Sem vacina, menino de 6 anos pega tétano, e tratamento chega a quase US$ 1 milhão nos EUA
O tétano é causado pela bactéria Clostridium tetani. Mais precisamente é o que acontece quando a C. tetani, que adora o solo, age quando entra em seu corpo — geralmente por meio de um corte aberto — e solta uma toxina extremamente potente. Esta toxina pode paralisar e enviar para seus músculos espasmos constantes, começando pela mandíbula.
De acordo com os autores, o garoto de 6 anos idade, proveniente do Estado do Oregon, teve um raspão na testa enquanto brincava em uma fazenda em algum momento de 2017. O ferimento foi limpado e suturado em casa, mas seis dias após o incidente, ele começou a ter espasmos musculares e trismo (contratura involuntária da mandíbula). Ele então começou a ficar com as costas e o pescoço arqueados. Ele também mal conseguia respirar, o que levou sua família a procurar por ajuda.
O garoto foi levado de helicóptero para o hospital, sem poder beber água, pois ele não conseguia nem abrir a boca. Lá, ele recebeu vacinas antitetânicas. Depois, ele passou 47 dias seguidos em uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), tendo que usar um sistema de ventilação mecânica para poder respirar, além de medicamentos constantes via soro para controlar a dor, a pressão sanguínea e os espasmos musculares. Após três dias, ele conseguiu caminhar por 6 metros com algum tipo de ajuda, mas ele ainda precisava de mais duas semanas de reabilitação para recuperar completamente o uso de suas pernas e corpo.Ao todo, ele passou 57 dias no hospital, com uma conta de US$ 811.929, isso sem contar o transporte aéreo e todos os cuidados com reabilitação. Para se ter uma ideia, isso é 72 vezes maior que o custo médio de estadia de uma criança no hospital, segundo a pesquisa citada pelos autores. E isso é ainda muito mais caro que a administração de vacina de DTap (Difteria, Tétano e Coqueluche), que pode custar cerca de US$ 30 por dose.
No Brasil, mesmo com vacinação gratuita, o tétano ainda é um problema de saúde pública. Nos últimos 9 anos, — a maioria delas entre homens pardos e aposentados. A região de maior incidência é a Nordeste. Voltando ao caso do menino, os médicos disseram que este é a primeiro ocorrência de tétano infantil reportado em Oregon em 30 anos. Entre 2009 e 2015, no entanto, houve 197 casos de tétano e 16 óbitos relatados nos Estados Unidos. E entre esses casos, teve pelo menos um adulto com uma conta hospitalar que atingiu US$ 1 milhão.