“Avatar: O Caminho da Água”, de James Cameron, se tornou um dos 10 filmes de maior bilheteria da história, arrecadando mais de US$ 2 bilhões no mundo todo. Se o sucessor de “Avatar” (2009) faz sucesso com o público, muito se deve à tecnologia por trás da criação.
Uma destacou um aspecto pouco falado dos trajes de captura de movimento por inteligência artificial usados no longa. O método utilizado para dar vida aos personagens no filme pode rastrear doenças que afetam os movimentos ainda no início.
Quem explora essa aplicação é uma equipe do Imperial College London, na Inglaterra, desenvolve a tecnologia há 10 anos.
O método vem sendo testado com os trajes pela primeira vez em pacientes com doenças como ataxia de Friedreich e distrofia muscular de Duchenne. De acordo com o professor Aldo Faisal, líder da pesquisa, a captura de movimento por IA consegue detectar movimentos não vistos a olho nu.
A equipe da universidade descobriu que a IA ainda poderia prever o agravamento da ataxia de Friedreich em até um ano. Isso corresponde a metade do tempo que um especialista de carne e osso levaria para chegar à mesma conclusão. Além disso, também poderia reduzir o custo de ensaios clínicos para novos medicamentos em diversos distúrbios.
Tornar os testes mais rentáveis seria um incentivo à indústria farmacêutica para investir em doenças raras. “Poderemos testar mais medicamentos com menos pacientes a um custo menor”, disse à BBC Paola Giunti, chefe do Centro de Ataxia da Imperial College London.
Atualmente, os pesquisadores buscam aprovação testar medicamentos com o uso da captura de movimento. Com sucesso, os testes podem começar em dois anos. Eles também pretendem aplicar o método em doenças como Parkinson, Alzheimer e esclerose múltipla, por exemplo.