Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Lille e da Universidade de Estrasburgo, ambas na França, mostrou que o café pode deixar marcas duradouras –e positivas– no cérebro.
A xícara diária da bebida não apenas “acorda” as pessoas, mas também melhora as funções cognitivas.
A equipe chegou à conclusão após analisar os efeitos da cafeína nos neurônios e outras células cerebrais de camundongos. Os animais foram alimentados com água com infusão de cafeína durante duas semanas.
Ao final, os cientistas investigaram o hipocampo de cada roedor. Essa é a região do cérebro crucial para o aprendizado e memória. Os resultados foram publicados no .
Os roedores que receberam cafeína apresentaram mudanças na atividade de células cerebrais. Basicamente, ocorreu uma diminuição geral na síntese de proteínas envolvidas no metabolismo, enquanto aquelas relacionadas na sinalização e plasticidade neuronal ficaram mais ativas.
Os camundongos também foram submetidos a tarefas de aprendizagem. Com isso, os cientistas observaram um aumento na atividade de genes envolvidos em processos como a formação da memória nos animais que consumiram café.
Os efeitos no cérebro foram duradouros. Após duas semanas, a equipe voltou a analisar o hipocampo dos animais, que haviam parado de receber cafeína. Mesmo assim, as mudanças permaneceram, o que sugere que a cafeína pode causar alterações de longo prazo no cérebro.
O estudo é limitado. São necessárias maiores investigações para entender os efeitos da xícara diária de café no cérebro humano e suas vantagens para a função cognitiva.