Calendário astronômico de junho: saiba o que observar no céu
Para a felicidade dos amantes de inverno (e das festas juninas), o mês de junho chegou. Quem gosta de grandes eventos no céu noturno não ficará tão animado: junho será menos agitado que os meses anteriores, com cometas e chuvas de meteoros pra lá e pra cá. Mas, calma: ainda há o que procurar (e admirar) no céu.
Lembremos, primeiro, que o sexto mês é sim importante para a astronomia: dia 21, quarta-feira, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Sul. Trata-se do dia com o menor período de luz solar e a noite mais longa do ano, que acontece quando um dos polos da Terra (no caso, o Sul) atinge sua inclinação máxima em relação ao Sol.
O dia marca, claro, o início do inverno por aqui. No Hemisfério Norte, acontece o fenômeno oposto: o solstício de verão, em que o polo Norte atinge sua inclinação máxima em relação ao astro-rei.
A protagonista do calendário astronômico de junho será a Lua, então vamos a ela:
Fases da Lua
Lua Cheia: 4 de junho
Lua Quarto Minguante: 10 de junho
Lua Nova: 18 de junho
Lua Quarto Crescente: 26 de junho
A Lua vai atingir o perigeu, ou seu ponto de máxima aproximação com a Terra, em 6 de junho. O apogeu, ponto de máximo afastamento, acontecerá em 22 de junho.
A Lua cheia que aparece neste mês, a última antes do verão no Hemisfério Norte, de “lua dos morangos” (strawberry moon, em inglês). Ela foi apelidada assim nos Estados Unidos porque indicava aos camponeses o início da curta temporada de colheita dos morangos. Os apelidos variam regional e culturalmente, mas este é bastante popular.
No fim do mês, a Lua vai se aproximar de várias estrelas notáveis. Dia 23, por exemplo, ela estará próxima da estrela Regulus, a mais brilhante da constelação de Leão. No dia 27, será a vez de Spica, a estrela mais brilhante da constelação de Virgem. Já no último dia do mês, a Lua aparecerá próxima da estrela Antares no céu, a mais brilhante da constelação de Escorpião.
Para se localizar no céu noturno e encontrar os astros, você pode utilizar um aplicativo gratuito, como o Stellarium ou o Star Walk.
Conjunções em junho
Durante todo o mês, os planetas Marte e Vênus poderão ser observados juntos na região oeste do céu, à noite, próximos às constelações de Gêmeos, Câncer e Leão.
Haverá várias conjunções entre estes e outros planetas com a Lua – o que significa que os corpos celestes vão adquirir posições aparentes bem próximas no céu. No dia 9 de junho, por exemplo, a Lua Cheia estará em conjunção com Saturno na região da constelação de Aquário. Será possível enxergar o fenômeno olho nu, em céu limpo, durante a madrugada.
Já no dia 14, será a vez da Lua Minguante aparecer em conjunção com Júpiter na porção leste do céu, próximo à constelação de Peixes. No dia 16, ela passa a dividir um pontinho do céu com Mercúrio. A conjunção também pode ser vista a olho nu, na região da constelação de Touro, durante a madrugada.
No dia 21, a Lua Nova estará próxima aos planetas Vênus e Marte, e a conjunção poderá ser vista durante a noite. Os planetas, inclusive, entrarão em conjunção no dia 24, na região da constelação de Leão. Será possível enxergar o fenômeno olho nu, em céu limpo, durante a noite.
Para observar com um telescópio
Marte irá cruzar o Aglomerado da Colmeia durante a noite desta quinta (1) e desta sexta-feira (2). Também chamado de M44, ele é um dos aglomerados de estrelas mais próximos de nós, a 600 anos-luz da Terra. São estrelas jovens e brilhantes, com cerca de 600 milhões de anos – para comparação, o Sol tem 4,5 bilhões.
Ele está localizado na região central da constelação de Câncer e até é visível a olho nu, dependendo das condições de observação. Mas, com um telescópio, você pode enxergar detalhes do M44, como estrelas gigantes vermelhas ao lado das azuis.
(Para o leitor não dizer que não falamos das flores: o dia 7 de junho é o momento de pico da chuva de meteoros Arietídeas Diurna, que acontece anualmente entre o fim de maio e começo de junho, partindo da constelação de Áries.
As estrelas cadentes, que podem ser fragmentos do cometa 96P/Machholz, até são visíveis do Hemisfério Sul – mas são difíceis de se observar a olho nu, porque costumam aparecer próximas ao Sol no céu durante o amanhecer ou nas horas que o antecipam.)
Confira outros eventos astronômicos do ano no nosso calendário de 2023 (clicando aqui).