Ciência
Calor bate 6º mês de recorde mundial seguido; confira o avanço da seca no Brasil
Novembro foi 1,75 graus mais quente do que os tempos pré-industriais; segundo cientistas, 2023 caminha para ser o ano mais quente da história
Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Pelo sexto mês consecutivo, a Terra estabeleceu um novo recorde mensal de calor. De acordo com dados da agência climática europeia, a , este ano quebrará recordes, sendo o mais quente da história.
Segundo um comunicado da agência nesta quarta-feira (6), novembro foi quase um terço de grau Celsius mais quente do que o último novembro mais quente. O mês foi 1,75 graus Celsius mais quente do que os tempos pré-industriais, empatando com outubro e atrás de setembro, acima da média de qualquer mês, disseram os cientistas.
Temperatura recorde também no Brasil
Este ano, o Brasil terminou o mês de novembro com impressionantes extremos de temperatura e precipitações. A intensa onda de calor que se espalhou pelo país entre os dias 8 a 19 de novembro de 2023 deixou um recorde histórico de temperatura.
No dia 19, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou a temperatura de 44,8°C em Araçuaí. A cidade fica na região mineira do Vale do Jequitinhonha. De acordo com o instituto, essa foi a maior temperatura registrada oficialmente no Brasil em seus mais de 100 anos de observações meteorológicas.
Temperaturas acima dos 40 graus foram sentidas nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio De Janeiro e Espírito Santo, bem como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Bahia, Ceará, Piauí , Maranhão e Roraima. Além disso, muitos temporais aconteceram em diversas áreas do país em resposta ao excesso de calor armazenado na atmosfera.
Seca no Amazonas
Nos últimos meses, a região do amazonas enfrentou uma seca sem precedentes. E, segundo as previsões científicas, ela continuará a afetar a região até, pelo menos, meados de 2024.
Os sinais de sua gravidade incluem os níveis mais baixos de água na cidade de Manaus em 121 anos de registros do nível do rio. Além disso, a exposição de vastas áreas do leito do rio Amazonas causou a morte de mais de 150 golfinhos em um lago. A temperatura da água atingiu 39 °C (2 °C acima da temperatura do corpo humano).
De acordo com um do biólogo Philip Fearnside e da pesquisadora Rosimeire Araújo Silva, as previsões de mudanças no clima da Amazônia até o ano 2100 são catastróficas. “Esse ano é daqui a 77 anos, e muitas das crianças de hoje viverão para vê-lo. Até o momento, a temperatura média global aumentou 1,2 °C desde o início da revolução industrial em 1750, e os impactos disso já são visíveis em todo o mundo, inclusive na Amazônia”, dizem os cientistas.
Previsão do tempo
O El Niño continua influenciando o clima no Brasil durante este verão. O Climatempo afirma que alterações no padrão de temperatura da água do mar do oceano Pacífico Tropical e na costa leste do Nordeste podem facilitar a ocorrência de chuva sobre parte do Norte e do Nordeste. A precipitação na Região Sul e na Região Norte ainda serão observadas, segundo o site.
Além disso, no oceano Atlântico Sul, a porção oceânica na costa do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina tem temperatura um pouco abaixo da média, em contraste com a porção oceânica na costa do Paraná e da Região Sudeste, acima da média. Frentes frias podem se aproximar da costa da Região Sudeste, causando mais chuvas fortes nas áreas litorâneas do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. A Defesa Civil Nacional também alertou para um aumento de 5ºC na temperatura nos próximos dias. Áreas dos estados do Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí, Maranhão e Paraná serão afetadas. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Goiás, Distrito Federal, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro também serão atingidos.