A Covid longa, sequelas da infecção da Covid-19 que podem perdurar por mais de um ano, parece estar finalmente diminuindo. Pelo menos é o que aponta uma pesquisa dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
Eles que a proporção de pessoas infectadas com SARS-CoV-2 que desenvolveram Covid longa caiu de 18,9% em junho de 2022 para 11% em janeiro de 2023. E apenas alguns meses antes, investigadores europeus descobriram que o risco de Covid longa entre pacientes caiu de 19,1% em 2020 para 6,2% no início de 2022.
Isso pode ser um bom sinal, já que o sintomas de longa duração eram a principal queixa entre pacientes que tiveram Covid após o término da infecção aguda.
A Covid longa é caracterizada pelo cansaço extremo, tosse persistente, dores de cabeça e dificuldade em fazer atividades rotineiras. Entre os motivos apontados para a queda nos sintomas pós-infecção, está a maior imunização da população.
Qualquer pessoa que foi infectada pode desenvolver a síndrome, seja adulto, jovem ou criança. O pós-Covid pode se manifestar, inclusive, em pessoas que tiveram sintomas leves durante a infecção, embora pacientes com sintomas mais graves tenham uma maior probabilidade de ter complicações em longo prazo.
Estudos ainda estão investigando essa questão. Mas, a princípio, os grupos a seguir estão mais propensos a desenvolver a Covid longa:
- Pessoas que sofreram uma doença Covid-19 mais grave, especialmente aquelas que foram hospitalizadas ou precisaram de cuidados intensivos;
- Pessoas que tinham comorbidades antes do Covid-19; e
- Pessoas que não receberam a vacina Covid-19.
Covid longa no Brasil
Não é só os EUA que têm se preocupado em estudar a Covid longa. Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) concluiu que três em cada quatro infectados pelo coronavírus desenvolveram Covid longa.
O estudo acompanhou 1.000 pacientes do estado durante os últimos três anos. Por meio de questionários online, os autores coletaram informações sobre pacientes infectados pelo coronavírus em diferentes momentos desde o início da pandemia. Dados foram registrados entre junho e dezembro e 2020 e junho de 2021, 2022 e 2023.
Além disso, a pesquisa também descobriu que pessoas que não completaram o ciclo vacinal contra a Covid-19 tiveram 23% mais chance de ter sintomas de longa duração. Isso corrobora com os estudos internacionais, que apontam a importância da imunização.
Juntamente com isso, condições como obesidade e tabagismo também intensificaram sintomas como dores de cabeça, perda de olfato e paladar e complicações neurológicas.
Assim, no ano que vem, os pesquisadores pretendem continuar acompanhando a prevalência de sintomas no Rio Grande do Sul por meio de novos questionários online. Nesse sentido, um novo levantamento deve ser feito em junho de 2024.