de doenças, como o câncer, ou mesmo para verificar sua capacidade de se desenvolver em condições de microgravidade. 

Um estudo recente proposto por pesquisadores do Cedars-Sinai Medical Center, nos EUA, busca explorar este último tópico. Nesta semana, um lote de células-tronco pluripotentes induzidas à Estação Espacial Internacional (ISS)

As células foram retiradas dos próprios cientistas envolvidos no estudo. Elas devem ficar em ambiente espacial durante cinco semanas, retornando ao final deste período em uma cápsula da SpaceX. Há uma segunda caixa de células-tronco em Terra que será utilizada para comparação.

Muitos cientistas acreditam que as células-tronco pluripotentes induzidas são a chave para revolucionar a medicina. O objetivo atual dos pesquisadores é testar o desenvolvimento das células no espaço para depois aplicá-las no tratamento de doenças degenerativas, cardíacas ou crônicas, como o diabetes. 

A gravidade do planeta Terra não permite o cultivo de uma grande quantidade de células-tronco. Em grandes biorreatores, por exemplo, as células precisam ser constantemente agitadas para evitar que elas se aglomerem ou caiam no fundo do tanque. Isso pode gerar um estresse, causando a morte da maioria das células. 

Na microgravidade, não há forças puxando as células. Logo, elas podem crescer de uma maneira diferente, replicando-se com mais facilidade – pelo menos, é o que os cientistas esperam.

Cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, também enviaram um lote de células-tronco do sangue para a ISS. O segundo grupo, no entanto, pretende estudar a capacidade da órbita baixa de envelhecer as células. Isso ajudará os pesquisadores a avaliarem os riscos à saúde que as viagens espaciais oferecem para os astronautas.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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